Cruzeiro

Fernando Seabra fala sobre desafios, respaldo e trabalho com a base

Na entrevista coletiva, Fernando Seabra também falou sobre sua relação com Autuori, como lida com a falta de experiência e como quer seu time em campo

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Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro
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O Cruzeiro realizou, na noite desta terça-feira (09), a entrevista coletiva de apresentação do novo treinador da equipe, Fernando Seabra. O diretor de futebol do clube, Pedro Martins, também participou da coletiva, que foi realizada na Toca da Raposa II. Seabra retorna à Raposa depois de se despedir no final de janeiro, após o fim da Copa São Paulo de Futebol Júnior, para treinar o Red Bull Bragantino II.

O novo técnico do Cruzeiro falou sobre a confiança e o respaldo da diretoria com seu trabalho neste início de trajetória no futebol profissional e expectativa em seu retorno ao clube.

“Me sinto absolutamente respaldado, até porque o clube me conhece, conhece meu trabalho no dia-a-dia, conhece a minha personalidade, me conhece como pessoa. Então, o clube está fazendo uma escolha com alta resolução, não é com baixa resolução. É um cara que estava aqui nos últimos dois anos todos os dias. E uma das coisas que me motivou ainda mais é saber que eu ia encontrar essas pessoas aqui e que já tinha algo construído. Que eu ia ter o privilégio de dar seguimento nisso, em um ambiente profissional, em um alto nível de desafio. E com a expectativa, não só de viver algo interessante como pessoa e do ponto de vista profissional para a minha carreira, mas também de dar sequência nesta construção em uma dimensão maior, com uma capacidade de impacto maior no meio futebolístico.”

Fernando Seabra destacou o aprendizado, a parceria e a convivência com Paulo Autuori, diretor-técnico do clube.

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“O Paulo Autuori é um grande exemplo para a gente, porque tudo que ele tem de carreira e nome, não é só carreira e nome, ele tem dez vezes mais de conhecimento de futebol. E o que ele é como pessoa transcende o conhecimento de futebol. Eu entendo ele como uma pessoa que quer ajudar a formar pessoas, que quer ser um mentor, e ele é muito atuante no sentido de ser um balizador, no sentido de questionar. Naquele próprio momento no final do ano passado, em relação à operação de campo, de treino e plano de jogo, eu tinha a autonomia, só que ele me provocava o tempo todo e queria ser convencido. Então, de uma certa forma ele também foi me formando.”

Com muita experiência nas categorias de base, Seabra falou sobre a atuação com os jovens no profissional e como pretende utilizar esses atletas.

“O olhar tem que ser muito atento e especial, a gente precisa formar bons jogadores, que consigam se comportar e ter as competências necessárias desenvolvidas, não só para jogar no time profissional do Cruzeiro, mas para dar sequência nesse projeto desse futebol que a gente pretende construir no dia-a-dia. É muito importante a gente saber que eles vão ser olhados, que as portas estão abertas, mas que o espaço deles precisa ser conquistado. Não basta ele convencer o treinador, ele tem que ter legitimado o espaço dele pelos próprios companheiros, os companheiros têm que enxergar que aquele garoto, apesar da idade, vai ajudar. Ele conquista o espaço dele, efetivamente, a partir desse momento.”

O técnico cruzeirense falou sobre como lida com a falta de experiência no futebol profissional e o que fazer para ganhar o respaldo dos atletas do elenco.

“Essa relação construída no trabalho dia-a-dia com os jogadores, é isso que dá respaldo para a sua liderança e são os jogadores que vão operacionalizar no campo essas ideias. Eu me pauto no otimismo em relação ao trabalho, a capacidade que existe dentro do clube de produzir com as melhores práticas no dia-a-dia de treinamento. Acessar, convencer e seduzir os jogadores a fazer, porque no fim quem vai dar a resposta no campo são os jogadores. Então, independentemente do nível de experiência do treinador, é essa conexão com os jogadores que tem que acontecer, e isso pode acontecer com o treinador muito experiente ou pouco experiente. Eu tenho uma forma muito franca de ser, eu não consigo esconder sentimento, eu descobri ao longo da minha trajetória que assim é melhor. E acho que os jogadores se sentem mais seguros em um ambiente em que eles enxergam transparência.”

O treinador também destacou algumas características que pretende implementar no estilo de jogo do Cruzeiro e como deseja que seu time atue dentro de campo.

“Um Cruzeiro impositivo, que todos vão ter função para atacar e todos participam da fase ofensiva desde o goleiro, todos têm função para defender e participam da fase defensiva desde o centroavante. Que vai buscar ser agressivo para criar as oportunidades de gol, que vai buscar recuperar a bola em situações favoráveis para gerar oportunidade de gol. Quando for necessário defender bem os espaços para negar oportunidade de gol, também esteja organizado e tenha competência individual e clareza das funções para fazer isso. Então, a gente quer fazer uma equipe que seja proativa, que seja impositiva, que vá buscar o resultado, que vá construir as formas de chegar ao resultado em todos os momentos do jogo. O momento da organização defensiva, o momento da transição ofensiva, o momento da organização ofensiva, o momento da transição defensiva, que são as fases de organização do jogo. Todas elas a gente vai priorizar ser impositivo e ser agressivo, mas com discernimento para saber que em momentos de desvantagem a gente precisa ter controle de espaço e segurança.”
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