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Raulzinho fala sobre a vida nos Estados Unidos e expectativa por uma volta da NBA

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Raulzinho falou sobre como tem mantido a forma durante a paralisação da NBA (Divulgação/MPCRIO)
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Para um atleta profissional de alto nível, o pior momento da carreira é não poder desempenhar seu papel diariamente. Mas o que fazer quando o motivo do afastamento é uma pandemia? Preservar sua saúde. Armador do Philadelphia 76ers, franquia da NBA, Raulzinho teve de encarar nos últimos três meses essa pausa forçada pela evolução do novo coronavírus nos Estados Unidos.

Morando há cinco anos no país norte-americano, Raul contou que teve que se virar da forma que conseguiu para manter a forma no período sem jogos e treinamentos em equipe. Passando o período de parada da NBA em Utah com a namorada, o brasileiro disse, em entrevista exclusiva ao Esporte News Mundo, que seguiu com a rotina determinada pelo 76ers do jeito que era possível.

“Tenho tentado seguir uma rotina, mesmo com todas as dificuldades, porque não tenho a estrutura necessária. Mas estou correndo, consigo bater um pouco de bola numa quadra que tem aqui perto numa igreja, estou buscando fazer o máximo que posso para amenizar os efeitos desse período sem treino. Temos conversado bastante (com a comissão), diariamente, e estou tentando me manter ativo dentro do possível nesse período de isolamento social. Eu estou conseguindo fazer alguns treinos, mas não é, nem de longe, o que eu precisaria no dia a dia”, comentou.

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Ainda sem uma posição oficial por parte da direção da NBA, rumores dão conta que a temporada tem chance de ser retomada no final de julho com 22 times em Orlando. Por ser o sexto colocado na conferência leste, o Philadelphia faria parte deste grupo. Questionado sobre um temor de cancelamento da liga, Raul fez elogios a postura prudente por parte dos dirigentes.

Raulzinho falou sobre como têm mantido a forma durante a paralisação da NBA (Divulgação/MPCRIO)

“Todos estamos preocupados com esse momento, com vidas, em como e quando o mundo vai ter o controle do vírus. A NBA tem se posicionado de maneira muito prudente sobre essa situação, monitorando e estudando todos os cenários e possibilidades. A saúde e a segurança estão em primeiro lugar”, comentou.

Sobre uma possível volta sem presença de público, o armador frisou que tudo deve ser feito com segurança: “Temos que esperar para ver qual o caminho que o campeonato vai seguir. Tudo deve ser feito em segurança, prezando pelos profissionais e pessoas envolvidas”.

Mal tendo se recuperado do impacto causado pelo coronavírus, a maior parte da população americana se revoltou com a morte de George Floyd, homem negro, em ação truculenta da polícia de Minneapolis, fato que desencadeou protestos, inclusive violentos, por todo o país. Raulzinho comentou sobre o caso e se disse entristecido que este tipo de episódio ainda se repita na sociedade.

Raulzinho joga na NBA há cinco temporadas e defende atualmente o Philadelphia 76ers (Divulgação/MPCRIO)

“É triste ver isso acontecendo e, pior, saber que isso acontece todos os dias. Temos visto todos os dias na TV, pelas ruas, casos de racismo, de injúrias sociais, e isso é um mal do ser humano. É preciso dar um basta nisso. Estamos vivendo dias difíceis pela pandemia e pelos casos recentes de racismo, isso tudo é muito sério. É um momento de reflexão, onde todos temos que pensar e entender que o mundo precisa de mais compaixão, mais compreensão e mais respeito”, disse.

O caso George Floyd mais uma vez também movimentou as principais estrelas do entretenimento americano e grandes estrelas da NBA como LeBron James, Russell Westbrook e Stephen Curry se manifestaram, inclusive participando de alguns dos protestos. Raulzinho reforçou a importância de nomes de peso do esporte se posicionarem em assuntos tão delicados.

“Todos precisam se manifestar, todos que têm voz ativa, que têm relevância e podem ajudar a influenciar positivamente. Mas, mais do que isso, é preciso mudar a atitude, que não fique apenas no discurso, que possamos sair melhores dessa situação que estamos vivendo e de tudo o que estamos passando.”

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