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Em nota, Atlético exige ‘punição severa’ ao Boca e relata auxílio e pagamento de fiança dos argentinos

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Foto: Bruno Cantini / Atlético
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A confusão após o Atlético eliminar o Boca Juniors na Libertadores na noite de terça (20) segue rendendo. Na parte da tarde, o time argentino soltou uma nota cutucando o Atlético, mas principalmente a Conmebol e a arbitragem. O Galo então respondeu com outra nota, responsabilizando o Boca e falando de toda a ajuda que deu aos argentinos.

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Separado em tópicos, a nota inicia com o Atlético responsabilizando somente o Boca Juniors pelo ocorrido, algo que, segundo o clube, fica claro em todas as imagens que circulam, onde ninguém do Galo aparece nas imagens da confusão. O clube mineiro, em seguida, exige que os argentinos sejam punidos de forma severa.

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A parte que mais chama atenção na nota é onde o alvinegro relata o auxílio que prestou aos argentinos, intercedendo junto as autoridades e disponibilizando os setores administrativos e jurídicos. O clube ainda relata que, às 04h30 da manhã, o presidente Sergio Coelho recebeu uma ligação com a solicitação de que ajudasse a pagar afiança dos envolvidos, já que eles não possuíam dinheiro, em espécie, na moeda brasileira.

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O presidente pagou afiança, no valor de R$ 6 mil, com dinheiro do próprio bolso. O Galo informou que os dirigentes do Boca se comprometeram a devolver o dinheiro, mas, até o momento, não fizeram.

Confira a nota completa do Atlético:

Sobre os graves acontecimentos protagonizados pela equipe do Boca Juniors, na noite de ontem, 20 de julho, no Mineirão, o Clube Atlético Mineiro informa e esclarece que:

1 – As cenas de violência amplamente divulgadas pela mídia evidenciam, de forma inequívoca, que toda a confusão foi provocada pelos jogadores e membros do staff do clube argentino, conforme o BO registrado pela polícia e a cronologia dos fatos, que segue abaixo desta nota;

2 – Não se admite que em uma competição de alto nível como a Copa Conmebol Libertadores haja espaço para esse tipo de comportamento e conduta antidesportiva, razão pela qual o Clube Atlético Mineiro exige da Conmebol severa punição aos infratores;

3 – O Clube Atlético Mineiro reitera de forma enfática que não teve qualquer responsabilidade pelos incidentes ocorridos, mas que, ainda assim, pelo princípio da cordialidade que rege o ambiente esportivo, deu todo o apoio possível ao clube argentino, inclusive intercedendo perante as autoridades policiais brasileiras. O presidente do Clube Atlético Mineiro, Sérgio Coelho, participou pessoalmente destas negociações e pagou, do próprio bolso, a fiança exigida ao clube argentino, pela Polícia Civil de Minas Gerais, já que a delegação do Boca Jrs não tinha dinheiro em espécie e em moeda nacional (o valor foi, logo em seguida, ressarcido pelo time argentino);

4 – O estádio Mineirão, que já foi palco de grandes momentos em competições organizadas pela Conmebol, inclusive a decisão da Libertadores de 2013, é absolutamente seguro e adequado para realização de partidas como a ocorrida, e que jamais teve registro de episódios semelhantes aos protagonizados pela equipe argentina;

5 – O Clube Atlético Mineiro espera que episódios como os registrados se tornem, cada vez mais, fatos isolados no mundo do futebol, para que a paz e o respeito sejam os senhores da razão;

6 – Por fim, destaca-se que a despeito da péssima forma como a equipe mineira fora recebida no jogo de ida, e da lamentável conduta que teve a delegação do Boca Jrs em nossa casa, na segunda partida, o Atlético Mineiro não deixou de prestar todo o apoio que se fez necessário.

CRONOLOGIA DOS FATOS:

1 – Após o jogo, os atletas das duas equipes desceram o túnel e foram para seus respectivos vestiários, como de praxe. Poucos minutos depois, jogadores e comissão técnica da equipe argentina saíram do local e, em bloco, partiram em direção ao vestiário dos árbitros.

2- Seguranças do Galo e do Mineirão tentaram, sem sucesso, contê-los. No caminho, atacaram todos que se encontravam pela frente, arremessando gradis, extintores, bebedouros, barras de ferro (em forma de punhal) e outros objetos que estavam ao seu alcance;

3 – Subitamente, sem lograr êxito na tentativa de buscar os árbitros, os argentinos decidiram invadir o vestiário do Galo, que era protegido, naquele momento, somente por um segurança. Para proteger a integridade física dos atletas e da comissão técnica da equipe mineira, até o presidente Sérgio Coelho se posicionou para tentar impedir a entrada dos argentinos, exercendo o direito de legítima defesa;

4 – A contenção só foi possível após a chegada da Polícia Militar, que teve de usar gás de pimenta para dispersar os agressores. O saldo foi de pessoas feridas, felizmente sem maior gravidade;

5 – A PM deu voz de prisão a alguns jogadores e membros da comissão técnica do Boca;

6 – Passado o momento de maior tensão, o chefe de segurança do Boca Jrs procurou pessoalmente o presidente e a diretoria atleticana para se desculpar pelo ocorrido e esclarecer que o objetivo era chegar ao vestiário da arbitragem, conforme registrado em vídeo amplamente divulgado;

7 – Diante da gravidade dos fatos e das consequências impostas pela Polícia Militar, dirigentes do Boca procuraram o presidente do Atlético para se desculpar pelo ocorrido e para pedir-lhe apoio, no que foram prontamente atendidos;

8 – O presidente atleticano solicitou aos diretores de administrativo e jurídico que acompanhassem a delegação argentina e lhes desse total guarida;

9 – Às 4h30 da manhã, os dois diretores do Galo ligaram para o presidente Sérgio Coelho, solicitando-lhe que conseguisse 6 mil reais em espécie para que fossem pagas as fianças, junto à Polícia Civil mineira. Prontamente, o presidente enviou os recursos necessários, do próprio bolso.

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