Flamengo
Rogério Ceni defende Gerson em caso de racismo: ‘É lamentável’
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O Flamengo venceu o Bahia por 4 a 3, neste domingo, no Maracanã, pela 26º rodada do Campeonato Brasileiro. Com o resultado, o Rubro-Negro chegou aos 48 pontos e reassumiu a vice-liderança da competição. Na coletiva, o técnico Rogério Ceni e falou sobre o episódio de racismo sofrido pelo meia Gerson na partida :
– É lamentável o que aconteceu. O futebol é entretenimento, o Flamengo tem uma torcida gigantesca, e o respeito vai além. Atacar um ser humano como o Gerson relatou é de um nível muito baixo – afirmou o treinador, completando:
– Conversei com o Gerson, ouvi da parte dele o que o Ramírez falou. É lamentável. O Brasil é um país que recebe e acolhe muito bem as pessoas, o sul-americano no futebol. Pelo que o Gerson reletou, ele falar “cala a boca, negro”, é pesado demais para alguém que foi bem recebido no mercado de trabalho e no futebol brasileiro.
Ceni ainda comemorou o poder de reação do time do Flamengo que atuou quase toda a partida com um jogador a menos, e teve força para virar o jogo nos minutos finais.
– É incrível que a partida tem 90 minutos e jogamos mais de 90 minutos com um jogador a menos. Então, foi um jogo histórico. Estar ganhando por 2 a 0, fazer um gol com um jogador a menos, tomar a virada para 3 a 2 e reunir forças psicológicas, ter força mental… As substituições que contra o Racing deram resultado por nos levar para os pênaltis, agora nos trouxeram a vitória que nos mantém vivos no Brasileiro. Ainda bem que temos uma semana para trabalhar pelo desgaste .
Confira outros trechos da coletiva
Gerson
– O Gerson é genial. Para mim, é o melhor segundo volante com sobras no Brasil. Além de ser uma pessoa importante, com astral, bom humor, e que carrega o time para o ataque… Eu admiro o Flamengo ter um jogador como ele no Brasil. Espero que ele fique pelo menos o tempo que eu estiver aqui. É um jogador muito acima da curva, tem a leitura do jogo que pouca gente eu vi em 30 anos de futebol. É top! Jogador de seleção.
Bruno Henrique
– É um cara que se automotiva, é acima da média, é responsável pela nossa velocidade. Jogamos com meias por fora que dão ritmo e ele dá a velocidade. Com dez jogadores, jogamos em cima do facão dele para sobreviver e ele nos manteve vivo no jogo.
A expulsão do Gabriel
– Vi o Gabriel no chão e o árbitro puxando o cartão. No intervalo, precisei falar com o time sobre o que devíamos fazer. Vou conversar com ele na terça-feira, mas ele me disse: ‘Eu não xinguei o árbitro’. Acho muito estranha a expulsão do Gabriel, sentado no chão do campo de jogo. Pode ser por ter perdido a bola, mas ter a certeza de que foi direcionado para ele? Aos nove minutos? Mas acho que você joga uma pressão trazer um árbitro de São Paulo sendo que seu principal concorrente é um time paulista. Não seria um bom senso colocar um árbitro de outro estado, um bom árbitro? São coisas que devem ser pensadas.
O Flamengo, com vitória em cima do Tricolor Baiano, chegou a 48 pontos, em 25 jogos e assumiu a segunda colocação do Campeonato Brasileiro. Fica atrás somente do São Paulo, que tem 53 pontos em 26 partidas. Sábado, às 19h, o time de Rogério Ceni volta a campo pela última vez em 2020 diante do Fortaleza, no Castelão, pela 27ª rodada.