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Análise: Como o Flamengo de Tite pode jogar taticamente

O ex-técnico da Seleção Brasileira e do Corinthians, Tite, foi anunciado pelo Flamengo na última segunda-feira (09). E terá tempo para treinar a equipe.

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Foto: Marcelo Cortes/Flamengo
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O ex-técnico da Seleção Brasileira e do Corinthians, Tite, foi anunciado pelo Flamengo na última segunda-feira (09). O treinador terá um pouco mais de uma semana livre para trabalhar com a equipe no Ninho do Urubu, durante a Data Fifa. O jogo de estreia será na próxima quinta-feira (19) contra o Cruzeiro, em Belo Horizonte. Mas como será que Tite pode escalar o rubro-negro pro restante da temporada?

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Uma característica muito marcante das últimas equipes treinadas por Tite, é o esquema tático 4-1-4-1 ou 4-3-3. Os times sempre jogavam com, pelo menos um, ponta/lateral de caraterísticas ofensivas como drible e velocidade e um centroavante mais móvel. No Flamengo, as principais opções para beirada de campo são os pontas: Bruno Henrique, Everton Cebolinha e Luiz Araújo, além dos laterais Ayrton Lucas, Wesley e Matheuzinho, que podem fazer essa função.

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No Corinthians de 2015, Tite jogava com Guilherme Arana dando baste força ofensiva pela esquerda e Malcom revezando entre as duas pontas. Jadson jogava como um meia-atacante aberto com esltio de jogo oposto ao de Malcom. Os meias Renato Augusto e Elias tinham características tanto de marcação, quanto de chegada à frente.

Corinthians 2015

Quando chegou na Seleção Brasileira, Tite viveu seu melhor momento logo de cara, com nove vitórias seguidas. Aquela equipe mantinha o conceito de um ponta na esquerda (Neymar) e um meia na direita (Coutinho). O meio-campo também era praticamente um espelho do Corinthians, com Renato Augusto e Paulinho, que tinha estilo parecido com Elias, um segundo volante que pode ser o “elemento surpresa” no ataque.

Primeiros jogos do Tite na Seleção Brasileira

Para a Copa do Mundo de 2018, o técnico fez uma mudança significativa na equipe, deslocando Phillippe Coutinho para a linha dos meias. Com a lesão de Renato Augusto e o bom momento de William / Douglas Costa, Tite optou por um meio-campo mais “leve” e outro ponta de velocidade e drible.

Brasil na Copa do Mundo de 2018

Durante o outro ciclo, a seleção foi se adaptando e cada vez mais se acostumando com um meio campo menos marcador e pontas pelos lados. De 2018 pra cá, Neymar se transformou definitivamente em um armador, o popular “camisa 10”. Essa evolução da equipe culminou na Copa de 2022, quando Tite usou seu esquema mais ousado até então, com apenas um volante de origem (Casemiro). O Brasil do último mundial seguiu a tendência de dois pontas abertos (Vini Jr e Raphinha) e adicionou Neymar e Paquetá como meias centrais. Nesse esquema os laterais eram bem mais defensivos e quase não atacavam.

Se olharmos para o Flamengo de hoje, podemos encontrar algumas características em comum, principalmente com o time da última Copa. Sob comando do Dorival Júnior, Arrascaeta fez uma função parecida com a do Neymar no time do Tite (veja os mapas de calor abaixo). Outra semelhança é a características dos pontas, Bruno Henrique e Luiz Araújo podem fazer o papel de Vini Jr e Raphinha.

Neymar na Copa do Mundo 2022/ Fonte: Sofascore
Arrascaeta no Brasileirão 2022/ Fonte: Sofascore

Há algum tempo uma ponto sensível no Flamengo é o centroavante titular. Pedro e Gabigol podem jogar juntos ? Ambos já foram convocados por Tite para a Seleção Brasileira, porém nenhum dos dois foi titular por um motivo: recomposição. Desde que Neymar é “o cara” do Brasil, o time precisa se adaptar a ele, e por isso Tite sempre “sacrificou” o centroavante da equipe para cumprir as funções defensivas que o camisa 10 era poupado. Diferente de Gabriel Jesus e Richarlison, Pedro e Gabigol não tem característica de marcação, e por isso eram pouco utilizados na seleção. Levando em conta esse histórico, tudo leva a crer que Tite não deve iniciar os jogos com os dois juntos.

Se nos basearmos em Everton Ribeiro e Arrascaeta como intocáveis, é possível imaginar um time parecido com as primeiras escalações de Tite na seleção e o Corinthians de 2015. O camisa 7 jogando aberto pela direita e o uruguaio centralizado. Nessa formação só existe uma diferença, Arrascaeta e Gerson são meias com bem menos intensidade do que foram Renato Augusto, Paulinho e Elias nos outros trabalhos.

Uma possibilidade para deixar a equipe mais combativa no meio-campo é a entrada de Thiago Maia, porém para isso, um dos meias teria que ser retirado da equipe. Outra opção seria a entrada de Luiz Araújo pela ponta direita, com Everton Ribeiro indo pro banco ou sendo deslocado para o meio no lugar do Arrascaeta.

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