Corinthians
Na atual temporada, Corinthians vence quando tem menos a bola
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Sob o comando de Tiago Nunes, o Corinthians vive uma fase de transição de culturas. O presidente do clube, Andrés Sanchez, o contratou para isso, como o treinador confirmou em entrevistas anteriores. Da ideia compacta, com foco defensivo e de construção rápida, com Mano Menezes, Tite e Fábio Carille, o Corinthians buscava mudança.
O atual treinador chegou como um percursor do jogo de movimentação, troca de passes e mais “ofensivo”. O Corinthians mostrou lampejos dessa filosofia, mas não atingia os resultados esperados. Depois da paralisação, a equipe alvinegra embalou seis jogos sem derrotas e sem sofrer gols. Os resultados vieram, mas o desempenho ficou aquém.
O mesmo time “acanhado”
O que tem acontecido desde a chegada de Tiago Nunes, entretanto, não condiz com a ideia do técnico. Em confrontos contra clubes da Série A na atual temporada (somando estadual e nacional), de modo geral, o Corinthians tem se dado melhor sem a posse da bola.
Em 2020, o Timão só venceu equipes da primeira divisão brasileira quando teve menos a bola que o adversário. O primeiro rival, o Santos, teve 61% de posse durante a partida, válida pelo Paulistão. É verdade que os gols saíram no começo das duas etapas (um aos dois minutos, o outro aos 47). O mesmo aconteceu contra o Red Bull Bragantino, com gol de Éderson no primeiro minuto de jogo. Naquela ocasião, o time do interior teve 53% da bola na partida.
No clássico contra o Palmeiras, logo após a volta do estadual, o Corinthians venceu por 1×0. Novamente, teve menos a bola: 56% de posse para o alviverde. Contra o São Paulo, o Timão conseguiu ter mais tempo com a posse ao longo do jogo, por mais que a diferença seja mínima – 51% contra 49% do tricolor. Ainda assim, mesmo no primeiro tempo, quando o alvinegro teve mais domínio, o São Paulo foi superior em finalizações e chances criadas.
Ter a bola é ter problemas
Nas finais do Paulistão, a bola esteve com o Corinthians. Foram dois bons primeiros tempos, onde a posse resultava em criação de chances. Em ambas as partidas, o Timão teve 58% do tempo com a bola. Na primeira etapa do jogo inicial e no segundo tempo da decisão, o time de Tiago Nunes conseguiu 61% e 62%, respectivamente. Mesmo com esses números, a superioridade não foi traduzida em gols.
Na estreia do Campeonato Brasileiro, contra o Atlético Mineiro, a história se repetiu. Sem a bola, o Corinthians conseguiu ser eficiente em suas poucas investidas. No primeiro tempo, que viu o clube paulista abrir uma vantagem de dois gols, o Atlético teve 64% de posse. Foi na segunda etapa, em que o Corinthians terminou com 55% da bola, que o time mineiro fez três gols em nove minutos.
Os jogadores já comentaram, em entrevista coletiva, que entendem mais a ideia de Tiago Nunes e que, cada vez mais, conseguem aplicá-la. Cássio, Gil e Gabriel comentaram sobre os meses parados serem de reflexão e a volta do futebol trazer evolução. Ainda assim, o desempenho corintiano parece estar cada vez mais longe do que era esperado quando o treinador foi anunciado.
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