São Paulo

Tabu contra rivais em suas novas casas, seca de títulos e vexames: a década do São Paulo

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Reprodução/SPFC
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Se as décadas de 1990 e 2000 foram de glórias para o São Paulo Futebol Clube, o mesmo não pode ser dito sobre o hiato 2011-2020. Nos últimos 10 anos, o tricolor venceu apenas um título: a Sul-Americana de 2012. Além de ter sido derrotado em competições rápidas, como Copa Suruga e Recopa Sul-Americana, o time do Morumbi chegou apenas em uma final no decorrer de todo esse período.

Pelo Paulistão de 2019, o time, à época comandado por Vágner Mancini, derrotou o Palmeiras nas cobranças de pênaltis na semifinal. Ao pegar o Corinthians, seu principal rival, em Itaquera, porém, o resultado na final não foi o esperado pela torcida tricolor: vitória corintiana e aumento no tempo de seca de títulos são-paulinos.

19 treinadores: quase dois por ano

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Ao todo, 19 treinadores comandaram o São Paulo entre 2011 e 2020. A lista leva nomes brasileiros, como Paulo César Carpegiani, Milton Cruz, André Jardine, Pintado, Rogério Ceni, Cuca, Paulo Autuori, Ricardo Gomes, Ney Franco, além de alguns estrangeiros, como Juan Carlos Osorio, Diego Aguirre e Edgardo Bauza.

No clube desde setembro de 2019, Fernando Diniz, que substituiu o uruguaio Aguirre, alcançou uma longevidade rara no comando técnico da equipe. Na década, o número de vezes em que ele esteve à frente do atual elenco se assemelham aos de Muricy Ramalho, que, após ser tricampeão brasileiro entre 2006 e 2008, também comandou a equipe entre 2013 e 2015.

Tabu na casa dos rivais

Se o Morumbi permaneceu praticamente intacto desde 2011, Palmeiras e Corinthians deram um passo a frente e construíram novos estádios no início da última década. O clube alviverde reformou o antigo Palestra Itália, transformando-o no moderno Allianz Parque, ao passo que o Corinthians deixou de adotar o Pacaembu como casa e, em Itaquera, na zona leste da capital paulista, fundou a Neoquímica Arena.

Desde que fora inaugurada em 2014, a casa palmeirense viu somente uma vitória são-paulina. Ela aconteceu no primeiro turno do Brasileirão dessa temporada, em jogo que terminou em 2 x 0 para os visitantes. Até então, o jejum de vitórias, que se aproximava dos seis anos, incomodava todos os tricolores.

Em Itaquera, o histórico recente do confronto entre Corinthians e São Paulo mostra uma larga vantagem ao time alvinegro. Dos 13 jogos disputados no estádio, foram 10 vitórias corintianas e outros três empates. Nessa conta, entra uma eliminação em semifinal de Campeonato Paulista, além da derrota em uma finalíssima do mesmo torneio.

Presidentes e vexames

A década que começou com Juvenal Juvêncio no comando diretivo da equipe terminou com Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco. Entre eles, também foi eleito presidente do São Paulo o advogado Carlos Miguel Aidar. Desses, apenas Juju, como era conhecido o ex-mandatário tricolor, sentiu o gosto de ser campeão entre 2011 e 2020. Foi sob seu comando – e o de Ney Franco como treinador – que o São Paulo bateu o Tigre-ARG, em final polêmica, e conquistou o inédito título da Sul-Americana de 2012.

Se o retrospecto no início da década não foi dos piores, o decorrer dos anos seguintes ao caneco da ‘Sula’ foi desastroso. Tirando-se como base os torneios em formato mata-mata, foram 28 as eliminações são-paulinas na última década.

2011

  • Santos (semifinal do Paulistão)
  • Libertad-PAR (oitavas da Copa Sul-Americana)
  • Avaí (quartas da Copa do Brasil)

2012

  • Santos (semifinal do Paulistão)
  • Coritiba (semifinal da Copa do Brasil)

2013

  • Corinthians (semifinal do Paulistão)
  • Atlético-MG (oitavas da Copa Libertadores)
  • Ponte Preta (semifinal da Copa Sul-Americana)

2014

  • Penapolense (quartas do Paulistão)
  • Bragantino (terceira fase da Copa do Brasil)
  • Atlético Nacional (semifinal da Copa Sul-Americana)

2015

  • Santos (semifinal do Paulistão)
  • Santos (semifinal da Copa do Brasil)
  • Cruzeiro (oitavas da Libertadores)

2016

  • Audax (quartas do Paulistão)
  • Juventude (oitavas da Copa do Brasil)
  • Atlético Nacional (semifinal da Libertadores)

2017

  • Corinthians (semifinal do Paulistão)
  • Defensa y Justicia-ARG (primeira fase da Copa Sul-Americana)
  • Cruzeiro (quartas da Copa do Brasil)

2018

  • Corinthians (semifinal do Paulistão)
  • Athletico (quartas da Copa do Brasil)
  • Colón-ARG (segunda fase da Copa Sul-Americana)

2019

  • Talleres-ARG (segunda fase da Libertadores)
  • Bahia (oitavas da Copa do Brasil)

2020

  • Mirassol (quartas do Paulistão)
  • Lanús (segunda fase da Copa Sul-Americana)
  • Grêmio (Copa do Brasil)

O olhar para o futuro

Mantido no cargo para a sequência da temporada de 2020, que, em razão da pandemia, terminará somente no início de 2021, Fernando Diniz tem conquistado alguns números interessantes à frente da equipe. Embora o retrospecto em eliminações nas competições mata-mata jogue contra, seu time lidera o Campeonato Brasileiro com certa folga.

Desde 2008, último ano em que se consagrou campeão brasileiro, o São Paulo não se sente tão próximo de conquistar mais uma edição da maior competição de futebol do país.

Quem assegurou a permanência de Diniz é Julio Casares, recém-eleito presidente do clube para o triênio 2021-2023. Ex-diretor de marketing da instituição, Casares fez questão de, logo em seus primeiros dias de mandato, contratar ex-ídolos do clube, como é o caso de Muricy Ramalho.

O ex-treinador são-paulino optou por deixar a Rede Globo de Televisão, onde atuava como comentarista esportivo, para assumir um cargo diretivo no novo comando do São Paulo. Zetti e Kaká devem ser outros contratados.

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