Futebol Internacional
River Plate recorrerá de punição da Conmebol por racismo
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O River Plate anunciou nesta sexta-feira (29) que irá recorrer da decisão da Confederação sul-americana de futebol (CONMEBOL) em punir o clube por conta de gestos racistas feitos por um torcedor, durante a vitória da equipe argentina por 2×0 contra o Fortaleza no Monumental de Nuñez, em 13 de abril pela Copa Libertadores.
No comunicado publicado nas redes sociais o River considerou que “existem elementos suficientes para demonstrar a ausência de responsabilidade do clube pelo ocorrido, considerando que Instituição tomou todas as medidas em seu alcance antes da partida” e afirmou que durante o jogo, o clube também seguiu tomando atitudes “para que eventos como este não ocorressem”.
O River ainda enfatizou que o clube “agiu rapidamente para repudiar e denunciar as ações desse torcedor, conseguindo sua identificação e procedendo com sua suspensão provisória como membro do Somos River”. O torcedor, que não teve sua identidade revelada mas aparece em imagens, não foi preso ou convidado a prestar esclarecimentos na polícia. Na Argentina, o caso está sendo tratado como xenofobia.
O time argentino informou que caso sua apelação seja indeferida pela Comissão Disciplina da CONMEBOL, a multa de 30 mil dólares (149 mil reais) será repassada integralmente ao torcedor. Ignacio Villarroel, 3º homem forte do River, afirmou em uma rede social que “há um processo criminal contra essa pessoa”, e após os 180 dias de suspensão, o acusado terá que realizar um curso de convivência social para retornar a ter direito aos privilégios do sócio-torcedor.
CONMEBOL promete endurecer punições
Após um movimento não combinado entre as equipes brasileiras em pressionar a CONMEBOL para que atos racistas sejam duramente punidos, a entidade máxima do futebol sul-americano anunciou na sexta-feira que as sanções serão mais “rígidas” em caso de reincidência.
“A CONMEBOL vai promover mudanças no regulamento para aumentar e endurecer as penas em casos de racismo. Também se compromete a planejar e implementar novos programas e ações que visem banir definitivamente esse problema do futebol sul-americano” diz a nota.
“A luta contra este flagelo ocupa um lugar central nas preocupações e no trabalho da CONMEBOL”, completou o comunicado assinado pelo presidente da entidade, o paraguaio Alejandro Domínguez, que vem sendo um dos principais alvos das críticas brasileiras por sua omissão no caso.
Durante todo o mês de abril, clubes brasileiros foram alvos de manifestações racistas dentro e fora do país. Desde o episódio do torcedor do River arremessando uma banana em direção aos torcedores do Fortaleza.
Em São Paulo, um torcedor do Boca Juniors foi preso e autuado por injúria racial ao imitar um macaco em direção aos torcedores do Corinthians. O torcedor do time argentino foi liberado após pagamento de fiança, o crime de injúria racial, diferente do de racismo, permite o pagamento de fiança.
Na última quinta-feira, torcedores do Flamengo foram vítimas de mais ofensas racistas. Durante a vitória da equipe carioca diante da chilena, torcedores do time perdedor imitaram movimentos corporais de um macaco e arremessaram pedras e sinalizadores em direção a torcida da equipe rubro-negra. A polícia chilena sequer interveio.
O episódio foi relatado na súmula do árbitro José Argote da Venezuela.