Lutas

Primeiro brasileiro campeão mundial de boxe, Éder Jofre morre aos 87 anos

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Reprodução/Arquivo Histórico São Paulo FC
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O mundo das lutas teve uma notícia triste neste domingo (2). Faleceu aos 87 anos o ex-boxeador Éder Jofre, um dos maiores nomes da história do boxe e primeiro brasileiro a conquistar um título profissional na nobre arte.

A morte de Éder foi revelada à Globo pelos familiares do ‘Galo de Ouro’, e a causa desta seria relacionada de complicações de uma pneumonia, a qual causou a internação do ex-lutador numa clínica da cidade de Embu das Artes (SP), onde veio a falecer.

Além da pneumonia, o ex-boxeador também convivia com problemas ligados à encefalopatia traumática crônica (CTE, na sigla em inglês), decorrente dos golpes que levou durante sua carreira nos ringues, um problema comum em esportes com fortes contatos na região do crânio.

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Informações sobre data e hora do velório e do enterro de Éder Jofre não foram divulgados até o presente momento pela família do ex-campeão.

‘Galo de Ouro’ é lenda do boxe

Éder Jofre teve o boxe presente em sua vida desde cedo, tendo nascido em família de lutadores. Já desde criança, treinava a nobre arte com o tio Ricardo Zumbano para depois iniciar carreira tendo o pai, José Aristides ‘Kid’ Jofre como técnico.

O ‘Galo de Ouro’ foi campeão paulista e brasileiro (em 1953) do peso-galo, e rapidamente se tornou um dos grandes nomes do pugilismo, conquistando o título sul-americano em 1960 e o latino-americano quatro anos antes, também participando dos Jogos Olímpicos de Melbourne em 1956. Em novembro de 1960, o brasileiro se tornaria o primeiro lutador do país campeão profissional do esporte, ao conquistar o cinturão dos galos da NBA (National Boxing Association, hoje Associação Mundial de Boxe) sobre o mexicano Eloy Sanchez.

A partir daquele momento, Éder se tornaria um dos ídolos do esporte brasileiro, conquistando o título unificado em 1962 (o cinturão da União Europeia de Boxe), derrotando o britânico Johnny Caldwell e, no mesmo ano, sendo o primeiro campeão peso-galo do Conselho Mundial de Boxe, ao nocautear o japonês Katsutoshi Aoki.

Durante seu primeiro reinado, foram vários nocautes em cima de seus adversários que o colocaram ainda mais em voga dentre os grandes nomes na nobre arte. No entanto, em maio de 1965, perdeu todos os cinturões para o japonês Masahiko ‘Fighting’ Harada, sendo derrotado na revanche disputada no ano seguinte.

Depois da derrota para Harada, Éder decidiu se aposentar, mas voltaria em 1969 para lutar na categoria superior, o peso-pena. E mostrou novamente a técnica e a pegada que o fizeram campeão na década anterior, conseguindo a chance de lutar pelo cinturão da divisão do Conselho Mundial de Boxe em 1973, batendo o espanhol José Legrá.

No entanto, o brasileiro defenderia apenas uma vez seu cinturão, vencendo o mexicano Vicente Saldívar, tendo o título posteriormente retirado pelo WBC. Sua carreira no puglismo terminou com vitória sobre Octávio Gómez, em São Paulo, em 1976.

Éder Jofre também teve sua vida dedicada à política, sendo eleito vereador paulistano pelo PDS, depois migrando para o PSDB. Além de ser dono de academia e treinador. Em 2021, o brasileiro seria eternizado no Hall da Fama do Boxe da Costa Oeste dos EUA, estando presente à cerimônia.

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