Relembre a carreira de Mano Menezes, novo técnico do Internacional

O Internacional tem um novo treinador. Apesar do anúncio oficial ainda não ter ocorrido, Mano Menezes assumirá o cargo de comandante colorado até o final desta temporada. Para buscar o sucesso, o técnico pretende usar sua longa e triunfante carreira, com passagem até pela Seleção Brasileira, como exemplo e motivação.

Zagueiro enquanto atuava, Mano Menezes não obteve sucesso tão grande, o que mudou ao virar treinador. No início, ainda em 1997, assumiu o Guarany de Venâncio Aires, time em que se aposentou. Antes, todavia, havia feito estágios nas bases de times como Caxias e o próprio Internacional. Depois, rodou por alguns times do interior gaúcho, até chegar ao XV de Novembro, aonde começaria a ganhar imenso destaque.

Comandando o modesto time de Campo Bom, conseguiu uma vaga até as semifinais da Copa do Brasil. Além disso, Mano Menezes só não foi campeão gaúcho pois acabaria derrotado pelo próprio Internacional. Dali, migrou para o Caxias, em que não chegou a levantar títulos, mas sempre apresentou equipes que jogavam bom futebol.

Então, diante de um rebaixamento para a Série B, o Grêmio decidiu apostar em um técnico barato e emergente, resultando na contratação de Mano Menezes. Ele, então, levou o tricolor ao título da segunda divisão, além dos estaduais de 2006 e 2007.

Chegou, então, outro desafio para Mano Menezes. Após o sucesso no Grêmio, o treinador foi escolhido para um projeto semelhante no Corinthians, voltar da Série B. Comandando o Timão, então, conquistou a segunda divisão em 2008, o Paulista e a Copa do Brasil de 2009, sendo o torneio nacional levantado dentro do Beira-Rio, contra o próprio Internacional.

As boas atuações do Corinthians, então, levaram Mano Menezes ao maior patamar da carreira. Após uma frustrante Copa do Mundo de 2010, Dunga foi demitido e a CBF entendeu que seria do treinador do Timão o papel de reformular a equipe, muito criticada na ocasião.

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Na Seleção Brasileira, no entanto, acabou não conseguindo o mesmo sucesso. Até tentou acelerar a transição, já colocando Neymar e Paulo Henrique Ganso como referenciais técnicos, mas, seja por lesões ou falta de opções, as vezes recorria a jogadores mais experientes. Essa mescla, todavia, não deu resultado, e acabou custando uma eliminação precoce na Copa América de 2011, para o Paraguai.

Diante deste fator, a pressão sobre Mano Menezes aumentou demais, todavia, ainda rogava de certa confiança da CBF, o que veio a mudar pouco depois. Mesmo diante de uma boa campanha nos Jogos Olímpicos de Londres, o Brasil perdeu a final para o México. As atuações, a partir daí, passaram a deixar a desejar e, mesmo diante do título da Supercopa das Américas, contra a Argentina, em 2012, acabou sendo demitido, pois a alta cúpula da federação nacional preferiu colocar Felipão no comando, já visando a Copa do Mundo de 2014.

A fase ruim de Mano Menezes, então, deu sequência no primeiro clube em que trabalhou após deixar a Seleção Brasileira. Em 2013, aceitou comandar um bagunçado Flamengo – que na epoca ainda não tinha o poderio econômico atual – e rapidamente pediu demissão. Foram apenas 22 jogos dirigindo o Rubro-Negro e uma campanha ruim no Campeonato Brasileiro, deixando o clube carioca muito próximo da zona de rebaixamento.

Veio, então, a início da redenção de Mano Menezes. Recontratado pelo Corinthians, teve papel fundamental na reconstrução do elenco do Timão em 2014. Apesar de não conquistar títulos, foi importante para a mudança de figuras ultrapassadas do vestiário e por conquistar uma vaga na pré-libertadores. Em dezembro, acabou não tendo contrato renovado, mas viu Tite assumir a equipe e usar a base montada por ele para levantar grandes troféus.

Neste momento, então Mano Menezes optou por tirar um período sabático, focando apenas nos estudos. Somente em setembro de 2015 reassumiu uma equipe. No Cruzeiro, teve importante papel para tirar a Raposa de uma posição desconfortável e, com a melhor campanha do segundo turno do Campeonato Brasileiro, só não seguiu em Minas Gerais em virtude de uma proposta milionária.

Diante do crescimento de rendimento do Cruzeiro, o Shandong Luneng, da China, pagou a multa rescisória e assinou com Mano Menezes por duas temporadas. Por lá, todavia não finalizou o contrato. Apesar de uma vaga inédita nas quartas-de-final da Liga dos Campeões Asiáticas, acabou demitido na metade de 2016.

A volta ao Brasil, então, seria para complementar um trabalho interrompido. De volta ao Cruzeiro, recolocou a Raposa no caminho das vitórias. Com boas atuações, e com um time repleto de bons jogadores, Mano Menezes conquistou um inédito bicampeonato de Copa do Brasil em 2017 e 2018, sendo um sobre o maior rival, Atlético-MG. Além disso, ainda levantou o Mineiro em 2018 e 2019, antes de pedir demissão ao ser eliminado pelo próprio Internacional da Copa do Brasil de 2019.

Depois disso, não conseguiu mais se firmar. Passou por Palmeiras e Bahia, e até arriscou uma ida ao futebol árabe, assumindo o Al-Nassr, mas não obteve o mesmo sucesso. Agora, Mano Menezes assume o Internacional em busca da retomada na carreira e da busca pelo retorno aos títulos, dando pessoal quanto do clube, que não vence nem mesmo o estadual desde 2014.