Fluminense
Roger Machado afirma: “Foi um revés em uma competição muito dura”, mas pede “cabeça boa” dos jogadores para os próximos confrontos
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O Fluminense perdeu pela primeira vez nessa Libertadores da América para o Junior Barranquilla por 2 a 1, no Maracanã. E assim, adiou o sonho de uma classificação tranquila e deixou a decisão para última rodada. Porém, o tricolor ainda depende só dele mesmo para conseguir a vaga nas oitavas de final. O técnico Roger Machado, analisou o desempenho da equipe na partida:
– Foi um revés em uma competição muito dura. Por mais que tenha sido em casa, dentro dos nossos domínios. Gostaríamos de ter nos classificado hoje. É uma competição muito dura. Assim como tiramos pontos de adversários fora, nada impediria que o adversário, que se mostrou forte fora dos seus domínios, conquistasse esses três pontos, nos tirando a oportunidade de nos classificarmos antecipadamente. É ter a cabeça boa e saber onde se errou, onde precisamos evoluir. Amanhã é virar a chave porque sábado tem decisão, precisamos estar com a energia renovada, porque a decisão está aberta. Depois a gente volta a pensar na Libertadores e no River.
O treinador ressaltou também a importância do time não desperdiçar gols:
-Foi um bom 1º tempo, mas falei com os atletas que a bola pune. As oportunidades que tivemos no começo da partida, sobretudo para conseguir sair na frente, não transformamos em gols. E foram grandes oportunidades. E o adversário, em uma bola parada, variável que treinamos muito, no rebote dela não encurtamos devidamente rápido para impedir que a bola voltasse para a área e tomamos o primeiro gol. O segundo gol foi de transição, após uma jogada individual do Kayky no lado do campo.
Roger foi questionado se sua equipe chegou confiante demais para o duelo e explicou:
-Não. Excesso de confiança não. Felizmente ou infelizmente a bola caiu nos nossos jogadores mais jovens. E, naturalmente, em algum momento o jogador mais jovem pode sentir. Faz parte do jogo. O Fred, depois, errou uma bola também de frente para o gol aberto. Criamos e, infelizmente, não concluímos. A bola acaba punindo a equipe em uma jogada de segunda bola de escanteio. Criamos como em outros momentos no 1º tempo não criamos. Mas, infelizmente, não concluímos.
Outros trechos da entrevista:
Mudanças no jogo:
– Não. Penso que as mudanças foram apropriadas para o momento do jogo. Deixei para arriscar um pouco mais faltando 10, 15 minutos, quando abri dois atacantes na frente e fragilizei o meio de campo, deixando apenas um dos volantes. Em busca da vitória não podemos correr o risco de tomar mais gols e perder um dos critérios de desempate, que é o saldo de gols. Temos que estar atentos a isso também: se manter na partida, fazer as alterações, mas não perder o mínimo de equilíbrio, para não tomar gols.
Gols do Junior Barranquilla desestabilizaram a equipe?
– Não vi a gente sentir tanto emocionalmente os gols. Nos mantivemos na partida. Tanto que no segundo tempo nós conseguimos nosso gol e equilibramos novamente as forças. Jogamos contra uma grande equipe, que explorou muito a velocidade, fez um jogo muito físico. Talvez nossos jogadores mais técnicos, nesse jogo físico, acabaram sentindo um pouco. No intervalo disse que precisávamos nos adaptar às características do jogo. Não podemos, mediante ao adversário mais técnico colocar jogadores mais leves ou contra um adversário de mais força colocar jogadores mais fortes. É preciso que tenha essa adaptação para fazer o que o jogo demanda. Para mim, foi muito isso. Um time rápido, forte, potente, que nos surpreendeu, sobretudo, nas jogadas de transição.
Trabalho com jovens da base:
– Confiança eles têm. Porque se colocam na condição de finalizar. O que acontece é que, em alguns momentos, as tomadas de decisões, pela pouca idade, não serão a mesma que têm o Fred, o Nenê… Isso faz parte do processo. E mesmo assim os jogadores experientes também erram. Não posso de forma alguma colocar na conta dos meninos o fato de termos criado e não termos conseguido porque foram outras as questões também que influenciaram essa nota derrota em casa.
Começar sem Nenê:
– Foi pelo momento que o Cazares vinha entrando e também pela busca de mudar um pouco a característica de jogo naquela função. Obviamente que eu sempre converso com os atletas, assim como o Nenê, assim como o Egídio. Evidentemente ninguém gosta de sair. Mas eles aceitam muito bem porque respeitam, sobretudo, o que o grupo construiu como coletividade. Entendem que podem, a partir do banco, nos ajudar, como hoje. Nenê entrou e pôde contribuir com uma assistência para o Abel. É tudo conversado sempre. E sempre muito claro, porque não consigo fazer um time só com 11, ainda mais nesse nosso calendário maluco.
Falhas do time no duelo:
– Oportunidades criadas e, infelizmente, não sendo concretizadas em gol. Alguns momentos a preferência por um passe um pouco mais detalhado e construção mais refinada em zona de finalização próxima da área que não acaba em finalização e dava transição para o adversário. A nossa bola área, que é uma coisa muito forte, e pela primeira vez, nesses jogos todos, foi vazada. E, obviamente, um grande adversário que enfrentamos. Mesmo com algumas ausências se mostrou muito forte em suas características.
– Não sofremos muito em contra-ataques, isso não é uma afirmação completamente verdadeira. Tomamos um gol de transição nesse momento do jogo, e as transições não apareceram em outros momentos. O que sofremos hoje foi na bola parada, no rebote dela, e em uma transição em função de ter perdido a bola e se precipitado na abordagem quando estávamos no terço final, e no pós-perda não conseguimos realizar o bloqueio para impedir o avanço do adversário. Em outros jogos apareceram outros problemas relacionados a outros adversários. Não vejo essa recorrência dentro dessa variável especificamente.