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Mais Botafogo rompe com presidente do clube, Nelson Mufarrej

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Foto: Vítor Silva/Botafogo
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O grupo político “Mais Botafogo” rebateu, nas redes sociais, a entrevista divulgada na Botafogo TV sobre a venda do atacante Luis Henrique. Em nota, o grupo disse que “durante esta gravação foram feitas declarações, fora do contexto, totalmente inverídicas, a respeito do VP Executivo na época.”

O Mais Botafogo também afirmou que há algum tempo é preterido na condução do clube em detrimento de outro grupo político. Além disso, o Mais Botafogo destacou que chegou “ao ponto de limite de nossa participação, mesmo que apenas teórica, na administração do senhor Nelson Mufarrej.”

Confira a nota completa

Na última quarta feira, o presidente do Botafogo, senhor Nelson Mufarrej, em companhia dos senhores Carlos Augusto Montenegro e Manoel Renha, realizou a gravação de um vídeo destinado a esclarecer, aos botafoguenses, detalhes sobre a transferência do jogador Luiz Henrique.

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​Durante esta gravação foram feitas declarações, fora do contexto, totalmente inverídicas, a respeito do VP Executivo na época.

Segundo estas afirmações, o VP Executivo teria decidido alocar recursos de projetos incentivados ao basquete, em detrimento do futebol amador, e que fez com que ficássemos com apenas 40% dos direitos econômicos do jogador, gerando um prejuízo potencial ao Botafogo de 25 milhões de reais.

Para o esclarecimento definitivo deste assunto, basta destacarmos alguns fatos e suas fundamentações:

Primeira: a decisão de aplicar recursos incentivados no basquete ocorreu quando apenas este esporte possuía projeto aprovado pela Secretaria Estadual de Esportes. Assim, não houve a escolha entre um ou outro projeto, pois possuíamos apenas um, o do basquete;

Segunda: esta decisão não foi tomada pelo VP Executivo, mas pelo Presidente, em conjunto com todo o Conselho Diretor.

Terceira: esta decisão foi tomada no início de 2018, portanto foi bem anterior à contratação do jogador, ocorrida em setembro de 2018;

Quarta: recursos de projetos incentivados não podem ser usados para a aquisição de direitos econômicos de jogadores;

Quinta: quando da renovação do contrato do jogador, em dezembro de 2019, ocasião em que poderíamos ter aumentado nossa participação nos direitos econômicos, os recursos que tínhamos disponíveis eram os originários da venda do zagueiro Pimenta, cerca de 1,5 MM de reais, que foram totalmente entregues ao Comitê Gestor do Futebol, que decidiu usar apenas 500 mil na renovação, ficando com 40% dos direitos econômicos do jogador, não tendo havido nenhuma participação do VP Executivo nesta decisão.

Certamente que a suposição de perda de recursos é o que popularmente se chama “engenharia de obra pronta”, com a qual, por princípio, não concordamos, por entendermos que as decisões são tomadas à luz de fatos e situações que se apresentam naquele momento. Todavia, se pretende-se utilizar deste tipo de análise, já sabemos onde buscar o responsável.

Tendo em vista que as afirmações feitas, irresponsavelmente, atingiam direta e pessoalmente ex Vice Presidentes, Diretores, bem como o próprio Presidente, que de maneira surpreendente permitiu que o vídeo fosse divulgado (não foi uma transmissão ao vivo. Foi uma gravação feita, para posterior edição e divulgação, tendo sido determinado que não houvesse edição e que o vídeo fosse imediatamente divulgado), o Mais Botafogo buscou, junto ao Presidente, que este, perfeito conhecedor dos fatos acima citados, divulgasse, de alguma forma, a correção necessária.

​Infelizmente, o Senhor Nelson Mufarrej não assumiu sua responsabilidade, necessária à correção do lamentável episódio, preferindo, por tibieza ou conveniência, permitir que a moral de representantes do Mais Botafogo e, consequentemente, de todo o grupo, fossem enxovalhadas com a divulgação de versões fantasiosas, na sua presença e com sua autorização.

​O Mais Botafogo vem sendo, já há algum tempo, preterido na condução do Clube. Em que pese todo apoio que prestamos ao Presidente e às diversas conquistas obtidas graças ao nosso apoio, fomos sendo colocados de lado, em detrimento de outro grupo, que hoje apresenta candidato às eleições e o classifica como de oposição.

O Mais Botafogo entende que chegamos ao ponto limite de nossa participação, mesmo que apenas teórica, na administração do senhor Nelson Mufarrej.

Esta decisão já foi considerada anteriormente, mas face à grave situação financeira enfrentada pelo Botafogo e o processo de transformação em SA, julgamos que, como responsáveis pela condução do atual presidente ao cargo, deveríamos manter nossa posição, quanto menos não fosse para não causar problemas para a consecução dos objetivos indispensáveis à sobrevivência do Botafogo.

Hoje, os assuntos que estavam sob a responsabilidade dos representantes do Mais Botafogo, basicamente limitados às áreas financeiras e jurídica, estão equacionados.

Dentre eles ressaltamos o que talvez tenha sido o principal legado dessa administração: o projeto para transformação do futebol do Botafogo em uma SA. Este projeto teve desde o seu nascedouro, a participação do Mais Botafogo. Em que pese a criação de um grupo, externo ao Mais Botafogo, que, certamente, muito contribuiu, através da experiência em assuntos financeiros de cada um dos seus membros, o Mais Botafogo foi o responsável pelo gerenciamento da concepção e desenvolvimento do projeto, que hoje encontra-se na fase de captação de recursos. Após esta fase ser suplantada, respeitados os condicionantes de performance esportiva que constam do projeto, teremos um novo Botafogo, do qual todos nos orgulharemos.

Outro, de cunho mais imediato e extremamente importante, era a manutenção dos salários em dia, não só pelo impacto que o atraso pode trazer à performance esportiva, pela perda de foco, mas também pelo inimaginável impacto que tem sobre a vida de todos os nossos funcionários. Este problema foi contornado de forma pontual há cerca de 2 semanas atrás, e hoje todos os salários estão em dia. Ontem, em decisão da Justiça do Trabalho, numa grande vitória do nosso Jurídico, o foi garantido o pagamento em dia de funcionários e jogadores (inclusive direitos de imagem) até o final do ano, e, se a situação permanecer sem modificações, por mais dois anos.

Desta forma, estando o nosso futuro de curto e médio prazo, naquilo que dependia do Mais Botafogo, resolvido, e o de longo prazo estruturado, podemos, nos afastar de uma administração que não nos entende como necessários, sem a preocupação de podermos estar, com nossa atitude, prejudicando nossa razão de aqui estarmos, que é o Botafogo.

Os Vice-Presidentes permanecerão em seus postos, se assim for desejo do Presidente, por julgarmos que são posições de alta complexidade, nas quais a passagem deve ser feita com uma transição responsável.

Infelizmente, deixamos de participar de administração do Botafogo em um momento muito ruim para o futebol, com o time frequentando com assiduidade a zona do rebaixamento, situação preocupante e que muito nos entristece, pois, assumimos o Clube na série B, subimos para a série A como Campeões Brasileiros da série B e nunca passamos por situação semelhante desde então.

​Como é do conhecimento público, o futebol é uma área da qual fomos afastados pelo Presidente, que optou, desde o último trimestre de 2019, por entregar a gestão, a um grupo não pertencente ao Mais Botafogo, chamado de Comitê Gestor do Futebol, ao qual desejamos, com toda sinceridade, que encontrem o caminho para nos tirar o futebol da situação em que nos encontramos.

O Mais Botafogo seguirá seu caminho, sempre baseado na honestidade, ética e lealdade. AO BOTAFOGO TUDO. DO BOTAFOGO NADA

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