Felipão cita Bielsa, Deschamps e compara volta ao Cruzeiro a desafio de levar Seleção à Copa de 2002
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Luiz Felipe Scolari foi apresentado como técnico do Cruzeiro nesta sexta-feira. Após 20 anos de sua primeira passagem pela Toca da Raposa, Felipão reassume o posto de treinador da equipe azul em meio a pior crise esportiva e financeira da história do clube. O treinador comparou o desafio de tirar o Cruzeiro da zona de rebaixamento da Série B e devolver a Raposa à primeira divisão à missão de levar a Seleção Brasileira à Copa do Mundo de 2002.
– Quando eu estava no Cruzeiro, em 2001, aconteceram algumas recusas para assumir a seleção brasileira naquele momento. Estava numa situação ruim nas Eliminatórias. Faltavam seis jogos para disputar, e poderia ficar fora da Copa. Quando recebemos o convite, examinamos a situação, pensamos nas possibilidades e assumimos o risco. Fizemos um trabalho não só para aquele ano, mas também para 2002. Como é agora o caso do Cruzeiro. Monta-se um projeto com objetivos definidos, assumimos em 2001 e deu certo. É o que vai acontecer agora no Cruzeiro – disse Felipão, por meio da própria assessoria de imprensa.
O treinador de 71 anos ainda comparou o movimento de assumir o Cruzeiro ao realizado por outros técnicos de renome:
– Ao Cruzeiro estar na B, não podemos esquecer dos exemplos recentes que temos. O Marcelo Bielsa, que é um grande treinador, sempre trabalhou em grandes clubes ne Série A, pegou o Leeds na segunda divisão do campeonato inglês e levou o Leeds depois de dois anos a uma classificação, e hoje faz um grande trabalho na primeira divisão do campeonato inglês. O próprio (Didier) Deschamps pegou a Juventus na segunda divisão, levou à primeira divisão italiana e fez um grande trabalho. São clubes que passam por essa situação e depois retornam, porque são grandes. Com um projeto bem apresentado e um trabalho bem organizado, voltam. Por isso eu tenho prazer em voltar a trabalhar no Cruzeiro.
Ao longo da última semana, desde a demissão de Ney Franco, o Cruzeiro acumulou tentativas de contratar um substituto. Felipão foi o primeiro da lista, mas a princípio, disse não. Também negaram o clube mineiro Lisca, Marcelo Chamusca e Umberto Louzer – este chegou a aceitar a proposta cruzeirense, mas mudou de ideia. Por fim, a carga voltou a Felipão, que indicou ter sido convencido pela insistência da direção da Raposa e pelo projeto a longo prazo apresentado.
– Por telefone é uma coisa, mas eu tenho que valorizar muito a ideia e a boa vontade do presidente, do Deivid, do Brunoro, em tomarem um avião em Belo Horizonte virem a Porto Alegre, a gente fazer uma reunião de quatro, cinco horas, mostrarem tudo que o Cruzeiro pretende agora e nos próximos dias, três anos, minimante. Não é uma situação que a gente imaginava e é um pouco diferente, graças a Deus e ao trabalho que os diretores tiveram de vir até Porto Alegre, onde a gente pôde conversar tranquilamente – disse o treinador.
– O Cruzeiro é grande, e nós todos (estamos) com o plano de recuperação, de uma construção de um novo Cruzeiro. É muito interessante e nós vamos trabalhar juntos para que esse plano de reconstrução seja estabelecido como foi firmemente pela direção e seguido com conceitos, situação de trabalho. Então, acredito que não seja uma situação de série B. O Cruzeiro no momento é Série B, mas não ficará na Série B. O Cruzeiro é grande, será grande novamente e continua grande. Apenas o momento atual é um pouco diferente, e nós vamos trabalhar para mudar – finalizou.