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Felipão se vê identificado no Athletico: “Meu Furacão”

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José Tramontin/athletico.com.br
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O treinador do Athletico, Luiz Felipe Scolari concedeu uma entrevista para o canal da CONMEBOL durante essa semana e entre assuntos relacionados à Libertadores, sua aposentaria ao final da temporada e seus números na competição mais importante do continente, Felipão comentou sobre a identificação que tem com o Athletico, mesmo com pouco tempo de trabalho.

— Eu me identifiquei com a cidade, com o clube, com o presidente, com as pessoas que trabalham aqui que são os funcionários do dia a dia, que são espetaculares e que tem o sonho e tem em mente não apenas o trabalho, mas viver o Athletico. A emoção de estar trabalhando no meu Athletico, no meu Furacão que pode chegar a uma final de Libertadores, que era um sonho nosso, era um sonho do Athletico e passou a ser o meu e dos atletas. Quando eu cheguei estávamos longe de uma final, mas nós fomos cortando caminho e pretendemos chegar na final.

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Felipão chegou no início da temporada, após a passagem relâmpago de Fábio Carille pelo comando do Furacão. O treinador pentacampeão do mundo causou impacto imediato no clube, colocando o Athletico na briga pelas primeiras posições do Brasileirão, chegando até as quartas de final da Copa do Brasil e alcançando a semifinal da Libertadores, que o Athletico não frequentava há 17 anos.

— Nós notamos que a torcida queria ou precisava de alguém um pouco mais experiente, como é o meu caso, para que a gente vivesse junto um sonho ou que desse à eles um alento para imaginar que a gente podia. A imaginação foi para o campo e nós estamos na semifinal contra o Palmeiras, com muitas dificuldades, mas sonhando que podemos passar a uma final.

Apesar desse ar de quase ineditismo na semifinal e o sonho da “glória eterna” presente no Athletico, conquistar a América não é nenhuma novidade para Felipão. O treinador é bicampeão da Libertadores com Grêmio e Palmeiras, além de ser o técnico recordista em participações na semifinal com 6 aparições.

— (Chegar à 6 semifinais na carreira) Representa para mim alguém que não imaginava chegar tão longe como técnico de futebol e um final de carreira, como estou tendo agora no Athletico, que ficará para história, minha história e dos clubes que eu participei.

Sobre um favoritismo do atual bicampeão Palmeiras na disputa pela vaga na final, Felipão reconheceu a qualidade da equipe de Abel Ferreira, mas exalta que o Athletico tem totais condições de bater o Verdão e disse que a partida será “muito igual”.

— São dois jogos muito difíceis, porque as características do Palmeiras e do Athletico são mais ou menos parecidas. As duas equipes jogam muito verticalmente, claro que temos algumas diferenças técnicas, mas podemos converter isso com tática e trabalho de grupo. Mas a nossa equipe não é tão inferior assim não, tecnicamente nós temos bons jogadores. É um jogo muito igual, tanto aqui (Curitiba) como lá (São Paulo), então vai fazer diferença nesses dias quem estiver em melhores condições mentais ou quem aproveitar melhor uma oportunidade.

Felipão também comentou sobre a sensação do elenco athleticano: Vitor Roque. Herói da classificação nas quartas de final, Vitor Roque é aos 17 anos o maior xodó da torcida rubro-negra e uma das maiores joias do futebol brasileiro e mundial.

— Ele é uma joia, ele é espetacular, ele é muito bom de trabalho, mas ainda está em formação, porque tem 17 anos e tem algumas valências que ainda precisam ser trabalhadas. O nosso torcedor já enxerga o Vitor como solução de tudo, ele vai ser solução a medida que for evoluindo ano a ano. Mentalmente, uma pessoa espetacular, bom menino! Vai evoluir e ser um grande craque.

Aos 73 anos, Felipão já deu a entender que esta será sua última temporada como treinador de futebol. Entretanto, Scolari ainda tem certeza se iniciará uma nova carreira como diretor no Athletico ou seguirá os conselhos da família de aproveitar a aposentadoria. Apesar de tudo isso, Felipão deseja apenas ser lembrado.

— Eu quero ser lembrado como vocês estão me lembrando agora. Como alguém que trabalhou para o futebol, viveu o futebol intensamente, se dedica ao futebol, que através do futebol fez amigos em todo o mundo, mas que vai deixar uma marca que é de trabalho, amizade e carinho. É isso que eu quero.

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