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LoL: filas ranqueadas causam dores de cabeça para elos mais baixos

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Reprodução/Riot Games
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Muito já foi feito pelas filas ranqueadas em League of Legends, mas os jogadores continuam insatisfeitos com algumas disparidades que permanecem sem solução.

A última atualização feita para o começo da temporada 2022, tornou o cliente de League of Legends mais simples e possibilitou filas ranqueadas mais rápidas, tornando o game otimizado e dinâmico. Apesar disso, no Brasil principalmente, há um problema bastante comentado pelos jogadores na SoloQ, e que parece não captar a atenção da Riot Games e dos desenvolvedores brasileiros.

Desse modo, é importante destacar que o problema em questão, continuam sendo as filas de baixo nível e o sistema de contas do servidor brasileiro. Muito se fala dentro do jogo sobre a quantidade de “smurfs”, jogadores de nível alto que criam contas de nível baixo apenas com o intuito de aumentarem seu ego ou estragar de propósito o jogo dos outros, o famoso “troll”. 

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Essa é uma preocupação e uma variante que desanima a jornada de jogadores que querem crescer dentro do jogo e talvez até chegar em um nível competitivo. E, parte desse problema está em poder criar muitas contas em um único servidor. Esse tipo de coisa permite que o jogador compre outras contas com level 30, independente do IP do computador, crie muitos emails e novas contas no jogo, ao que leva ao famoso “pode reportar, tenho outras contas mesmo”, de jogadores de nível alto dentro do game.

Gameplay de League of Legends — Imagem: Reprodução

Apesar de parecer democrático, é extremamente tóxico para um jogo online como League of Legends, e acaba de certa maneira, tornando as punições da Riot inúteis e sem valor. Além de acabar com a diversão de quem joga para vencer e para relaxar. 

Isso nos leva a observar servidores chineses e coreanos. Principalmente o servidor coreano, onde é possível criar uma conta e obtê-la através de seu CPF, ainda há mais obstáculos quando se é menor de 18 anos. Já na China, onde existem 29 servidores, é possível criar uma conta por servidor, se você obter um aplicativo “QQ”, em que é gerado um número único para que você possa jogar dentro daquele servidor.

Pode ser visto como uma forma de censura para países democráticos, mas certamente é mais cômodo e confortável para jogadores que jogam nesses servidores, não ter de se preocupar se você vai jogar contra uma pessoa que talvez seja de um elo mais alto que você e irá acabar com a partida sozinho, deve ser reconfortante.

O mestrando em física, e jogador assíduo de LoL Ricardo Fernandes, de 22 anos, se mostra decepcionado com o sistema atual de contas e com as filas ranqueadas do jogo. 

— Creio que o sistema de contas da Riot aqui no Brasil seja totalmente mal planejado e que deveria deixar de existir. Explico. Uma pessoa pode ter uma conta principal em elos altos e outras em elos menores, eventualmente todas estarão no mesmo nível de habilidade, mas o processo até lá pode prejudicar a gameplay das pessoas com habilidades inferiores, seja carregando games para um time ou, no pior cenário, sendo tóxico com colegas que claramente não saberão jogar como ele. Ultimamente eles vêm tentando parear “smurfs vs smurfs”, mas como várias outras ferramentas, não funciona — conta o jogador, que sofre constantemente e até perde a vontade de jogar em alguns momentos.

Já a estudante de graduação em física, e também jogadora de LoL Helissa Helen, de 21 anos, acredita que a diferença nas filas ranqueadas atrapalha o desenvolvimento tanto de quem está em elo baixo, como os “smurfs” que estão em elos mais altos, além de tornar a experiência estressante.

— Como uma pessoa de elo baixo, eu acho a experiência de jogar contra smurf muito frustrante. O jogo fica muito desbalanceado para um lado, o que torna o jogo muito mais difícil e consequentemente muito estressante, já que se foi você que jogou contra a conta smurf, na lane, vão te culpar. E sabemos como a toxicidade entre players é dentro do LOL. — desabafou a player, frustrada muitas vezes com o modo ranqueado, e que tem como modo preferido atualmente, o ARAM.

Além disso, em uma live recente, o ex-meio da paiN Gaming e atual streamer pela organização, Gabriel Santos ou Kami, reclamou dos smurfs em elos menores na SoloQ brasileira. O streamer fez uma crítica de que essas pessoas só jogam em elos inferiores porque chegam em um certo nível e não conseguem mais jogar com seus próprios adversários. Em resumo, é uma disputa de ego.

Em meio às frustrações e dores de cabeça das filas ranqueadas, uma opção surge. Desde 2020, o idealizador do projeto Pedro Fracassi ao lado de Jockster, pro player de LoL pela INTZ, criaram o InHouse, um sistema que permite gerenciar partidas de acordo com os elos dos jogadores, com comunicação direta pelo discord e sem pessoas AFK ou Trolls. Isso porque, se tratam de partidas totalmente personalizadas.

Em julho de 2021, o projeto ganhou mais força e popularidade, e uma parceria com a Riot foi anunciada. No InHouse existem três tipos de servidores: o servidor aberto a todos os players, e dividido em elos; o Inhouse Pro, destinado para pro players do competitivo brasileiro; e o InHouse Jinx, um servidor somente para mulheres.

O InHouse se mostra até agora eficiente, e continua evoluindo dentro do cenário de League of Legends brasileiro. Cada dia mais pessoas se conectam pelo discord e todos os dias é possível achar partidas em todos os servidores, vale conferir a alternativa. Mas também é importante lembrar que a Riot Games precisa tomar alguma atitude quanto ao sistema de contas e aos “smurfs” no game.

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