Basquete
Morre o ex-presidente da CBB, Gerasime Bozikis, o Grego, aos 79 anos
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Na manhã desta sexta-feira (4), o ex-presidente da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), Gerasime Bozikis, o Grego, morreu aos 79 anos. A causa da morte não foi revelada. Figura controversa, o dirigente comandou a entidade de 1997 a 2009, período da criação da Liga Nacional de Basquete (LNB), mas que ficou marcado por problemas de gestão e alguns dos piores resultados da história da seleção brasileira masculina.
Apelidado de Grego, o dirigente nasceu em Atenas e chegou ao Brasil aos 16 anos. Nas décadas de 1950 e 1960, jogou basquete no Sírio, Nova Friburgo, América, Tijuca, e no Botafogo, onde foi diretor antes de presidir a Federação de Basquetebol do Rio de Janeiro, entre 1985 e 1996.
– Grego era um apaixonado pelo esporte. Um cara que pude conhecer melhor após assumir à presidência da CBB e que me surpreendeu positivamente pela sua simplicidade e pelo seu caráter. Meus pêsames à família e meu carinho. Sintam-se abraçados e orgulhosos pelo homem que ele foi. Meu respeito e admiração – declarou o atual presidente da CBB, Guy Peixoto.
Grego sucedeu o ex-técnico Brito Cunha no comando da CBB e ocupou o cargo máximo da entidade por três mandatos. Em sua passagem, o Brasil sediou a Copa do Mundo de Basquetebol Feminino de 2006. Apesar das goteiras no ginásio do Ibirapuera, a seleção alcançou o quarto lugar na competição, liderada por Janeth Arcain. Uma das maiores jogadoras do basquete nacional, campeã mundial em 1994, tetracampeã da WNBA e integrante do Hall da Fama da FIBA, Janeth também levou o país ao bronze nas Olimpíadas de Sydney-2000 e à quarta colocação em Atenas-2004.
No entanto, o desempenho do basquete masculino na gestão de Grego foi decepcionante. Além de não se classificar para os Jogos Olímpicos de Sydney-2000, Atenas-2004 e Pequim-2008, o Brasil amargou o 19° lugar no Mundial do Japão, em 2006, pior colocação do país na história do torneio até então. A época ficou marcada por atritos do dirigente com o principal jogador da seleção, Nenê, que pediu dispensa e ficou quatro anos afastado por discordar de atitudes da administração da entidade.
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As controvérsias em torno do dirigente não param por aí. Grego usou o dinheiro da CBB para gastos pessoais, como o pagamento do plano de saúde da esposa e das duas filhas, e foi denunciado por repassar recursos da entidade a empresas ligadas à sua família e a aliados políticos, o que fez com que suas contas fossem contestadas pela Eletrobras, que patrocinava a Confederação na época.
Depois de passar pela entidade, Grego foi presidente da Consubasquet, instância máxima do esporte na América do Sul, e fez parte do Comitê e Conselho de ética da Federação Internacional de Basquete (FIBA). Em 2013, ele voltou a se candidatar à presidência da CBB, mas foi derrotado por Carlos Nunes, que o acusou de ter deixado uma dívida de R$11 milhões quando saiu do cargo em 2009.
Apesar dos episódios polêmicos, a administração de Grego cumpriu papel importante no processo de chancela da CBB à Liga Nacional de Basquete (LNB), em 2008. A criação da Liga, que hoje é responsável pela organização do NBB, foi fundamental para o desenvolvimento do basquete de clubes no Brasil nos últimos anos.
– O basquete brasileiro deu um salto de qualidade na administração do Grego, e depois ele estendeu isso na ConsuBasquet, levando esse trabalho para toda a América do Sul. Um dos caras mais apaixonados pelo basquete que eu conheci, e que teve o privilégio de fazer parte do comitê mais prestigiado da FIBA, mostrando sua relevância ao esporte – disse o diretor institucional da CBB, Marcelo Sousa.