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‘Se fosse um clube-empresa, o Barça estaria em processo de falência’, afirma CEO do Barcelona
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Na manhã desta quarta-feira (6), o Barcelona apresentou um balanço financeiro da temporada 2020-21, mostrando um prejuízo de 481 milhões de euros (R$ 3 bilhões), atingindo um total recorde de 1,350 bilhão de euros (em torno de R$ 8,5 bilhões). O CEO Ferran Reverter foi o encarregado da apresentação dos números catastróficos do Barça.
Segundo as declarações de Reverter, somando com as informações apresentadas, o Barcelona está em falência contábil e terá a opção de buscar um refinanciamento das dívidas, por não ser uma empresa. Dessa forma, uma chance de poder se reestruturar. As dívidas acumuladas ao longo das últimas temporadas se devem ao grande aumento de gastos feitos pela diretoria, com altos custos com jogadores, altos salários e irresponsabilidade financeira, além das polêmicas da diretoria anterior. A instituição alega que a queda na receita foi marcada pela pandemia da Covid-19.
A receita do Barça na temporada 2019-20 foi de 828 milhões de euros (R$ 5,2 bilhões) e a da última temporada de 631 milhões (R$ 4 bilhões), 24% a menos. Outro grande fator descrito foi o Camp Nou, que foi a área mais afetada pelo clube, faturando 25 milhões de euros (R$159 milhões), correspondendo a 84% a menos do que a temporada anterior, devido à incapacidade de abrir o estádio e outras instalações, segundo nota do clube. Porém, o próprio clube teve que arcar com numerosos problemas no estádio, que, antes de abrir ao público, não apresentava condições para receber seus torcedores, devido à falta de manutenção.
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Além disso, os grandes gastos inexplicáveis com jogadores ajudou nessa enorme dívida que o Barcelona atravessa. Desde a temporada 2016-17 até a última temporada, houve um aumento de mais de 60% no salário dos atletas, passando de 471 milhões (R$2,9 bilhões) para 759 milhões de euros (R$4,8 bilhões) . Sendo apenas esse aumento é maior do que toda a folha salarial de outros clubes de potência da Europa. Devido a esses valores, o CEO afirmou que a massa salarial foi reduzida em 155 milhões (R$986 milhões) e que há negociações em andamento para reduzir ainda mais.
Reverter citou alguns salários estratosféricos: ‘O Barça em quatro anos, com quatro jogadores, adquire uma nota salarial de 1,4 bilhão de euros (R$8,9 bilhões). Mais de 300 milhões de euros (R$1,9 bilhões) por temporada com apenas quatro jogadores’. E a dívida aumentou de 159 (R$1 bilhão) para 673 milhões (R$4,2 bilhões) entre 2017 e 2021, sendo que, segundo o CEO, apenas 108 milhões de euros (R$687 milhões) de perdas devido ao Covid-19. Além disso, as comissões para empresários, que chegaram a bater 20 a 30%, sendo que geralmente é pago em torno de 5 a 10%.
Todas essas informações sobre a diretoria do ex-presidente Bartomeu estão sendo investigadas, pois, segundo Reverter, apresenta sinais de irregularidades. Mas há dificuldades devido a falta de documentações, já que os executivos anteriores trabalhavam com computadores pessoais e não do clube. Ele completa dizendo: ‘A improvisação foi total. Lançamos o maior investimento da história com o Espai Barça e, ao mesmo tempo, nos lançamos para comprar jogadores de maneira louca’.