Flamengo já conquistou título no Marrocos com direito a vitória sobre campeão mundial e interferência do rei

O Flamengo está no Marrocos para decidir uma vaga na final do Mundial de Clubes da FIFA. Nesta terça-feira (07), o Rubro-Negro enfrenta o Al-Hilal, da Arábia Saudita, no Ibn Stadium, em Tânger, às 16h (horário de Brasília), pela semifinal do torneio. Porém, esta não é a primeira vez que o time carioca disputa uma competição em território marroquino. O clube da Gávea já visitou o país africano duas vezes, com direito a título sobre um campeão do mundo e uma interferência do rei.

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GOL ANULADO PELO REI E TÍTULO CONTRA O CAMPEÃO MUNDIAL

A primeira vez do Flamengo no norte da África foi em 1968. O Rubro-Negro chegava para a sétima edição do Torneio Internacional Mohammed V, uma homenagem ao Rei Maomé V do Marrocos. Junto com o Rubro-Negro carioca, formavam um quadrangular o anfitrião FAR Rabat, o Saint-Etienne, da França, e o Racing, da Argentina, à época atual campeão do mundo e da Libertadores.

O Flamengo estreou contra o FAR Rabat, time das forças armadas marroquinas, em 31 de agosto de 1968. O Rubro-Negro venceu por 2 a 1, porém, um caso curioso chamou a atenção nesta partida. O árbitro Salih Mohammed Boukili anulou um gol do atacante Silva Batuta, sob ordem do Rei Hassan II, filho do falecido Mohammed V.

Paulo Henrique, lateral-esquerdo e capitão daquele time do Flamengo, contou em entrevista ao canal Sportv, que o rei mandou invalidar a jogada pois não tinha visto o gol acontecer.

— Realmente nesse jogo antes da final, o Flamengo enfrentou o time do exército. Começou o jogo, mas o Rei Hassan II não tinha chegado no estádio. Estávamos ganhando de 1 a 0. Quando ele estava acabando de chegar, fizemos o segundo gol. Aí o juiz recebeu um comunicado, parou o jogo, o coronel desceu e, por determinação do rei, pediu ao árbitro que anulasse o gol porque o rei não tinha visto. Ele (o árbitro) conversou comigo. Eu era o capitão e chamei Carlinhos e o Silva. Conversamos e falamos: “Aqui é um torneio de amizade, então deixa cancelar”. Nós concordamos e todo mundo bateu palma. Continuou o jogo, e nós vencemos por 2 a 1 — disse o ex-jogador ao Sportv.

O Flamengo avançou para a final, onde enfrentou o Racing, da Argentina, à época o campeão da Libertadores e mundial. “La Acade” saiu na frente com gol de Cárdenas, mas o Rubro-Negro empatou e virou com Luís Cláudio, Liminha e Silva. Salamone diminuiu para os argentinos nos últimos minutos, mas a taça ficou com o time carioca com a vitória por 3 a 2.

FLAMENGO “FAZ CHOVER” EM 1985

O Flamengo voltou ao Marrocos 17 anos depois do título do Torneio Mohammed V, com nomes como Andrade, Adílio e Tita no elenco. Porém, dessa vez, o time carioca não conquistou nenhuma vitória – empates por 0 a 0 com o Kassen Marroc (da Segunda Divisão) e 2 a 2 com o tradicional Wydad Casablanca, que disputou o Mundial de 2022. Apesar de não vencer, o fato que mais chamou atenção na segunda passagem do Rubro-Negro sobre o país africano foi o fim de uma longa seca em Marrakech, que já durava por dois anos.

De acordo com uma publicação do jornal “O Globo” do dia 28 de abril de 1985, um temporal provocou grande festa durante treinamento do Flamengo, tornando-se a principal atração daquela excursão.

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Agora, após duas visitas no norte da África, o Flamengo retorna ao Marrocos para disputar o Mundial de Clubes da FIFA pela segunda vez. O Rubro-Negro estreia no Mundial de Clubes nesta terça-feira (07), contra o Al-Hilal, da Arábia Saudita, no Ibn Stadium, em Tânger, às 16h (horário de Brasília), pela semifinal. O vencedor avança para a decisão do torneio contra Real Madrid ou Al Ahly, do Egito.