Futebol Internacional
Mais de 6,5 mil trabalhadores imigrantes morreram no Qatar desde escolha como sede da Copa de 2022, revela jornal
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Mais de 6.500 trabalhadores imigrantes morreram na preparação da Copa do Mundo no Qatar. De acordo com reportagem do jornal britânico “The Guardian”, publicada nesta terça-feira, as mortes vêm ocorrendo desde 2010, ano em que o Qatar foi escolhido como sede do Mundial de 2022.
Os imigrantes vem de países como Índia, Bangladesh, Paquistão e Sri Lanka. Dados oficiais dessas nações revelam que 5,927 trabalhadores morreram em território qatari entre 2011 e 2020. A embaixada paquistanesa no país sede da Copa revelou separadamente a morte de 824 operários.
Na última década, o Qatar entrou em um processo gigantesco de obras, reformas e construções na infraestrutura do país para sediar o torneio da Fifa. Dentre os projetos, está a construção de uma nova cidade, projetada especialmente para sediar a final da Copa do Mundo.
Nick McGeehan, advogado especializado em direitos trabalhistas na região do Golfo, destacou o período em que ocorreram os óbitos dos operários desde o início da preparação para a Copa.
– Uma proporção significativa de trabalhadores imigrantes que morreram desde 2011 só estavam no país porque o Qatar ganhou o direito de sediar a Copa do Mundo em 2022- destacou McGeehan.
O escândalo revelado pelo jornal também mostra que as mortes são categorizadas em sua maioria, cerca de 80%, como “causas naturais” pelo governo qatari dentre os trabalhadores imigrantes. Acidentes de trânsito representam 12%, acidentes de trabalho 7% e suicídio também 7%.
A falta de transparência do governo do Qatar também foi destaque na reportagem do The Guardian, visto que, segundo testemunhas nos locais, operários saudáveis e jovens foram encontrados mortos e seus óbitos foram contabilizados como “causas naturais”.
O comitê de organização da Copa lamentou as mortes ocorridas durante as obras no país, dizendo que “investigou cada incidente e manteve a transparência e questiona os números imprecisos dos trabalhadores mortos”. O porta-voz da Fifa afirmou que a entidade está comprometida em proteger o direito de quem trabalha diretamente nos projetos da federação.
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