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Felipão dispara sobre os atletas não utilizados: ‘Não sou mágico e não posso experimentar em jogos que valem pontos’

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Para Felipão, seu tempo de preparação com a equipe ainda é foi curto Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro
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O Cruzeiro foi à Recife em busca de mais uma vitória na Série B do Campeonato Brasileiro. Porém, a Raposa apenas empatou com o Náutico, neste domingo, no Estádio dos Aflitos. Luiz Felipe Scolari, técnico cruzeirense, analisou a partida válida pela 18ª rodada. Para o comandante, ainda não é tempo de cobrar do elenco, haja vista que ele esteve à frente da equipe em apenas dois jogos – uma vitória e um empate.

– Não foi a situação que nós imaginávamos, sabíamos que o Vinicius, que treinei no Palmeiras, sai de fora para dentro. Ele acertou um bonito chute. Tentamos com Sassá um pouco mais de força à frente, depois o drible do Airton e do Wellinton também para que nós tivéssemos força dentro da área e nesse confronto individual a gente vencesse e tivéssemos a oportunidade. Eu não tenho que cobrar desse grupo em dois jogos, quando eles fazem quatro pontos e tem a dedicação espetacular que tiveram contra o Operário e hoje. Eu tenho que cobrar daqui para frente algumas coisas e alguns detalhes que nós vamos melhorar. Mas isso tudo não é de um dia para o outro. O Cruzeiro não vai sair dessa situação em três, quatro jogos. Vai ter que penar um pouco mais por uma série de coisas que aconteceram antes. E nós não vamos aqui tapar o sol com a peneira. Então, devagar a gente vai sair dessa situação.

O técnico cruzeirense destacou, ainda, o curto período de treinamento dele com o elenco celeste. Justamente por isso, a avaliação feita pela treinador é a de que ainda não houve tempo para que o time tivesse a “cara” de Felipão.

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– Tive uma semana, cheguei na segunda e já joguei na terça-feira, tendo a folga de quarta, quer dizer, nosso trabalho foi de minuto. Estou aproveitando ainda o trabalho antigo e algumas colocações que eu pesquisei. Nós temos sim um trabalho que poderá ser benéfico ainda mais tarde com o decorrer do tempo. Não dá para discutir algumas coisas e situações agora, porque ainda estou conhecendo tecnicamente o restante do grupo. Há uma série de detalhes –, comentou.

Neste cenário, Felipão atribuiu a não utilização de Zé Eduardo (citado como exemplo) ao seu pouco tempo de treino com o elenco. Segundo o técnico, o momento para testar jogadores não é o de agora.

– Se eu fosse mágico, eu faria. Mas eu não sei tudo e não posso colocar e experimentar um jogador em jogos que valem três pontos, estando no penúltimo lugar. Eu tenho que ter um pouco de tranquilidade para montar a equipe que acho ser a adequada nesse momento e no futuro eles vão ganhando chance. O Wellinton, por exemplo, entrou hoje, porque era uma necessidade, devagar. O Machado entrou hoje. Mas eu não posso pegar qualquer um que tu me disseres o nome e colocar. Calma. Eu tenho que trabalhar e ver as necessidades de determinados momentos e em cima deles eu vou fazer o que aquilo que eu achar que for o correto. Não tenho varinha de condão para saber o que vai acontecer com a, b ou c. Eu tenho que conhecer o grupo, vivendo as dificuldades, trabalhando no dia a dia, vendo a resposta do dia a dia e nos jogos ver a reposta quando eu os coloco. E quando eu tenho a resposta positiva, eu fico olhando de outra maneira, de uma forma que eu possa colocá-lo na equipe. Mas são cinco dias e eu só vou desenvolver as minhas ideias com o tempo.

FARDO PESADO PARA OS JOVENS?

Felipão, ao ser perguntado sobre a boa atuação dos jovens jogadores celestes, com destaque para Airton, que saiu do banco de reservas para decidir as duas últimas partidas (uma assistência e um gol), e Wellinton, comentou a responsabilidade atribuída a esses atletas. De acordo com Luiz Felipe Scolari, esses jogadores precisam ter mais tranquilidade para trabalhar sem o peso da decisão.

– Eles estão desenvolvendo um bom trabalho na Série B. Eu sei que vamos dar a eles um pouco mais de qualidade e de conhecimento, mas nós não podemos enfrentar uma Série B com esse tipo de jogadores, sendo os principais jogadores, aqueles que vão fazer a diferença. Eles são acessórios. É por isso que estamos nessa situação, porque nós não podemos fazer com que os jogadores mais novos sejam os mais cobrados e os mais exigidos da nossa equipe. Nós precisamos ter uma equipe tranquila, madura e colocarmos esses garotos, como estão sendo colocados por necessidade agora, sem essa necessidade, que aí eles vão desenvolver muito mais.

O EXTRA-CAMPO!

Quanto ao pedido de reforços para a sequência da temporada, Luiz Felipe Scolari disse estar em concordância com a diretoria do clube, que, segundo ele, vem realizando um bom trabalho interno no clube. Isso, inclusive, para ele, reflete em campo, pois, aos olhos de Felipão, ambos os lados – equipe e direção – vem dando passos importantes para a reconstrução do clube. Porém, o técnico ressalta que, em campo, os resultados precisam vir quase que de imediato.

– Quanto a direção, ela está fazendo o que pode, o nosso presidente já fez um acordo em que conseguiu uma diminuição da nossa dívida, temos um prazo para pagar essa dívida muito maior, temos uma situação financeira sendo trabalhada pelo nosso presidente e por toda a diretoria, que vai dar ao Cruzeiro um pouco mais de oportunidade para respirar. Nós é que temos que fazer em campo agora com que as coisas corram um pouco melhor para que a gente consiga sair dessa situação. Acho que todos estão dando os passos que o Cruzeiro precisava: sobriedade, honestidade e uma situação nova. Uma coisa é mesmo tendo um projeto, as coisas não vão mudar de uma hora pra outra. Nós, dentro de campo, é que temos que fazer de um dia para o outro. Agora vamos ter a tranquilidade da semana para tentar somar os três pontos na sexta-feira –, disse.

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