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LaLiga se despede de Diego Maradona, ídolo do Barcelona

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O início da tarde desta quarta-feira, 25 de novembro, ficará eternamente marcada na memória de todos os apaixonados por futebol, como o dia em que o mundo se despediu de uma lenda. Diego Maradona, um dos maiores jogadores de todos os tempos, morreu hoje, aos 60 anos, após sofrer uma parada cardiorrespiratória. Ele estava em sua casa, em Tigre, cidade vizinha a Buenos Aires, e se recuperava de uma cirurgia no cérebro.

Maior símbolo do futebol argentino, Maradona também desfilou sua magia em solo espanhol. E é como forma de homenagem que relembraremos, aqui, seu vitorioso período pelo FC Barcelona – por onde atuou de 1982 a 1984, conquistando a extinta Copa da Liga Espanhola, além da Copa do Rei e da Supercopa da Espanha; além da rápida, porém curiosa, passagem pelo Sevilla FC em 1992/1993. Sem esquecer, é claro, de um jogo “em família” pelo Granada CF .

Após surgir muito bem no modesto Argentino Juniors em 1976, ser preterido na Copa do Mundo dois anos depois – disputada na própria Argentina, que acabou marcando a primeira conquista do país sul-americano na competição -, Diego encantou o mundo da bola na década de 1980. A começar pela conquista nacional com o Boca Juniors, seu clube do coração, em 1981. Época em que chamou a atenção de ninguém menos que o FC Barcelona, que ainda buscava um sucessor à altura da lenda holandesa Johan Cruyff, que fez história no clube culé entre 1973 e 1978.

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Foto: Divulgação

No Barça, suas atuações não foram tão espetaculares como era esperado. Ainda assim, encantou a Catalunha, mesmo driblando alguns problemas extracampo, como a hepatite e uma grave lesão no tornozelo esquerdo. Mas, com a bola rolando, faz história justamente diante do maior rival culé, o Real Madrid, na finalíssima da Copa do Rei de 1982/1983 – marcando nos dois jogos da decisão e sendo aplaudido de pé pela torcida do arquirrival, após a vitória por 2-1 em pleno Santiago Bernabéu.

Sempre polêmico, Diego chegou ao afirmar em sua autobiografia “Yo Soy Diego“, que um dos motivos por ter vivido alguns altos e baixos no clube catalão era o fato de gostar mais da cidade de Madrid, capital da Espanha e casa de Real e Atlético. E foi justamente após um episódio polêmico, a famosa briga campal diante do Athletic Club na final da Copa do Rei de 1983/1984 – vencida pela equipe basca por 1-0 -, que Maradona encerrou seu ciclo no Barça. Que contou ainda com a conquista da extinta Copa da Liga Espanhola, novamente sobre os blancos, e da Supercopa nacional sobre o clube de Bilbao.

Na sequência, acertou sua transferência para o Napoli, onde faria história. E não apenas na Itália, mas também em solo mexicano com a seleção da Argentina, na Copa do Mundo de 1986, onde foi eleito o melhor jogador do torneio e ainda viu seu país levantar a segunda – e última até então – taça na história dessa competição. Foi quando, já no início da década de 1990, o genial camisa 10 voltou à Espanha… agora, para vestir outra camisa: a do Sevilla FC.

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A passagem de Maradona pelo clube andaluz foi rápida, mas bastante curiosa. Voltando de uma suspensão de 15 meses pelo uso de cocaína, Diego chegou ao Sevilla cantando que seria campeão nacional com a equipe. O clube, no entanto, não era campeão da LaLiga há quase 50 anos, e não vivia uma boa fase. Mas, logo em sua primeira partida oficial dentro de casa, ele deu show. Não apenas dentro de campo, onde fez o gol da vitória sobre o Real Zaragoza, de pênalti. Mas também fora dele, no episódio que é conhecido como “Vintage Maradona”.

Quando Diego ia bater um escanteio, uma bolinha de alumínio foi arremessada em direção ao camisa 10. O argentino, então, não teve dúvidas: pegou o objeto e fez embaixadinhas com ele, para delírio dos torcedores. No entanto, o que começou bem não terminou da mesma forma – com atritos por conta das convocações para a seleção argentina, que se preparava para a Copa do Mundo de 1994. Ainda assim, Maradona fez 26 jogos e anotou cinco gols pelo Rojiblanco, mas não conseguiu cumprir a promessa feita no desembarque, a da conquista do título.

Depois, chegou a atuar pelo Newell’s Old Boys, antes de voltar a vestir a camisa do Boca Juniors, clube onde encerrou sua vitoriosa carreira de jogador. Aventurando-se como técnico logo na sequência, em 1994, no comando do modesto clube argentino Textil Mandiyú – indo para o Racing Club um ano depois. Foi quando Maradona deu uma pequena pausa na carreira, e voltou à ativa apenas para comandar a seleção argentina, entre 2008 e 2010. Depois disso, passou por clubes como Al Wasl, Al-Fujairah e Dorados de Sinaloa, até retornar ao seu país para treinar o Gimnasia y Esgrima.

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É importante lembrar que, no meio dessa grande história no futebol, Maradona também vestiu a camisa de outro clube espanhol: o Granada CF. O ano era 1987, e o argentino entrou em campo sem vestir a camisa de sua seleção ou a do Napoli – seu clube à época. Na verdade, Diego vestia as cores vermelho e branco do Granada, que havia acabado de conquistar o acesso à LaLiga SmartBank, a segunda divisão nacional.

O motivo? Seu irmão, Raul Maradona, havia sido contratado pelo clube, que era presidido por Alfonso Suárez, e que promoveu uma partida amistosa contra o Malmö de Martin Dahlin. Duelo esse que marcou o único jogo de Maradona ao lado de seus dois irmãos – o já citado Raul, e Hugo, que defendia o Ascoli da Itália. Ao menos por um dia, foi possível comprovar os efeitos de contar com Maradona em dose tripla.

Aos 60 anos, comemorados no dia 30 de outubro, Diego Maradona se despede do mundo da bola. “El Pibe de oro” por mais polêmico que possa ter sido, será, para sempre, lembrado por tudo que fez dentro de campo. Descanse em paz, Diego!

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