Seleção Brasileira

Jogadores da Seleção Brasileira optam por ignorar as eleições

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Photo by ANTHONY WALLACE/AFP via Getty Images
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Nos dias 2 e 30 de outubro, mais de 156 milhões de pessoas poderão exercer o direito de escolher seus representantes nas esferas estadual e federal, além de escolher o novo Presidente da República. Na semana da eleição, a Seleção Brasileira realizará seu último amistoso, contra a Tunísia, na França, antes da Copa do Mundo do Catar.

O Mundial que acontecerá entre novembro e dezembro já exige um foco total dos atletas. Alguns jogadores retornarão ao Brasil na véspera do pleito nacional, e outros retornarão a seus clubes europeus onde darão continuidade a temporada.

Porém, dentro das paredes da Granja Comary a eleição não existe. A escolha presidencial e o pleito para as casas legislativas são apenas informações periféricas que, para grande parte do elenco convocado, podem atrapalhar o foco para o Mundial.

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O fato é; A maioria dos atletas da Seleção Brasileira não votarão nessas eleições. Segundo o UOL, cerca de 80% de todos os nomes do Brasil (jogadores) não participarão do pleito. Os principais motivos são o desinteresse e também a impossibilidade de votar, mesmo que, exista o voto em trânsito e ele poderá ser realizado no exterior nas embaixadas.

Internamente, não há uma ordem direta da CBF para o assunto, mas sim um acordo feito entre os próprios atletas e os dirigentes da entidade para que não haja manifestação política de maneira externa ou entre eles. Ao que tudo indica, essa ‘orientação’ está sendo acatada.

Dos atuais 26 convocados para a Seleção, 21 têm seus títulos de eleitor fora da cidade onde vivem e com isso seus documentos foram cancelados. Mas não é uma surpresa que aconteça esse desinsteresse dos jogadores pela política. O futebol sempre foi alheio aos acontecimentos da capital federal.

Desinteresse surge em tentativa de aproximação com Brasília

Em evento da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o Presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ressaltou o compromisso do Senado e do Congresso Nacional no enfrentamento do racismo. O “seminário de Combate ao Racismo e à Violência no Futebol” foi realizado no Rio de Janeiro nesta quarta-feira (24). Participam: técnico e ex-futebolista, Adenor Leonardo Bachi (Tite); presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Foto: Pedro Gontijo/Senado Federal

Apesar da manifestação, ou melhor, da não manifestação política dos atletas, a CBF tem tentado estreitar laços com diversas personalidades de Brasília, em especial no Senado Federal. A investida é vista como uma forma de agilizar alguns questionamentos defendidos pela categoria do futebol.

Desde o Profut, em 2015, até a Lei Geral do Esporte de 2022 que reúne fortes descontentamentos do futebol, a CBF vem trilhando caminhos afim de alinhar seus interesses com os de Brasília. Conseguiu isso com a Lei do Mandante, realizada sob Medida Provisória e que permitiu que os clubes detivessem integralmente o direito de transmissão em partidas que fossem mandantes.

O acontecimento foi o embrião que desenvolveu a procura pela Liga Profissional do Brasileirão, que hoje esbarra na briga de dois grupos dividos. Mesmo com os espinhos políticos entre os cartolas, Ednaldo Rodrigues se diz satisfeito com o desenvolvimento do futebol.

“A criação da liga você aborda com a liga. A partir do momento que a liga trouxer para CBF como vai ser a liga, quais são os detalhes dessa liga, desde que esteja dentro do ordenamento jurídico, desportivo, respeitando os calendários e regulamentos é totalmente permitida“, declarou Rodrigues, que já manifestou, inúmeras vezes, o apoio a empreitada.

O sentimento alheio dos jogadores com a eleição de 2022 não afastará a CBF da capital federal, em setembro a entidade máxima do futebol brasileiro firmou um acordo com o Tribunal Superior Eleitoral para promover o pleito e a garantia de que as eleições serão limpas e transparentes.

Em diversos jogos do Brasileirão, uma enorme urna eletrônica será colocada no campo antes dos jogos para demonstrar apoio da CBF às eleições do Brasil, e sobretudo ao sistema eleitoral do país, que vive sob constantes ataques inexplicáveis do presidente Jair Bolsonaro.

Nike proibiu manifestação políticas

Photo by LOU BENOIST/AFP via Getty Images

Se por um lado a CBF não deseja se posicionar internamente ou externamente sobre o pleito, a fornecedora de materiais esportivos do Brasil, Nike, decidiu ir pelo lado oposto. A gigante norte-americana proibiu qualquer manifestação política nas camisas comercializadas da Seleção Brasileira.

Os novos uniformes não podem ser personalizados com os nomes dos candidatos a presidência como; (Luiz) Lula, Jair Bolsonaro, Ciro Gomes e Simone Tebet. Apenas o nomes iniciais estão permitidos mas sem o complemento do sobrenome. Ainda há o veto aos termos ‘socialismo’ e ‘comunismo’.

Procurada, a Nike defendeu a sua decisão explicando que está cumprindo com suas diretrizes direcionadas ao uso de expressões religiosas, políticas, racistas e até de palavrões.

A Nike, como descrito na própria página, não permite customizações com palavras que possam conter qualquer cunho religioso, político, racista ou mesmo palavrões. Este sistema é atualizado periodicamente visando cobrir o maior número de palavras possíveis que se encaixem nesta regra“, disse a nota.

Vale ressaltar que no mês passado, a Nike, vetou o uso de nomes religiosos no novo uniforme da Seleção Brasileira. Entretanto, apenas os nomes Exu e Ogum foram proibidos, enquanto Jesus e Cristo tiveram sua liberação garantida pela empresa.

A empresa se defendeu afirmando que os termos proibidos acima são de cunho religioso e não cumprem com a diretriz, mas não explicou o motivo da liberação dos nomes ‘Jesus’ e ‘Cristo’. A gigante do material esportivo ainda afirmou que “o sistema é periodicamente atualizado”.

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