Especial
Rejeitado por Mancini e ídolo no PAOK, Maurício fala sobre a carreira na Europa
— Continua depois da publicidade —
Cria da base do Fluminense e atualmente no PAOK, da Grécia, o meia Maurício bateu um papo exclusivo com o Esporte News Mundo. O jogador falou sobre a volta do futebol grego e se houve lesões de atletas.
— Nós voltamos (a treinar) umas três semanas antes de recomeçar o Campeonato (Grego). Esse já é o segundo jogo. O primeiro jogo foi muito difícil porque, além de estarmos parados durante dois meses devido à quarentena, depois voltamos com os treinamentos muito fortes. Mas ao mesmo tempo com muita precaução para tentar diminuir a porcentagem de riscos de lesão. O primeiro jogo não foi bonito e nós perdemos, infelizmente. Mas o importante é que ninguém saiu machucado — disse Maurício.
Durante o período da quarentena, Maurício fez treinamentos individuais com o acompanhamento de um preparador físico do PAOK. Questionado se houve contato com os médicos do clube ao longo do isolamento social, ele disse que ”não”.
— Nós tivemos (contato) a partir do momento que começamos os treinamentos, e aí começamos a fazer os testes do coronavírus para ver se estava tudo bem, e alguns outros exames de rotina. Mas, desde o princípio, está todo mundo bem e saudável, então acho que facilitou o trabalho deles (dos médicos) — completou.
TROCA DO DO ZENIT PELO PAOK
No início de 2016, Maurício chegou ao Zenit, da Rússsia, vindo do Terek Grozny, também do mesmo país. Mas a passagem do meia durou pouco tempo. Na metade de 2017, o atleta se transferiu para o PAOK.
— O meu começo no Zenit foi muito bom, com o treinador (André) Villas-Boas. Logo após ele, chegou o Mircea Lucescu, que era do Shakhtar Donetsk, e eu comecei a não jogar com tanta frequência. Passou mais um tempo e chegou o (Roberto) Mancini, e ele decidiu trocar metade do elenco. E meu nome estava na lista (de dispensa). Então esse foi o verdadeiro motivo do Maurício ter trocado o Zenit pelo PAOK — disse ao ENM
O jogador disse que não guardou ”mágoa” do treinador Roberto Mancini. Na verdade, a sua transferência lhe rendeu um grande feito na temporada 2018-19. Depois de 34 anos, o PAOK conquistou o Campeonato Grego e a Copa da Grécia, ambos de forma invicta.
— Eu entendo como funciona o futebol hoje. Eu já não sou mais nenhum garoto, que fica esperando tantas coisas e acha que é tudo mil maravilhas. Não é assim que funciona, não só no futebol, mas no dia a dia, na vida em geral. Claro que eu gostaria de ter ficado mais (no Zenit), mas a opção de ter vindo pro PAOK foi muito boa. Graças a Deus consegui fazer história aqui no clube. Depois de 34 anos, conseguimos conquistar um título. Por coincidência, ganhamos o Campeonato Grego e a Copa da Grécia sem perder nenhum jogo. Se eu não me engano foram quatro empates na temporada inteira. Então foi uma troca muito legal e muito boa. Acredito que tenha me valorizado, independente da idade, e foi um momento muito bom e feliz — completou.
SONHO DO BICAMPEONATO DISTANTE
Como citado acima, o PAOK é o atual campeão grego. Porém, na atual edição, o Olympiacos, líder da competição com 69 pontos, já abriu uma vantagem de 17 pontos em relação ao clube de Tessalônica, que ocupa a terceira colocação.
— Esse ano está um pouco difícil, porque eles (Olympiacos) estão muito distantes, até por conta de uns pontos que nós perdemos. E agora também nós perdemos o confronto direto. Mas estamos na semifinal da Copa (da Grécia) e agora esse é o nosso foco — afirmou o meia.
O MAURÍCIO FICA NO PAOK?
— Aí é uma pergunta difícil. Eu sou uma pessoa muito religiosa. Vamos deixar nas mãos de Deus. O que for pra ser vai ser. Tenho mais duas semanas de contrato, mas vamos aguardar. Eu e minha família estamos felizes aqui (na Grécia). Mas ao mesmo tempo acabam surgindo outras oportunidades — disse Maurício, lembrando que o seu contrato vai até o dia 30 de junho com o PAOK.
PRETENSÃO DE VOLTAR AO BRASIL
Com 31 anos, Maurício ainda sonha em jogar no ”grande centro europeu”, em países como ”Espanha, Itália ou França”. Porém, não excluiu uma volta ao Brasil.
— Jamais descartaria o Brasil, porque é a minha casa. Vai fazer 10 anos que estou fora do país. Se surgisse uma possibilidade de volta, pensaria com muito carinho. A gente sabe que essa pandemia do coronavírus atrapalhou tudo e mudou muita coisa. Está tudo caminhando meio devagar em relação a início dos jogos e contratações — ressaltou.
RELAÇÃO COM RENATO GAÚCHO
Em 2007, quando comandava o Fluminense, Renato Gaúcho foi o responsável por subir Maurício ao time profissional, com apenas 18 anos. O meia é muito grato ao treinador.
— O Renato Gaúcho foi a pessoa que mais me ajudou lá (no Fluminense). Foi ele que me subiu para o profissional. E eu sou totalmente agradecido a ele pelo que fez por mim no início da minha carreira. Sempre me apoiou, me orientou e me deu força. Aquela época era um timaço, não foi fácil nem simples jogar ali — lembrou o jogador.
Já no ano seguinte, o Fluminense chegou na final da Libertadores, contra a LDU. Maurício jogou os dois jogos daquela decisão. Na partida de volta, no Maracanã, o Tricolor venceu por 3 a 1, levou a decisão para os pênaltis e acabou derrotado. Na ocasião, Maurício não chegou a bater a penalidade. Mas, num tom bem humorado, o jogador afirmou que: ‘Vou ser bem sincero, eu estava torcendo para não chegar em mim”, finalizou.
Siga o Esporte News Mundo no Twitter, Instagram e Facebook.