São Paulo

Opinião: O título é são-paulino e o grito engasgado há anos, ecoa

São Paulo conquista a Copa do Brasil junto à sua torcida

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(Photo by Ricardo Moreira/Getty Images)
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A espera acabou, após 15 anos sem grandes conquistas, o São Paulo alcança o único troféu que lhe faltava em uma partida complicadíssima, terminada em 1 a 1, contra o Flamengo, neste domingo (24), no Morumbi. Mas mais do que isso, o Tricolor Paulista presenteia uma torcida de postura nunca antes vista. Uma multidão de apaixonados, que a cada derrota, estreitava ainda mais os laços com o clube nesse período de seca, e que agora, foi coroada com a sua principal, e última, obsessão.

O São Paulo Futebol Clube e o seu povo, tornaram-se um só. Ontem, não foram somente os 11 jogadores em campo. Foram os mais de 63 mil torcedores nas arquibancadas, recorde de público no ano, e os 20 milhões de são-paulinos mundo afora, forjados na dor, que se fizeram presentes em cada centímetro quadrado do Morumbi.

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A faixa de campeão pertence a todos que construíram este clube.

Desde os torcedores da década de 60, que doaram sacos de areia e de cimento para a construção do estádio, até a nova geração, que carregou a instituição no colo em 2013, 2017 e 2021 para evitar o rebaixamento.

Pertence também aos ídolos do passado, os edificadores da história.

Pois se hoje o São Paulo pode carregar a honraria de ser ‘O Campeão de Tudo’, é porque um dia, o mestre, Telê Santana, tentou alcançar a perfeição.
É porque, Rogério Ceni, determinado, se propôs a furar a barreira da lógica e numa final de Mundial, transformou-se em semideus.
É porque Muricy, mesmo adoecido, acordou cedo todos os dias, olhou no espelho e sem titubear, repetiu silenciosamente: ‘Aqui é trabalho, meu filho’.
É porque contra o Barcelona de Johan Cruijff, ‘Raí, rolou para Cafu, que rolou para Raí, pro gol, e que gol!’

É como se o Rafinha tivesse erguido a taça como se erguesse uma pena. Pois a levantou com a ajuda de toda uma nação tricolor.

Se o campeão voltou e veio para ficar, não sabemos. Mas podemos afirmar, aonde quer que ele vá, a ‘torcida que conduz’ estará ao seu lado.

E nada mais simbólico que o gol do título ser de Rodrigo Nestor, um torcedor são-paulino formado em Cotia.

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