Guilherme Giudice lamenta demissão conturbada no Santos e planeja seguir no futebol feminino

Após a saída da treinadora Emily Lima, atualmente na Seleção do Equador, Guilherme Giudice deixou o cargo de auxiliar técnico e assumiu o comando das Sereias da Vila. A expectativa era alta, contratações de peso como Thaisinha e Cristiane e mais jogos na aconteceram na Vila Belmiro. Mas, apesar disso, o time não embalou e muitas críticas apareceram ao longo da temporada.

Foram 31 jogos disputados, 18 vitórias, somando mais três empates e dez derrotas. Com isso, a nova direção do Santos que iniciou sua gestão em janeiro deste ano, decidiu fazer mudanças no departamento feminino, demitindo o gerente de futebol, Alessandro Rodrigues, a preparadora de goleiras Patrícia Nardy, o preparador físico Bruno Pasquarelli, o roupeiro Romildo Fonseca, além do próprio Giudice.

Em contato com Esporte News Mundo, o treinador fez uma análise do desempenho do time e apontou a pandemia como um fator que dificultou o trabalho.

“Era uma temporada com expectativa de bons resultados, de briga pelos títulos paulista e brasileiro. Mesmo sabendo que seria uma temporada diferente das anteriores, com mais equipes qualificadas nas disputas. Em termos de resultado, ficou bem abaixo. Fora a pandemia que atrapalhou o desenvolvimento de todos os times, nós tivemos alguns problemas que prejudicaram a nossa evolução como equipe. Um pouco antes da parada, a Brena precisou fazer uma cirurgia no joelho, que a afastou de quase toda temporada (depois da parada, fez apenas um jogo, contra o Corinthians em que vencemos por 2-0, mas não classificamos). Perdemos Tayla e Tainara por bastante tempo, a Cris com problemas de fascite plantar. Nosso elenco que já era reduzido, sofria bastante também, com as constantes convocações das seleções de base. Na fase final do paulista teve o surto de COVID-19 que acometeu grande parte do elenco e comissão técnica. Sofremos um W.O por não ter jogadoras suficiente para entrar em campo, prejudicou nossa classificação, pois o confronto com o Corinthians foi antecipado e no primeiro jogo em casa, nas quartas de final tínhamos 2 jogadoras ainda afastada e 15 que haviam sido liberadas pelo departamento médico no dia anterior à partida. Terminamos o ano com título da Copa Paulista, claro que era um torneio de consolação, mas que para nós foi muito importante, e pode mostrar toda a determinação e comprometimento do grupo”, afirma.

Em relação a demissão, Giudice esclareceu que apesar da chateação de como tudo foi feito, o treinador valoriza sua passagem pelo time da Vila.

“Até o final do ano, trabalhei junto com o Alessandro (gerente na época), na renovação das atletas que gostaríamos que continuassem na equipe e na contratação de novas jogadoras. E saí de férias. Fiquei sabendo através das redes sociais que não seguiria no cargo. Quando acabaram minhas férias, me apresentei ao clube e tive uma conversa rápida com o Amauri Nascimento (responsável pelo futebol feminino após a chegada de Rueda), que disse que o futebol feminino passaria por mudanças, confirmando o que já havia visto. Fiquei chateado pela forma que aconteceu, mas acredito que tenha respeito dos dois lados. Fiquei três anos no Santos. Foram três anos muito bons! Pude fazer grandes amigos em todos os setores do clube. Tenho muito carinho por essa camisa”, comenta.

No momento o técnico está em casa, mas pretende seguir no futebol feminino e concluir a licença Pro da CBF.

“Sigo no futebol feminino, esses últimos anos com passagem pela Seleção Brasileira e o Santos FC foram muito bons e me deram muita experiência. Acredito que tenho muito a contribuir para a categoria. Logo após a saída, tive alguns contatos que não deram certo, e mais recente de um clube da série A2. Estou aproveitando esse tempo para concluir a licença Pro da CBF e aproveitar a família depois de um ano bem cheio para mim”, finaliza.

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