Fluminense
Gol de barriga de Renato Gaúcho completa 26 anos e história é reescrita até os dias atuais
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Dia 25 de Junho de 1995. O ano do centenário do Flamengo que tinha no ataque Romário, melhor jogador do mundo na época e tetracampeão com a Seleção em 94. E esses deveriam ser os protagonistas do enredo de um Campeonato Carioca, se não fossem Fluminense, Ailton e Renato Gaúcho.
O palco dessa história é o mais apropriado para um grande show. Um Maracanã com mais de 120 mil pessoas e um clássico com reviravoltas dignas de um filme de Martin Scorsese. com direito a quatro expulsões – Marquinhos, do rubro-negro, e Sorlei, Lira e Lima, pelo Flu -, cinco bolas na rede e… um gol de barriga.
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Até os instantes finais da partida, o Flamengo, com um jogador a mais em campo, garantia o empate, em 2 a 2, que o consagrava campeão carioca. Mas foi aí que dois personagens apareceram nos capítulos finais para o plot twist derradeiro. Ailton recebe a bola, tira Charles Guerreiro para dançar, dribla o marcador e chuta cruzado. E, em contato com o Esporte News Mundo, o autor da façanha comentou sobre o momento.
— Eu falei com o Ronald que só tinha um jeito de fazermos o gol. Tocar a bola em mim, que vou sair driblando. Acabou dando certo. Tirei forças do algo mais que todos nós temos dentro da gente e, às vezes, deixamos de usar.
Contudo, não acaba aí. A bola entrou, mas não antes de resvalar na barriga de Renato Gaúcho. É aí que o lance entra para a história e cria uma briga saudável entre quem é o verdadeiro autor do gol. Marcado no passar dos anos, ficou o então camisa 7 tricolor. Já na súmula de Léo Feldman – árbitro do duelo -, Ailton é o contemplado com o tento do título.
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— Eu me sinto muito feliz e realizado de ter dado alegria gigante à nação tricolor. Agradeço a Deus pelo gol ter sido daquele jeito, de barriga. É o único gol que leva o nome “gol de barriga”. Realmente, bate no Renato. Só que o gol é de quem chutou — reivindica, de forma descontraída, Ailton.
TRICOLOR ERA A ZEBRA DE 1995
O Fluminense não era considerado favorito ao título daquele ano pela crônica esportiva. O Flamengo havia contratado Romário e esperava um grande ano por ser o de seu centenário, o Botafogo viria a ser o campeão Brasileiro e tinha Túlio Maravilha, enquanto o Vasco era tricampeão estadual e buscava um inédito tetra.
VALERIA PIX?
A nova modalidade de transferência virou moda entre os boleiros. A cada assistência ou jogada ensaiada, os jogadores cobram sua porcentagem ao companheiro. No lance em questão, é mais do que uma assistência, mas se trata da história sendo contada e recontada após 26 anos. Cabe juros e correção monetária. Questionado sobre o assunto, Ailton, aos risos, é enfático.
— O Renato é orgulhoso, não sei se ele faria o pix — decretou.
Mas há controversas de quem daria um final um pouco diferente para este momento da dramaturgia do futebol brasileiro. Entramos em contato com o ex-árbitro de futebol, Renato Marsiglia, que tem uma visão oposta do que foi anotado na súmula da partida.
— Na minha opinião o gol foi do Renato. Se na súmula foi dado para o Ailton, não há o que possa ser mudado. Para a estatística do campeonato, o gol é do Ailton, e para a história, o gol é do Renato.