Coritiba

Lucas Drubscky fala sobre Marcelino Moreno, chegada de Zago e seu trabalho no Coritiba: ‘Faltou resultado’

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Foto: Divulgação/Coritiba
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Nesta quinta-feira (11), o GE divulgou uma entrevista exclusiva com o ex-head esportivo do Coritiba, Lucas Drubscky, onde o dirigente comentou sobre diversos temas de uma maneira bem aberta e sincera.

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O head deixou o Coritiba na última segunda-feira, quando foi demitido por decisão da SAF, que foi anunciada nesta semana. Em entrevista concedida para o GE, Drubscky comentou sobre vários pontos da sua passagem pelo Coxa: chegada de ZagO, Marcelino Moreno, montagem do elenco e porque o time está neste má fase.

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“Fui comunicado na segunda-feira. É uma decisão que parte de um modelo de administração novo que está chegando, que já tem seus profissionais escolhidos. É uma nova fase no clube. Por isso, eu saio tranquilo. Não saio satisfeito, poderíamos ter feito mais, faltou resultado, mas estou tranquilo. Minha saída não tem relação com trabalho mal feito, isso até foi frisado pelo presidente.”

Lucas Drubscky, ex-head esportivo do Coritiba

— É uma diretoria muito ponta firme. O Glenn (Stenger) foi o melhor presidente que eu trabalhei. Eles cobram muito. Mas, ao mesmo tempo, com uma firmeza e muito caráter nas tratativas do dia a dia. A relação foi de confiança.

Pelo Coritiba, Lucas era responsável por cuidar do departamento de futebol. O dirigente chegou no Coxa em setembro de 2022 e foi demitido na última segunda. Na sua passagem, Drubscky contratou 17 reforços para o Coxa e fez parte da janela com o maior investimento da história do clube paranaense.

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Por qual motivo o trabalho não chegou ao resultado esperado?

— O trabalho da antiga comissão técnica, inquestionavelmente, não deu certo. Tínhamos convicção quando montamos o elenco. Mas, até aqui, o elenco não deu liga. Os bons jogadores que trouxemos ainda não conseguiram se transformar em um time. Todos ali são bons, todos com um histórico para estarem aqui, mas não estão conseguindo demonstrar o futebol deles.

— Eu atribuo a esses fatores e a mais um: os bastidores da SAF terem se alongado há muito tempo. Eu não participarei das tratativas, mas sei que demorou o tempo que precisava demorar. Contudo, essa demora prejudicou. Era um ambiente de incertezas muito grande. Para o grupo de atletas, funcionários, para as comissões técnicas. Esse ambiente não foi saudável.

De que forma funciona o processo de contratação do Coritiba?

— A responsabilidade pelas contratações cai sempre no executivo, mas sempre são feitas por várias mãos. Eu tenho responsabilidade, sim, inquestionável, mas isso passa, por exemplo, pelo scout, diretoria e comissão técnica. A condução do processo 90% das vezes é tarefa do diretor de futebol. Mas, agora, o escolher esse ou aquele são várias pessoas que tomam a decisão final.

E você entende que a montagem do elenco foi positiva?

— Na hora da montagem, a gente tinha convicções muito claras. É óbvio que, hoje, depois de três meses de resultado da equipe, não tem como eu falar que eu estou satisfeito, claro que não. Toda contratação é uma aposta. O que procuramos fazer é tentar diminuir, ao máximo, o percentual de dar errado dessa aposta. Então, você traz jogadores com histórico de grandes clubes, grandes competições, bom desempenho. Isso te ajuda a diminuir, mas, ainda assim, não é certeza.

— O Coritiba teve o seu ano de maior investimento, mas, assim, você pega quanto Vasco investiu, o Inter, o Grêmio. Duas, quatro, cinco vezes mais. O que investimos até aqui, é o mínimo do mínimo para sermos competitivos. E, mesmo assim, nem isso estamos conseguindo.

— Mas isso não justifica, por exemplo, o desempenho que tivemos no Paranaense. É injustificável. FC Cascavel e Operário-PR ganharam com muita propriedade da gente, mas não são equipes melhores que o Coritiba. São times melhores. Mas, equipe, como um todo, não são.

Como classifica a janela após o Paranaense? Por qual motivo o clube encontrou mais dificuldades?

— Tivemos mais dificuldades, sim, muito pelo processo estrutural que o clube estava passando (chegada iminente da SAF). Essa vinda de atletas, do jeito que gostaríamos, foi dificultada. Os jogadores do Maringá foram muito bem avaliados. O Vilar veio de uma Série B, Matheus Bianqui também, o Marcos Vinicius com o histórico de formação em um clube grande. Todos com um perfil de querer vencer. Os contratos também são extremamente seguros. Foi um movimento seguro.

Ainda no tema, o Marcelino Moreno foi uma das principais contratações na janela e ainda não rendeu o esperado. Como avalia isso?

— Ele é um jogador extremamente introspectivo, que nunca esteve no Brasil. É do perfil dele ser mais recluso. Agora, qualidade ele tem, é absurda. O Boca Juniors não ia querer um jogador de qualquer jeito sendo um atleta ruim. Eu tenho muita confiança que ele pode render. Não depende só dele. A gente cobra das comissões técnicas colocar, mas depende dele, também, mostrar que precisa ser colocado. Eu tenho certeza que ele pode dar certo. Em defesa, se os jogadores que receberam alguns passes chave dele, tivessem feito os gols, ele já tinha quatro assistências. É um pouco ingrato essa questão do meia. Com um ambiente mais favorável, ele vai desenvolver esse futebol.

No período em que você esteve, três técnicos passaram pelo clube. Qual foi sua participação nesses processos?

— Eu não tive nenhuma participação na saída do Guto Ferreira e nem na chegada do António Oliveira, não fui consultado. O motivo é um assunto do clube. Porém, em relação ao Zago, eu tive participação direta. Ele foi o primeiro nome que coloquei em pauta.

E a demissão do António Oliveira? Você não acha que houve uma demora? Não poderia ter sido antes da intertemporada?

— A gente (departamento de futebol e diretoria) tinha esperança que seria diferente. Avaliamos e resolvemos aguardar, mas acabou que não aconteceu.

Você comentou da sua participação na escolha pelo Zago. O que fez ele ser o primeiro nome da lista?

— Ele tem uma carreira vitoriosa. Por onde passou, ele soube ser adaptável ao seu sistema de jogo e a maneira de jogar em relação ao elenco. E uma questão importantíssima é o pulso firme. Com ele não tem resenha com jogador. Entendemos que, para esse grupo, um treinador neste perfil seria essencial. Um pulso mais firme, menos parceiro de atleta.

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