Ceará
Opinião: Ceará precisa passar de fase nesta Sul-Americana para acelerar evolução internacional
A 21ª edição da Conmebol Sul-Americana chega a fase de grupos, a partir desta terça-feira (05). A largada será data por três jogos, às 19h15. Entre eles, Ceará x Independiente/ARG, se enfrentam na Arena Castelão, em Fortaleza.
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A 21ª edição da Conmebol Sul-Americana chega a fase de grupos, a partir desta terça-feira (05). A largada será data por três jogos, às 19h15. Entre eles, Ceará x Independiente/ARG, se enfrentam na Arena Castelão, em Fortaleza.
O Alvinegro de Porangabuçu está no seu melhor momento, ao longo dos quase 108 anos de história. De volta a elite do futebol brasileiro, em 2018, o clube tem uma excelente saúde financeira, batendo recordes nos orçamentos anuais; uma das melhores estruturas do país, sendo dono do maior CT do Nordeste; a melhor base da região, na atualidade e tudo isso que foi listado, evolui ano a ano, de forma acelerada.
Contudo, falta a conclusão de todo esse projeto, para mudar o patamar da equipe cearense. Algo parecido com o que enfrentaram recentemente, Palmeiras e Flamengo, que eram tidos como modelos de gestões, mas faltava títulos de peso. Ambos derrubaram esse obstáculo recentemente. Aliás, essa é uma crítica recorrente a gestão de Robinson de Castro. O sucesso dentro de campo, não reflete com veracidade, o que ocorre fora dele.
Bicampeão do Nordeste, o Vovô sabe que para ser considerado o maior da região, precisa de um título nacional, tal qual Bahia e Sport, onde os baianos ganharam 2 brasileiros e os pernambucanos conquistaram o mesmo torneio uma vez, além de ganhar a Copa do Brasil; ou um título continental. Esse último, ninguém na região tem e certamente seria um trunfo nessa eterna briga do futebol, onde clubes buscam ser o ”the best”.
E com o atual momento do clube alencarino, sonhar com uma Copa Sul-Americana, é possível. O Athetico, bicampeão do torneio, desbravou uma mata, onde hoje serve de inspiração, inclusive para o próprio Ceará. Mas o que falta para o Alvinegro chegar a conquista dessa taça inédita? Bom, aqui não fala nenhum especialista. Entretanto, todos sabemos que o primeiro passo para chegar a tal feito, é frequentar a competição, para ir ganhando uma ”casca”, construindo uma história no certame, tijolo a tijolo.
Como exemplo, podemos citar o desempenho do Vovô na Copa do Nordeste. No retorno do torneio, em 2013, o clube tinha apenas um 3° lugar, em 1997. Exatamente em 2013, já veio uma semifinal, aumentando o ”currículo”. Depois, no ano seguinte, bateu na trave. Foi vice-campeão, perdendo para o Sport. Finalmente, em 2015, veio a primeira taça. Depois disso, virou um adversário indesejado em qualquer momento do torneio regional.
E na Sula, como está o Ceará nesse quesito, história? Vamos aos dados: como citado acima, são 21 edições da Sul-Americana, contando com a atual. O Vovô disputará pela terceira vez (2011, 2020 e 2021). É pouco, mas também já uma evolução, visto que esta é a segunda participação consecutiva. Quanto as campanhas, o Vovô ainda não conseguiu passar de fase.
Ano passado, veio a primeira grande lição: Apesar do grupo difícil, com Arsenal de Sarandi/ARG, Jorge Wilstermann/BOL e Bolívar/BOL, onde esses dois últimos, vinham de participações recentes na Libertadores, além das grandes viagens e altitudes. Mesmo assim, o Ceará, que vinha do ”pote 3”, no sorteio, chegou a última rodada liderando o grupo, mas deixou a classificação escorrer entre os dedos, ao perder para o lanterna ”Aviador”.
O sorteio da edição atual, foi considerado positivo. Afinal, mesmo como ”pote 3”, novamente, os cearenses terão o Independiente/ARG, como maior rival, na briga por classificação. Os outros dois clubes, são: o estreante General Caballero/PAR e o La Guaira/VEN, equipe de apenas 13 anos de existência, é pouco conhecido, mas que já jogou 2 vezes a Libertadores (sendo a última em 2021, onde caiu no grupo do Atlético/MG) e somando as participações na Sula, o clube já está à frente, do próprio Ceará, no ranking.
Não dá para sonhar com título sem passar da fase de grupos. E com chaves difíceis, passando apenas o líder do grupo, a tarefa fica quase impossível. Até quando o sorteio vai ”ajudar”? Bom, para escapar do ”bicho-papão”, tem que se tornar o próprio. Em outras palavras, o Ceará tem que evoluir no ranking da Conmebol, para ir ao pote 2 e quem sabe, até o pote 1. Isso tende a tornar esta etapa do certame, mais tranquila.
E um bom caminho para isso, é aproveitar a ”ajuda do sorteio” e avançar para o mata-mata desta edição. Chegar as oitavas de finais, deve ser a meta do Alvinegro. Assim, a montanha, outrora inalcançável, pode ser escalada, em alguns anos. É preciso conhecer, sentir e ser desafiado por todos os percalços de uma competição sul-americana, para só então, chegar a ”La gran conquista”.