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Veja os principais tópicos da coletiva do presidente do Fluminense

Após a demissão do técnico Fernando Diniz o Presidente do Fluminense Mário Bittencourt, em entrevista coletiva, falou bastante sobre diversos assuntos. Dentre eles, o futuro com Marcão no comando, possibilidade de transferências e, principalmente, sobre a despedida de Fernando Diniz, além de explicar os motivos para romper.

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FOTO: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.
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Após a demissão do técnico Fernando Diniz o Presidente do Fluminense Mário Bittencourt, em entrevista coletiva, falou bastante sobre diversos assuntos. Dentre eles, o futuro com Marcão no comando, possibilidade de transferências e, principalmente, sobre a despedida de Fernando Diniz, além de explicar os motivos para romper.

“A gente acreditava que retomaria a performance e os resultados. Não existe um número de derrotas específicas. Existe uma avaliação técnica do trabalho que vinha sendo feito ao longo da temporada. A gente estava classificado na Libertadores, Copa do Brasil e mal no Brasileiro. Ficamos 6 meses tentando reencontrar o elo. A gente conversava com o Fernando. O futebol tem dia a dia, a performance e o ambiente. Não falo do ambiente interno, a despedida do Fernando foi uma das maiores emoções. Para um presidente, o Fluminense é o mais importante. Não é o Mario Bittencourt, o Diniz. Somos instrumentos para fazer o clube brilhar, assim como os jogadores. Mas todos nós vamos passar e o Fluminense vai seguir. A decisão parte do departamento do futebol e presidência. A gente precisa encontrar caminhos para voltar a vencer e ver a torcida parar de sofrer e sangrar.”

Quando perguntado sobre a renovação de contrato, seguida da demissão de Fernando Diniz, O presidente Tricolor disse:

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” A gente quando comanda um clube toma decisões baseadas em nossos conceitos. Eu fiz um alongamento do contrato dele até o final de 2025. Essa extensão foi baseado no que a gente acreditar, que é tentar dar longevidade ao trabalho dos treinadores. Uma prova disso é que o Fernando é o treinador mais longevo do Fluminense no século. O segundo é o Abel Braga. São os treinadores que mais apresentaram resultados. O tempo de trabalho permite isso. Quando acabou a Libertadores recebia centenas de milhares de mensagens pedindo que o contrato fosse renovado por 10 anos. A legislação não permite isso. Nessa renovação, eu fiz a extensão somente até o final do meu contrato. Eu poderia ter feito até meados de 2026. Mas fiz a prorrogação de um ano e meio porque acreditava que o trabalho voltaria a dar os resultados que a gente vinha tendo. “

“(…)Se o contrato não tivesse prazo determinado, a gente poderia ter perdido ele na Libertadores, quando ele era visto como maior técnico do Brasil e por isso foi à Seleção. Se ele não tivesse um contrato com multa. Se ele tivesse um contrato com prazo indeterminado, qualquer clube poderia tirá-lo. A multa é um resguardo para os dois lados. A gente anunciou a renovação há 33 dias, mas vinha negociando a extensão desde o final da Recopa. O Fernando é um cara de transpiração. Eu sentava e falava que a gente precisava conversar. Ele falava, deixa para semana que vem para o final da Recopa. A gente fez a renovação acreditando que poderia voltar a ter a performance.”

Quando perguntado sobre o futuro com Marcão, o Presidente Tricolor respondeu :

“O que a gente tem aqui é um técnico permanente, que é o Marcão. Todas as vezes que ele assume eu falo. O Marcão é muito qualificado, competente, estudioso, tem todas as licenças e um cara com resultados muito importantes. “Bom, por que ele não foi efetivado?”. É um acordo que a gente tem. Ele é um cara muito importante para os momentos das saídas dos treinadores. Por que a gente sempre efetiva o Marcão na saída dos treinadores? Porque o trabalho dele aqui é diário junto do treinador que está aqui. Em todas as vezes que a gente conversou ele falou: “Minha função é ajudar nos momentos de dificuldade”. Muitas vezes ele dá treino para os não relacionados em horários diferentes. A gente tem um processo decisório longo. O Marcão participa de todos os treinos dos treinadores do Fluminense. Quando o Fernando foi para a Seleção, quem treinava o time foi o Marcão.”

“(…)Os treinadores trazem seus auxiliares e levam quando vão. Sempre imaginei ter um técnico interno para que tudo de bom do trabalho fosse jogado no lixo com uma mudança de comando. É mais fácil dar certo se tiver alguém participando desse trabalho. Nas vezes que o Fernando não estava no banco por expulsão era o Eduardo Barros e o Marcão. Em 2019, ele assumiu o time em setembro e ficou até dezembro. Eu entrei num mandado tampão com o time brigando para não cair. O Marcão inseriu conceito deles. Fizemos 16 jogos, ganhamos 6, empatamos 6, e 4 derrotas. No final, nos classificamos para a Sul-Americana. A outra passagem foi na saída do Odair. Fez 12 partidas, seis vitórias, 4 empates e 2 derrotas e nos classificamos para Libertadores. Contratamos o Roger, que desenvolveu o trabalho e saiu depois da eliminação na Libertadores. E aí o Marcão vai até o fim do Brasileiro de 2021.”

Ainda falando sobre Marcão, Mario completou:

“(…)- O treinador que assumiu o time é da casa, permanente e que nos entregou em três anos a saída de rebaixamento e duas classificações para a Libertadores. Queria muito que vocês respeitassem. Ele é muito competente. Até o dia de hoje não pensamos em treinador, não conversamos com staff nenhum. A gente tem nossa filosofia de trabalho para deixar as pessoas aqui em paz. A tendência é que o Marcão siga até o final da temporada. Em 2009, eu entrei com o Cuca. O clube tinha 16 pontos na quarta rodada do returno. Fui convocado para a gerência de futebol. O clube tinha 99% de chance de cair. Felizmente deu certo, obviamente não foi por minha causa. Ajudei um pouco. Foi muito pelo trabalho do Cuca. A nossa ideia principal é dar tranquilidade ao Marcão. As coisas podem mudar, mas não é nossa intenção. O time vai voltar a vencer.

Outros trechos da coletiva do Presidente do Fluminense

Estilo do time e elenco

“A gente monta elenco de acordo com o treinador. Por isso, a gente tenta manter o maior tempo possível. A maioria dos jogadores terminam contrato no final de 24/25. Nenhuma decisão é tomada assim: “eu quero esse jogador”. O time foi montado com a indicação ou a aceitação do treinador. Agora não adianta olhar a sequência de derrotas e achar que o trabalho não foi bem feito. Ganhamos uma Libertadores e Recopa. Nenhum time é vitalício. Uma das ideias de manter o Marcão são as peças que ele já conhece. Se ele quiser jogar de outra forma, ele já conhece as outras peças. Não significa que vai dar certo sempre, mas a gente tem que minimizar as chances de dar errado. Tem um cara (Marcão) aqui dentro que conhece os 35 jogadores.”

Possibilidade de reforços

“A gente está olhando o mercado. Hoje, não temos propostas por André e Arias. Às vezes, a proposta vem por 3 dias. Ano passado, o Arias recebeu uma proposta de um clube russo boa para o Fluminense e o jogador não quis ir. Se chegar outra proposta que ele tenha o desejo de ir, o desejo do jogador normalmente prevalece. Isso aconteceu outras vezes, como quando o Kayky foi para o City. Vamos olhar a janela. Vai depender muito se, e se não tivermos proposta por Arias e André, vamos ter o time da Libertadores e Thiago Silva. Estamos atentos para procurar jogadores imaginando uma possível saída. É monitoramento. Mas a gente precisa esperar o baralho mexer. Este ano a tendência é que a gente venda o André. Conseguiríamos no mercado um substituto à altura? Talvez teria que gastar o mesmo valor.”

Técnicos estrangeiros

“Eu tenho colombiano, argentino aqui. O que acho sobre treinador, vale a pena contratar se conhece o tipo de trabalho que ele fez. Você vai saber isso olhando o trabalho dele. O Botafogo tem condição que é um gestor de fora do Brasil e conhece o trabalho dos treinadores. Trouxe o Luis Castro que é um excelente treinador. O Vasco tirou um treinador com quatro rodadas e depois fiquei sabendo que ele começou em 2020. Treinador pouco experimentado. A outra coisa é que acho que o estrangeiro precisa de tempo porque pode ter choque com a cultura brasileira. Muitos deram certo e outros errado. Se um dia o Abel Ferreira não estiver no Palmeiras, gostaria dele aqui no Fluminense, é um treinador que pude avaliar. Com Vojvoda, Luís Castro. Conheço como lidam com o grupo. Tudo isso conta. As escolhas são pensadas num todo, no que a gente acha mais fácil de dar certo.”

Decisão dificil de demitir o técnico campeão da Libertadores

“A gente toma muitas decisões difíceis na vida. Quando a gente vende um jogador, não é uma decisão nossa. A gente sofre quando vê um menino formado aqui ir embora. Foi muito difícil. Não é fácil demitir o treinador que ganhou a Libertadores, como torcedor. Não está tendo resultado, como gestor tenho que tomar decisão. A gente não toma decisão no vestiário. Me irrito como torcedor e aprendi a me controlar. Eu tenho que tomar decisões racionais. A minha noite foi muito ruim porque eu teria que tirar o treinador que me deu o título. O mais difícil não foi porque ele é meu amigo, foi porque eu ia mandar embora o treinador que deu o maior título. A gente sabe reconhecer. O Fluminense está acima de todos nós. Só no final do ano vamos saber se a gente acertou. Mas as decisões precisam ser tomadas.”

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