Futebol americano
Futebol americano no Brasil: Conheça a Rio Football Academy, a maior escolinha do esporte na América do Sul
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Era para ser um acampamento de fim de semana e acabou se tornando a maior academia de futebol americano na América do Sul. Assim começou a história da Rio Football Academy (RFA), a primeira escola do esporte no Brasil. Criada em 2014, na cidade do Rio de Janeiro, pelos sócios Patrick Dutton e Ramon Martire, a instituição é hoje referência da modalidade no país. Ao longo dos últimos cinco anos, a RFA teve mais de 27 atletas recrutados por faculdades norte-americanas e conquistou o tricampeonato brasileiro na categoria sub-20.
O projeto, pioneiro na formação de talentos do futebol americano, surgiu como um ‘camp’ de apenas um dia para jovens atletas praticarem o esporte. O acampamento, no entanto, fez sucesso e, na semana seguinte, Dutton e Martire decidiram tornar os treinos constantes e fundaram a RFA.
Em entrevista exclusiva ao Esporte News Mundo, o quarterback do Flamengo Imperadores e da Seleção Brasileira, Ramon Martire, conta que sempre teve a vontade de criar uma escolinha para crianças aprenderem o esporte. A ideia amadureceu quando o sócio, Patrick, começou a jogar no Flamengo. Em uma conversa, os dois descobriram o desejo mútuo e organizaram o acampamento.
– Sempre foi uma ideia na minha cabeça criar uma escolinha para crianças aprenderem futebol americano. Mas, somente em 2015, o meu sócio Patrick (Dutton) começou a jogar no Flamengo e foi quando nós conversamos sobre a ideia e ele falou que também tinha vontade de fazer algo parecido. Aí montamos um ‘camp’ de um final de semana e na semana seguinte já começamos a escolinha.
Martire explicou a metodologia de trabalho e as bolsas de estudo para jovens talentos em faculdades norte-americanas.
– Nossa metodologia é um mix de experiência no esporte, métodos de treino que aprendemos em colégios e faculdades americanas, e materiais da USA Football, uma academia norte-americana. Já as bolsas funcionam por meio de uma parceria com a CSeducacional, empresa do Clayton Lovett, que facilita a entrada dos atletas nos colégios e faculdades. O Clayton faz uma pesquisa para saber onde o atleta se encaixa melhor e depois trabalha para conseguir bolsas de estudo para o jovem ter a oportunidade de estudar e treinar nos colégios e faculdades nos Estados Unidos.
Para o quarterback do Flamengo Imperadores, ainda existem grandes dificuldades para o crescimento e a prática futebol americano no Brasil, como a falta de materiais e espaços físicos, e de divulgação do esporte na mídia nacional.
– As dificuldades ainda são grandes, como a falta de material (shoulder, capacete) para os treinamentos e de campos próprios para a prática do futebol americano. Dessa maneira, o acesso ao esporte ainda é “elitizado”, o que dificulta o maior alcance de crianças e jovens. Além disso, o crescimento do esporte no Brasil ainda é lento. As grandes mídias se interessam pouco pelo futebol americano e, apesar do público aumentar a cada ano, ainda temos dificuldades para praticá-lo no país.
RFA DURANTE A PANDEMIA
Com a crise do coronavírus, essas adversidades aumentaram e a estabilidade financeira do projeto ficou ameaçada. Recebedor do Vasco Almirantes e fundador da RFA, Patrick Dutton conta que para sobreviver, a instituição teve que se adaptar rapidamente à nova realidade, por meio de aulas teóricas e treinos on-line.
– Durante o início da pandemia, nós ficamos preocupados. Mas acho que quem trabalha com esportes ou centros de treinamento, tem que saber se reinventar. A RFA já tinha, desde 2019, aulas on-line para atender alunos de fora da cidade do Rio, e consultorias on-line, com treinos pelo celular e vídeos aulas. Isso tudo em 2019. Com a situação do coronavírus em 2020, esse preparo pré-existente nos ajudou, pois nós já tínhamos um esquema estruturado para fazer aulas e consultorias a distância.
Para atender os alunos do Rio, que costumavam ter aula presencial, a RFA adotou o sistema de treinos à distância pré-existente. Dutton relata que foi fundamental aumentar o número de atividades on-line, a fim de não deixar os alunos se sentirem sozinhos, durante o período de isolamento social.
– Com a situação de pandemia, nós tivemos que estruturar esse sistema de aulas que já existia para os alunos do Rio e aumentar o número de atividades físicas e teóricas. Nós também buscamos, ao máximo, juntar os meninos durante o isolamento social, pois é um período em que a saúde mental de todos está fragilizada e eles podem se sentir sozinhos. Então, nós sentimos a necessidade de estar mais perto dos nossos alunos. Tenho certeza de que quando os treinos voltarem, eles estarão mais felizes e unidos.