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Opinião: Entrevista de Alessandro Barcellos foi desrespeitosa diante da gravidade do ocorrido antes do Gre-Nal

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Reprodução/Internacional
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O Gre-Nal, que estava marcado para ocorrer no último sábado (26), tinha tudo para ser de grande festa no Beira-Rio, mas não foi. Por causa de uma atitude lamentável de vândalos, que se dizem jogadores de futebol, a partida precisou ser adiada. Depois do ocorrido, no entanto, as infelicidades não cessaram, vide a entrevista coletiva do presidente do Internacional, Alessandro Barcellos.

Em duas entrevistas após o ônibus do rival Grêmio ter sido atacado – resultando em diversos jogadores feridos e no volante Villasanti encaminhado para o hospital com traumatismo craniano – o presidente do Internacional, Alessandro Barcellos, fez declarações equivocadas e infelizes. Para piorar, em nenhuma delas desejou força ao jogador ou demonstrou apoio ao rival.

O primeiro grande ponto negativo da fala de Alessandro Barcellos foi justamente a demora. Com as informações circulando rapidamente, e o caso tendo reviravoltas dentro do Beira-Rio, é inadmissível a demora de mais de uma hora e meia para um pronunciamento oficial do Internacional. Por mais que aguardasse uma decisão da arbitragem, era responsabilidade do presidente colorado se colocar ao lado do comandante gremista, Romildo Bolzan, para apoiar os jogadores atentados e, junto dele, declarar o objetivo da partida não ser realizada de forma alguma.

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Mesmo com o tempo que levou para pensar, Alessandro Barcellos conseguiu ser infeliz nas declarações. Após começar bem, afirmando que o Internacional apoiava o adiamento do jogo, rapidamente se perdeu. Com insensibilidade, perante ao fato de um titular do Grêmio ter sido levado ao hospital, o presidente colorado apontou que a mudança de data resultaria em um “desequilíbrio técnico”. Isso pois, segundo ele, o time do Beira-Rio poderia perder jogadores suspensos para o clássico futuro, ignorando a ausência de Villasanti, que, por estar no hospital, causaria um desequilíbrio técnico justamente na partida que ocorreria.

Na sequência, ainda conseguiu emendar com uma fútil critica para a imprensa. Na visão de Alessandro Barcellos, a importância dada pelos jornalistas para o clássico, assim como a maneira de tratar e repercutir a violência, ajuda a explicar o ocorrido. Ou seja, para o presidente, informar o que está acontecendo estimula a outras ocorrências. Isso diante do fato dos questionamentos pela demora da posição oficial do Internacional.

Para terminar o “show de horrores” que foram as falas do presidente do Internacional, Alessandro Barcellos ainda participou da entrevista coletiva junto ao presidente da Federação Gaúcha de Futebol. No início, até tentou reiterar que o Colorado apoiou o Grêmio no adiamento do jogo, mas logo errou novamente ao “minimizar” o ocorrido.

De acordo com Alessandro Barcellos, apenas uma ou duas pessoas – que já foram identificadas – seriam as culpadas. Na verdade, conforme relato do Grêmio e das autoridades, cerca de 100 “colorados” estiveram envolvidos, mostrando a mentira do mandatário. Além disso, ainda disse que o Internacional também foi “vítima” pois os agressores estavam vestindo a camisa do clube. É ilógico, e desrespeitoso, colocar o clube no mesmo patamar de um atleta agredido e que teve que ir ao hospital.

Somente horas depois do adiamento da partida, através das redes sociais, Alessandro Barcellos reconheceu o erro que cometeu ao generalizar o caso. Além disso, desejou força para Villasanti, mas uma atitude tardia, diante da urgência do caso.

– Erramos sempre quando generalizamos, errei em generalizar sobre a imprensa. Temos todos sim responsabilidades naquilo que falamos e agimos. Não é momento de construir narrativas, e sim de construir solidariedade, apoio as vítimas, (Força, Villasanti) punição e paz. É isso que tem que ficar deste dia doloroso para história do GreNal e da sociedade gaúcha. Temos que dar um basta à violência no futebol – argumentou Alessandro Barcellos.

As medidas que serão adotadas, pela Federação Gaúcha de Futebol, ainda estão nubladas. Como o ataque ocorreu fora das dependências do Beira-Rio, legalmente não caberia punição ao Internacional de Alessandro Barcellos. No entanto, uma ocasião como a deste sábado (26) pede medidas mais duras e, pelo menos, que o Gre-Nal ocorre de portões fechados, para a torcida coloradas ser punida, mesmo que por causa da atitude de alguns.

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