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No Cruzeiro, Felipe Conceição repete o passado, pretere ‘camisas 10’ e encontra em Rômulo o meia ideal

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O verso composto, cantado e eternizado por Cazuza em “O Tempo Não Para” nada tinha a ver com futebol, mas serve para ilustrar a relação entre Felipe Conceição e a função de “camisa 10”, típica do futebol brasileiro. À frente do Cruzeiro, o treinador de 41 anos repete o passado, principalmente aquele vivido no Red Bull Bragantino entre ele e o meia-atacante Claudinho, eleito o melhor jogador da última edição do Campeonato Brasileiro.

Com Felipe Conceição, antes dos 18 gols, 6 assistências e a artilharia compartilhada do Brasileirão 2020, Claudinho viveu maus momentos. Quando não ficava na reserva, era escalado pelos lados de campo ao contrário da preferência do jogador, que em agosto do ano passado, após empate com Santos na primeira rodada do campeonato, declarou ter mais facilidade em “jogar como meia, por dentro”.

Àquela altura, Claudinho havia sido destaque e melhor jogador da Série B vencida pelo Massa Bruta, em 2019. Agora, na Toca da Raposa, ainda que com muito mais a provar, Marcinho, Claudinho (homônimo menos conhecido, ex-Ferroviária), e Marco Antônio, meias de origem do elenco celeste, também sofrem para se adaptar ao estilo de Conceição.

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Marcinho fez apenas um gol em 11 jogos pelo Cruzeiro até aqui (Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro)

Via de Regra, Felipe “Tigrão” (apelido da época de atleta ) escala suas equipes em um 4-3-3, com um triângulo no meio-campo, composto por um volante na base, e dois meio-campistas com obrigações ofensivas e defensivas. Na dupla de meio, um dos jogadores costuma atuar de “área a área”, função que Matheus Barbosa cumpriu em boa parte do tempo da “Era Conceição” até aqui. O outro, usualmente, carrega mais características de articulação.

Nos times do treinador, porém, o auxílio defensivo ao volante deste meio-campo é compartilhado entre os dois meias mais avançados. E aí está a dificuldade dos meias-atacantes de origem. Marcinho, que iniciou o ano como titular, cumpriu uma função mais avançada, protegido por dois volantes, quando, no Sampaio Corrêa, foi o melhor de sua posição na Série B 2020 de acordo com estatísticas de “Sofascore” e “ESPN Brasil”. Foi desta forma que também se destacaram Claudinho e Marco Antônio nas categorias de base de Ferroviária e Cruzeiro, respectivamente.

A exceção fica por conta de Lucas Crispim, camisa 10 que viveu o auge da carreira com Felipe Conceição no Guarani durante o segundo turno da Série B do ano passado. No entanto, como explica Lucas Rossafa, setorista dos times de Campinas no Esporte News Mundo, Murilo Rangel, volante de origem, companheiro de Crispim no meio-campo, era o jogador mais cadenciado da dupla, pela esquerda. Assim, organizava-se um sistema compensatório para que o meia revelado no Santos atuasse com mais liberdade pela direita – fazendo, com maior vocação ofensiva, o que hoje faz Matheus Barbosa pela Raposa.

Lucas Crispim viveu fase de destaque com a camisa do Guarani (Foto: Divulgação Guarani)

Enquanto não encontra formas de extrair o melhor de seus meias-atacantes, Felipe Conceição encontrou em Rômulo o homem perfeito para a posição. Com qualidade ofensiva acima da média e poder de recomposição justificado pelos anos no duro futebol italiano, aquele que de quem se esperava competição com Matheus Barbosa, agora forma dupla sólida com o ex-jogador do Cuiabá no meio-campo celeste.

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