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#Maraca70ENM: Presentes no Fla-Flu de 95, jornalistas relembram atmosfera do estádio no eterno “Gol de Barriga”

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Segundos antes do curso da história do Fla-Flu ser modificada. Foto: Reprodução/TV Band
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Em mais uma matéria do Especial #Maraca70ENM, onde o Esporte News Mundo homenageia os 70 anos do maior estádio do mundo, fomos atrás de pessoas que estiveram presentes no templo para a decisão do Campeonato Carioca de 1995. Sim, o famoso “Gol de Barriga”, que coroou um Fluminense que, apesar de não ser favorito antes do torneio começar, terminou campeão e invicto contra o Flamengo, dando um dia de êxtase para os tricolores naquela tarde quente, porém chuvosa, do Rio de Janeiro. Conversamos com três jornalistas que cobriram a decisão e um torcedor do Fluminense, que tinha 17 anos à época e vivenciava o auge de sua paixão pelo futebol. Paulo Vinícius Coelho (à época na Revista Placar, hoje no SporTV); Cícero Mello (à época na Rádio Globo SP, hoje na ESPN) e Sergio Lobo (à época na Rádio Tupi, hoje no esporte da TV Globo). O torcedor é Luís Valdetaro (à época estudante, hoje jornalista formado), tricolor fanático que sempre acompanha o Flu e foi ao jogo do título com o irmão e dois amigos. Eles eram apenas quatro dos 112.285 pagantes e 120.418 presentes no Maracanã.

Renato Gaúcho abre o placar no primeiro tempo. Foto: Reprodução/TV Band

Todos receberam as mesmas quatro perguntas, cujas respostas vão te fazer viajar um pouco no tempo e se sentir, lendo essa matéria, como se estivesse dentro do estádio, olhando para o relógio e aguardando o pontapé inicial de uma final carioca com grito de “É campeão!” no Maracanã. Paulo Vinícius Coelho, do SporTV, entre memórias, alcunhou o gol como “histórico”. Cícero Mello, da ESPN, fez uma confissão curiosa, relacionada ao seu amor pelo Fluminense, que nunca escondeu. Sergio Lobo, da TV Globo, revelou que não viu o gol de barriga, pois estava no túnel para o gramado. E o Tricolor Luís Valdetaro se diverte em meio às lembranças do antigo “Maraca”. Confira e divirta-se também!

Esporte News Mundo: 1- Como estava a atmosfera do estádio no dia dessa decisão?

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Sergio Lobo: “Na época eu travalhava na Rádio Tupi e a minha função era justamente fazer o ambiente do jogo. Lembro que cheguei muito cedo, 12h30. A Tupi tem um programa Bola em Jogo, e a gente chegou, eu e mais um colega, Marcos Tinoco, para fazer a mesma função, de girar pelo estádio. Eu fui acompanhar a galera chegando. Era muita gente, muitos carros, bandeiras, fogos. A torcida do Flamengo era maior no estádio porque tinha a geral, que era um termômetro. Nas arquibancadas a torcida do Flamengo estava um pouco maior, mas no cômputo geral digamos que era 65% a 35% (para o Flamengo). Aquele jogo teve uma característica: nesse horário mais cedo o tempo estava firme. Ele foi virando no decorrer da tarde. Estava muito calor, quente, abafado, mas o tempo virou. Então estava um ambiente festivo, não teve “porrada” lá fora. Era ambiente de jogo, decisão, galera animada.”

Luís Valdetaro: “Eu tinha 17 anos. Fui no jogo com meu irmão e com mais dois amigos. Pelo lado do Flu, a atmosfera estava ótima. A gente estava super confiante. Já tinha ganho do Flamengo, 3×1 e 4×3 e um empate (0x0). Então a gente estava confiante demais para o jogo. Agora tem sempre aquela atmosfera, a torcida do Flamengo acha que é o melhor time do mundo. De fato tinha o Romário, que tinha acabado de ser eleito o melhor jogador do mundo, campeão da Copa. Os caras estavam confiantes e a gente também. Mas a gente estava numa fila de nove anos. Então foi realmente maravilhoso.”

Paulo Vinícius Coelho: “Ambiente muito de “Flamengo vai ganhar”. Era “já ganhou”. Eu nunca acreditei muito nisso. Você só ganha no campo, na hora de jogar. E o Flamengo não tinha vencido nenhum Fla-Flu no ano. Então tinha a história do Lima marcar o Romário, o 0x0, primeiro jogo oficial do Romário. O Fluminense era, em tese, o mais fraco. Flamengo com Sávio, Romário, investimento, Fluminense que tinha: Welerson; Ronald, Sorley, Lima, e Lira; Márcio Costa, Djair, Aílton, Rogerinho; Renato e Leonardo era um “patinho feio”. Mas fez o 2×0, Flamengo foi buscar o empate. Desci da tribuna com o Flamengo campeão. Na hora que eu pisei no gramado eu ouvi a torcida do Fluminense e Renato comemorando. Torcedor do Fluminense ia para ganhar, se apoiava nas estatísticas. Romário nunca tinha feito gol contra o Fluminense. Tinha o torcedor do Fluminense que ia cofiante, mas sabendo que era azarão. Luxemburgo, Romário, Sávio, Branco, ano do centenário. Era um Maracanã que se dividia. Eu não lembro massacrante maioria não, pode ser 60-40. O Flamengo era favorito e o ambiente era rubro-negro.”

CM: “Lembro que o clima era de final, Fla-Flu. Como sempre Maracanã com mais de 100 mil pessoas. Eu lembro que a torcida do Flamengo estava em bem maior número, o que seria o título do centenário. Torcida estava dando muita importância. Lembro de ouvir gente falando: “Vamos ganhar desse “timeco” do Fluminense”. Torcida do Flamengo tinha certeza que seria campeão. Mas por outro lado a torcida do Fluminense estava na esperança de mais uma vez o “timinho” ganhar do Flamengo. Muitos títulos importantes do Fluminense foram conquistados em cima do Flamengo. Flamengo tinha Sávio, Branco, Romário, grandes jogadores, o técnico Luxemburgo. Mas a torcida do Fluminense dizia em decisão contra o Flamengo o time crescia.”

Romário diminui para o Flamengo aos 26 do segundo tempo. Foto: Reprodução/TV Band

ENM: 2- Quem a imprensa apontava como favorito para o jogo?

SL: “O Flamengo era o favorito. Mas não era muito favorito. Até pelo Fluminense não ter perdido para o Flamengo anteriormente, nenhum dos outros três jogos, 0x0, 3×1 e 4×3, o Fluminense entrou com essa situação (a seu favor). A vitória garantia o título, vitória que já tinha acontecido duas vezes. Então o Flamengo era um favorito com o pé atrás. Favorito por jogar pelo empate e por ter um melhor elenco, Vanderlei Luxemburgo estava na crista da onda na época, tinha sido campeão Brasileiro, ótimo trabalho no Palmeiras, mas logo no primeiro tempo a coisa quase foi para o vinagre porque o Fluminense abre 2 a 0. Tem o componente da chuva também. O jogo começa no seco, mas começa a desabar um pé d’água logo no começo do primeiro tempo, que é quando o Fluminense abre a vantagem. O Flamengo era um time mais leve, de mais toque. E o time do Fluminense tinha muita força física. O Flamengo tinha um favoritismo, mas o Campeonato mostrou que o Fluminense tinha condição, sim, de vencer o jogo.”

LV: “Não me lembro muito bem, mas acho que estava dividido. Porque mal ou bem o Fluminense tinha ganho duas vezes do Flamengo, tinha trazido o Renato Gaúcho do Atlético-MG, que estava comendo a bola. Tinha um favoritismo para o Flamengo, o empate era deles.”

PVC: “Eu liguei para o pessoal da redação da Placar em São Paulo e eles já falavam comigo como se o Flamengo fosse ser campeão. O Flamengo tinha sim o favoritismo, mas o Fluminense se embasava na invencibilidade que tinham no duelo naquele ano.”

CM: “A expectativa também era de um favoritismo para o Flamengo. Quando viram as duas escalações, Flamengo tinha Romário, considerado o maior jogador do mundo, o Sávio, grande ídolo da torcida, feito em casa, jogadores promissores campeões da Copa São Paulo, Fabinho, Marquinhos, ainda tinha outros jogadores consagrados, Branco, Gélson Baresi, Jorge Luis também muito bom. Time do Flamengo era um time bom, que tinha um extra-classe. Fluminense, tirando o Renato Gaúcho, tinha jogadores medianos, vindos de times pequenos. Fluminense tinha três jogadores. Renato Gaúcho se tornou um grande ídolo da torcida por causa do gol de barriga, um jogador que tinha passado em grandes clubes, único craque. Djair, meio-campista, muito bom jogador e o Super Ézio, que nesse jogo o Joel (Santana) optou por deixar no banco. Tinha o garoto Leonardo, que veio de um time de Três Rios, revelação, Ézio era o ídolo da torcida e estava no banco. A torcida não concordava com isso. Então quando apareceu a escalação a torcida ficou mais para baixo, de que não daria pra ganhar só com o Renato Gaúcho. Então o clima da imprensa era de que o Flamengo era muito superior, muito favorito. Ainda mais no ano do Centenário. “

Placar do antigo Maracanã com a geral cheia. Foto: Reprodução TV/Band

ENM: 3- Você acha que a gozação entre torcedores diminuiu ou aumentou em relação a 1995?

SL: “A zoação vai ter, sempre vai ter. Eu só acho que hoje as coisas estão mais fora de controle. Nós regredimos, ao invés de progredirmos. Apesar de que dentro do Maracanã saía muito mais “porrada” antigamente, eu não lembro de ter tido neste jogo em questão, eu estava girando pelo estádio, tinha muito policiamento. De zoação, sacanear um ao outro, brincadeira, tinha lá, tem aqui e vai ter amanhã também. Naquela época era muito mais lúdica essa coisa. Nesse aspecto, a situação não é de violência, eu digo de psicológico, as pessoas estão mais raivosas, intolerantes. Nesse aspecto piorou muita coisa. Mas em termos de segurança melhorou demais.”

LV: “Tinha escola no dia seguinte, foi sensacional. Eu estudava num colégio na Zona Sul, tinha Tricolor para caramba. Foi uma festa. Estava no terceiro ano, todo mundo de camisa, uma farra danada, tirando sarro. Normal, os flamenguistas estavam arrasados, arrasados. Naquela época, você, adolescente, respira futebol. Não sei se mudou muito assim. Da minha parte eu nunca fui muito de ficar zombando, não. Eu era mais de curtir com meus amigos. Nunca fui de zoar pesado, ficava bem triste quando perdia, então não gostava de exagerar na zoação. Mas faz parte. Não vejo tanta diferença, não.”

PVC: “Na zombação não mudou, embora tivessem questões politicamente incorretas, como as músicas que a torcida do Fluminense, samba da Mangueira, falando sobre a mulher do Romário. Isso diminuiu um pouco, não desapareceu, mas diminuiu. O que eu acho que há é que hoje você vende ingresso para sua torcida, mudou a característica do clássico. No Maracanã o que eu acho que aconteceu: as torcidas de Vasco, Botafogo e Fluminense passaram a ter mais medo de ir ao Maracanã nos clássicos contra o Flamengo. A supremacia do Flamengo hoje parece maior do que anos 90. Era mais comum ver a arquibancada dividida. Época do Dener, Vasco x Flamengo lá tinha mais vascaínos que flamenguistas.”

CM: “Mudou. Até inicio dos anos 200 existia um respeito maior do torcedor contra o adversário. A gozação era mais saudável, tinha ainda a geral. O torcedor era mais puro. Mudou muito o perfil. Torcedores saíam juntos praticamente na rampa e iam assim: a que ganhava saía gozando a outra e a que perdia ficava calada, mas as duas sabiam que ia ter troco. Da próxima vez ia ser o contrário, elas se respeitavam mais. Mas as torcidas organizadas passaram a ter bandidos infiltrados e com facções criminais, então tem muitas brigas de torcida de facções. Por isso elas brigam entre elas. O banditismo no futebol começou bem depois. Hoje você não pode deixar chegar junto torcida do Vasco e Flamengo porque tem “porradaria”, morteiro, hoje as pessoas veem o torcedor adversário como inimigo, antigamente via como adversário. Outra coisa que mudou é que o futebol elitizou muito. Naquele tempo quem frequentava era o torcedor raíz, torcedor mais pobre, que não tinha dinheiro, fazia esforço muito grande, abria mão de alguma coisa no mês. Futebol elitizou por causa das grandes arenas, principalmente. Ficou caro o futebol. Hoje considero quase como um cinema, teatro. Dentro do estádio diminuíram as brigas, esse torcedor que está dentro do estádio leva a família, criança, mulheres vão mais do que antigamente. Esse ponto é bom, você também tem menos briga, menos confusão, os estádios são mais confortáveis. Mas em compensação você sente que o clima é diferente. Os torcedores de hoje não são tão fanáticos como eram em 1995.”

Renato segundos antes de fazer história. Foto: Reprodução/TV Band

ENM: 4- O gol de barriga foi o gol mais bizarro que você já viu em estádio?

SL: “Eu não vi o gol do Renato, que na verdade foi do Aílton. A bateria do nosso equipamento arriou com 15 minutos do segundo tempo. Por orientação da rádio, assistimos boa parte do segundo tempo dentro da cabine para poder carregar o equipamento, porque no final seria fundamental ele estar carregado para a gente fazer a festa do campeão. A gente desceu com 38, por aí. Mas para chegar no campo, na época, era outro caminho a se fazer. Era um caminho mais longo. Quando a gente estava lá embaixo, antes de acessar o corredor do túnel central, a gente ouve que saiu gol. Aí eu digo: acho que foi do Fluminense. Se fosse do Flamengo seria um estrondo, tinha empatado um jogo (2×2), estava gritando que ia ser campeão. Dito e feito. Quando saímos, olhei automaticamente para o lado direito e a galera (do Fluminense) fazendo a festa, gritando “é campeão”. Eu só fui ver o gol do Renato em casa, no VT do jogo à noite. E estava rolando a dúvida de quem fez o gol. Nós descemos no vestiário do Léo Feldman (árbitro do jogo). Ao vivo para a gente, ele falou que, na súmula, estava que o gol foi do Aílton. Então o gol do título tem dois autores: o intelecto, real (Renato Gaúcho) e o verdadeiro, que está na súmula (Aílton). Não foi o gol mais bizarro. Já vi gol sem querer, até porque, num jogo Flamengo e Botafogo, em 1981, 3×1, o Flamengo faz 1 a 0 com gol de barriga do Zico. Então não foi nem o primeiro gol de barriga que eu vi (risos).”

LV: “Acho que sim. Sensação maravilhosa. 17 anos, Flamengo com Romário. Era quase como hoje você ser um torcedor do Boca e ver o Messi ir jogar na Argentina. Melhor jogador do mundo, 28 anos de idade, auge físico e já muito experiente. E naquela época o estadual não era essa “baba” que é hoje. Tinha um nível melhor. Foi um dos mais bizarros, sim. Muita alegria, Fluminense com menos um. Tinha um expulso para cada lado, mas aí o Flu teve mais um expulso depois que o Flamengo empatou. Então o Fluminense fez esse gol já com menos um, então foi inesperado. Era uma vitória muito pouco provável, muito maneiro. Mas o gol do Washington contra o São Paulo nas quartas de final da Libertadores (2008) também foi muito bizarro, no último lance, no Maraca. Cruzamento do Thiago Neves. Foi uma explosão bizarra. Deu a saída acabou o jogo, foi maravilhoso.”

PVC: “Tem o gol do Raí de púbis (contra o Barcelona, pelo São Paulo), que é bizarro, mas eu não vi do estádio. O gol do Renato, a sensação não é de que era bizarro. Teve gente saindo achando que o gol era do Aílton. O Fabinho dá condição ao Renato e assiste ao chute do Aílton. Se ele encosta no Renato, ele não faz o gol. Coloco como um gol histórico que eu vi na minha vida. Especialmente porque eu pisei no gramado e vi a torcida do Fluminense comemorando, então eu falo que foi um gol histórico.”

CM: “Outro dia no Bate-Bola (programa da ESPN) a gente tava falando sobre os gols mais importantes do Maracanã. Pensei e puxei um contra-ponto. Se for para eleger os gols mais importantes, de maior repercussão, pensei em uns gols mais bizarros, diferentes, hilários e cheguei a dois gols: um foi o de barriga do Renato Gaúcho, foi o gol mais bizarro principalmente por ser gol do título. Se fosse um jogo normal, Fluminense x Madureira com gol de barriga, ninguém falaria tanto. Mas o gol deu um título ao Fluminense, tirou o único título do Flamengo e foi no finalzinho do jogo, com uma dramaticidade muito grande. Quem poderia imaginar um time inferior ganhando com um gol assim: a bola bate na barriga do principal jogador. Ele tinha categoria para fazer gol de bicicleta, driblando vários adversários, voleio, gols normais, de cabeça, mas não. Fez um gol que ele nunca fez na vida. Dificilmente a gente vai ver de novo. Eu considero esse o mais bizarro. Mas um outro, também pela importância, é o gol de cavadinha do Loco Abreu (final do Carioca de 2010, Botafogo x Flamengo). Tem que ser muito maluco para bater daquele jeito. Se o goleiro não se mexe, pode defender com uma mão só, cabeça, de bunda até. Adendo: Sou Fluminense, nunca escondi. Foi a única vez que vibrei com o Fluminense enquanto cobria um jogo. Normalmente vibro contido, tem que ser profissional. Por dentro você fica feliz, mas não faz nenhum gesto, não pula. Tem que se conter. Eu cobri o jogo pela Rádio Globo de SP, que transmitiu. Quatro meses depois eu tava na ESPN. Quando acabou o jogo e eu tive que fazer entrevista, fiz com o Lira, porque ele tinha sido expulso. Ele estava saindo do banco e eu fiz essa entrevista chorando de emoção. Não consegui conter a emoção, era no finalzinho. Eu tava tão emocionado, para você ver o que representou para a torcida do Fluminense. Já vi o Brasil ganhar, Brasil perder, mas a única vez que eu deixei a emoção me tomar na carreira, foi essa. A única vez na carreira de quase 35 anos de profissão. Até o ponto de fazer a entrevista com lágrimas.”

Renato enlouquece o Maracanã: Fluminense campeão. Foto: Reprodução TV/Band

A gente entende, Cícero. O futebol é maravilhoso. Obrigado, Maracanã! E parabéns! Que venham muitos mais anos e histórias inesquecíveis para contar e te manter vivo para sempre, Maior do Mundo.

O Esporte News Mundo está com uma série de reportagens especiais sobre os 70 anos do Maracanã. Ao longo dos dias, o site relembra os principais acontecimentos marcados na história do estádio.

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