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Streamer de Free Fire, Nescau revela deficiência nos braços pela primeira vez

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Foto: Arquivo Pessoal
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O streamer Igor “Nescau” Menezes, de 21 anos, contou pela primeira vez, que nasceu com uma má formação em ambos os braços. Ele, que faz lives de Free Fire há três anos e alcança mais de três milhões de visualizações mensalmente, sempre escondeu a deficiência de seus seguidores e em fotos nas redes sociais.

Nescau nasceu com uma má formação genética nos membros superiores, que fez com que os braços não se desenvolvessem completamente. O streamer não tem mãos e, por receio de ser julgado, sempre escondeu as condições de seus seguidores.

Igor Menezes conta que como parte de sua adaptação e fisioterapia, ganhou um computador aos 4 anos de idade. O equipamento fazia parte do tratamento, onde ele se exercitava e aprendia a digitar, já que a previsão médica era de que ele jamais conseguiria segurar uma caneta e escrever naquelas condições.

De qualquer forma, ele conseguiu se adaptar e escrever manualmente, mas o uso do computador lhe rendeu a descoberta do amor por jogos online. Foi assim que ele passou por Grand Chase, League of Legends, CS:GO e, finalmente, Free Fire.

As lives tiveram início em novembro de 2019, pelo Facebook Gaming, após o incentivo de um amigo que já transmitia o game. No entanto, ao invés de mostrar suas mãos, ele sempre arranjou uma maneira de driblar a câmera e jamais revelou sua deficiência aos seus seguidores.

Os comandos também foram levemente adaptados, com uso de emulador do jogo para computador e alteração das teclas de atalho para botões mais próximos.

“Como não tenho dedos, precisei ajustar para conseguir jogar. Mas fora isso, não há diferença de uma pessoa sem deficiência”, explica.

A decisão de não mostrar seus braços foi tomada por ele mesmo, com receio de ficar conhecido apenas por isso.

“Na internet tem a galera que apoia, mas tem aquele pessoal que tá ali só para te criticar”, desabafa. “Não queria ser conhecido como o cara com deficiência que jogava. Queria ser famoso por ser eu mesmo”, explica o streamer.

Hoje, com mais de 600 mil seguidores só no Facebook Gaming, plataforma em que faz seus vídeos ao vivo, Nescau consegue um alcance médio mensal de 3 milhões de espectadores. Com um público sólido, ele sente que este é o momento de revelar sua deficiência e mostrar que ela não o impede de produzir seu próprio conteúdo e crescer ainda mais.

“Hoje, me preparei muito para revelar isso, estou pronto para revelar e me trazer liberdade”, desabafa.

Com isso, ele espera poder incentivar outras pessoas a superarem suas dificuldades e a não desistirem de seus sonhos e objetivos.

“Não desistam porque acham que não serão aceitas ou não conseguem chegar lá”, diz. “Estou mostrando que é realmente possível”.

Planos para o futuro

Com a revelação de sua deficiência, Nescau quer expandir seu conteúdo para além das streams jogando Free Fire, com vídeos no estilo ‘hanging out’, ainda no Facebook.

“São vídeos onde vou aparecer de corpo inteiro. O pessoal ficaria sem entender quando visse meus braços”, diz.

Ele conta que, durante todos esses anos, mesmo driblando a própria câmera para ninguém perceber, alguns fãs o encontravam na rua e o reconheciam.

“Ficavam sem acreditar. Isso realmente não passa pela cabeça das pessoas”.

Nescau mora na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, e revela que já foi streamer pela paiN Gaming por cerca de um ano e meio, mas que no momento está aberto a novas contratações.

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