Fluminense
Roger Machado afirma: “Não dá pra definir um único problema” após derrota do Fluminense na final do Carioca
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O Fluminense perdeu por 3 a 1 para o Flamengo na noite deste sábado (22), no Maracanã, em partida válida pela final do Campeonato Carioca. As equipes tinham empatado por 1 a 1 no primeiro jogo, mas dessa vez o tricolor não aguentou a pressão e saiu perdedor. O técnico Roger Machado analisou o resultado e destacou os principais problemas:
– Não dá para definir um único problema, o desgaste, o emocional, problemas táticos. É um somatório de eventos que fez com que saíssemos do trilho nesses dois jogos. Jogos decisivos, muito importantes. Mas todo e qualquer argumento soa como uma desculpa na derrota. E eu não gosto de dar desculpas porque não faz parte do meu perfil. Eu gosto de assumir a minha responsabilidade e buscar alternativas. A partir de agora é buscar alternativas para que retomemos esse equilíbrio, para que voltemos aos trilhos. Vamos avaliar. Ver o que podemos acertar, ajustar, e seguir para terça-feira forte para a Libertadores.
O treinador também explicou os problemas que a equipe vem tendo no primeiro tempo:
– Sempre pensamos, mas trabalhamos com as peças que temos à disposição, com a característica dos jogadores. Eu preciso de sete jogadores atrás da linha da bola o mais rápido possível com peso para retomar a bola do adversário. Seis, todos ou a maioria dos times tem, que são a linha de quatro e mais dois jogadores. Esse sétimo jogador, se não tenho ele, se opto por jogador com dois pontas, um meia e um centroavante, eu preciso diluir essa força de bloqueio do adversário dentro do campo de defesa. Então, é sempre alternativa. Optar, por vezes, por uma trinca de meia ou até mesmo os times estão jogando agora com um terceiro zagueiro, para que a pressão dentro do campo de ataque seja feita pelos alas, que é uma pressão mais forte, já dentro do campo de defesa adversário. Vamos buscar alternativas para isso. Eu gosto muito de jogar com um meia, com um centroavante e dois atacantes de lado. Mas, em alguns momentos, se não temos a devida capacidade de pressionar o adversário, mesmo com as linhas baixas não conseguimos, pensamos sim, em algum momento, fortalecer o meio de campo. Eu tenho dois meias muito criativos e gostaria de poder usá-los. Mas tem que refletir a respeito disso também.
Outros trechos da entrevista:
O meio campo é o principal problema?
– Precisamos buscar alternativas. Na verdade, a recorrência desse problema não é no meio campo em si. Estamos com uma dificuldade, sobretudo no início dos jogos, dos jogadores que tem entrado em campo, de conseguir pressionar com os quatro jogadores da frente. E muitas vezes isso acaba resultando no problema do meio campo. Nossos dois volantes sofrem muito em determinados jogos, sobretudo quando o time adversário coloca muitos jogadores atrás da linha e tenta, a partir do seu campo, articular jogadas. E nossa pressão, nesses jogadores de primeira construção, não têm sido bem feita em muitos momentos, que acaba desaguando no meio campo. Mas a origem não é o meio de campo. Nossos volantes têm muitas ações defensivas, mas elas precisam ser dividias como um todo: pelos jogadores da primeira linha, da linha ofensiva. Por vezes nós até optamos em marcar um pouco mais baixo, para tentar preencher um pouquinho esse meio campo e dar menos espaço, à medida que não temos conseguido pressionar mais alto. No segundo tempo, com as trocas, quando entrou Biel, Caio, com pernas mais rápidas, geramos dificuldades na construção, e o Flamengo teve mais dificuldade de sair organizado de trás. Isso não é uma origem do meio campo, mas sim um problema que resulta no meio campo.
Sequência da temporada:
– Temos uma outra decisão. É recuperar. Lamber nossas feridas a partir de amanhã e pensar no jogo de terça-feira, que é uma decisão. O Campeonato Brasileiro já se avizinha. Nós temos Copa do Brasil também na sequência. Fortalecer pontualmente onde acreditamos que precisa melhorar, no que diz respeito a melhorar a aquisição de qualidade para nosso elenco, mas saber que é um ano muito promissor. Um ano de recuperação a partir de agora, para que consigamos os objetivos vivos na temporada.
Saldo positivo do campeoanto:
– É difícil até aceitar os parabéns depois de uma segunda colocação em que nosso desejo era marcar a história do clube com uma conquista e ela foi bem possível nos dois jogos que tivemos. Mas penso que esse grupo, jovem com alguns jogadores bem experientes, está se consolidando. Os jogadores mais jovens, naturalmente, vão sentir o peso das decisões. Mas penso que fizemos um campeonato estadual de recuperação. Iniciamos com o Sub-23 nos representando, depois, gradativamente, fomos colocando jogadores que tinham mais minutagem jogando a partir da terceira rodada. Classificamos com mérito para essa fase final, chegamos na final motivados para enfrentar um time como o Flamengo. Isso mostra que, para mim, o ano é promissor. Fica muita frustração. É até difícil receber os parabéns pela campanha de segundo lugar. Mas já é para ser página virada.