Santa Cruz
Opinião: Santa Cruz contratou demais, e mesmo assim ainda falta muito
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Após empatar em 0 a 0 com o Volta Redonda no Raulino de Oliveira, pela 5ª rodada da Série C, na noite de Domingo (26), o Santa Cruz vai ficar, pelo menos até a próxima rodada, na lanterna do grupo A da competição. É bem verdade que o tricolor pode sair da zona de rebaixamento caso vença o seu próximo oponente, Paysandu, e caso Jacuipense e Floresta percam seus jogos. Mesmo assim, a partida contra o Volta serviu para mostrar que o time pernambucano, que já contratou mais de 25 jogadores nesta temporada e ainda não venceu na terceira divisão, precisará de reforços para ter um time competitivo e brigar pelo acesso.
Quem acompanhou os dois últimos jogos do Santa Cruz viu uma organização que só Roberto Fernandes, quarto treinador do clube na temporada, conseguiu dar ao time. Entretanto, a impressão que fica é que ainda faltam reforços para que o Santa não oscile nos jogos, ou até mude de condição ao decorrer das partidas. Então fica a pergunta: Como se contrata tanto e mesmo assim ainda se precisa de muito?
Talvez a resposta para tal pergunta seja a desorganização. É necessário relembrar que Bolívar, antecessor de Roberto Fernandes, foi contratado quando o clube estava sem executivo de futebol, sendo assim uma escolha de diretores que não são profissionais e nem especialistas do ramo. O que se colheu com isso foram cinco jogos, nenhuma vitória, uma eliminação e nenhum gol marcado pelo próprio elenco. O único gol marcado a favor do Santa na era Bolívar foi contra, feito por um jogador do Náutico.
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A era Bolívar também trouxe contratações. Ao todo foram 15 reforços, sendo o goleiro Marcão, o volante Everton Dias e o atacante França contratações feitas à pedido do técnico
A passagem do antigo treinador serve para ilustrar um erro comum no futebol brasileiro: Os jogadores trazidos à pedido dos treinadores sem nenhuma análise criteriosa que acabam ficando esquecidos nos clubes após a demissão dos comandantes, como é o caso de Everton Dias, que até aqui não teve boas atuações e nem sequer foi relacionado por Roberto Fernandes nos últimos dois jogos.
A situação do Santa Cruz parece piorar ainda mais. Após o jogo contra o Volta Redonda, o meia Chiquinho, até aqui um dos principais jogadores do elenco, se despediu do clube, já que vai jogar no Dibba Al-Fujairah Club, dos Emirados Arábes. Assim, a diretoria do clube terá que correr atrás de pelo menos mais um meia.
A desorganização refletiu até nos jogadores da base. Destaques dos torneios das categorias de juniores pouco conseguiram mostrar nesta temporada, seja pelo ambiente instável em que o clube se encontra, ou por etapas de desenvolvimento que foram puladas. Bons jogadores como os jovens atacantes Léo Gaúcho, Arian e Adriano Napão vão ficando sem espaço e sendo emprestados para clubes menores.
Por fim, é notável que o Santa Cruz, mais uma vez na temporada, terá que “trocar os pneus do carro com ele em movimento”, e correr contra o tempo para se tornar um possível candidato ao acesso, sendo isso fruto da falta de planejamento da diretoria. Vale recordar que na temporada passada a pontuação mínima para se classificar para o hexagonal final foi de 29 pontos, o tricolor, até aqui, tem 3 de 15 disputados.