Ponte Preta
Tiãozinho lamenta rotação de técnicos na Ponte Preta: ‘Essa é a tradição’
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No cargo de presidente desde novembro de 2019, Sebastião Arcanjo lamentou a alta rotatividade de treinadores da Ponte Preta.
Em menos de duas temporadas, Macaca já contou com cinco trabalhos distintos à beira do gramado durante atual gestão: Gilson Kleina (duas vezes), João Brigatti, Marcelo Oliveira e Fábio Moreno.
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“Infelizmente, o futebol brasileiro tem essa característica. O campo acaba definindo o futuro e a permanência dos treinadores nas suas equipes. Essa é a tradição. Outro dia, fizeram uma reportagem fazendo uma pesquisa ao longo dos anos. Nos últimos anos, a vida útil de um treinador na Ponte Preta é em torno de três meses. Eu considero isso um equívoco. Muitas vezes, eu sou questionado e sou cobrado, porque as minhas convicções indicam que o caminho deveria ser outro, mas eu entendo a pressão, a ansiedade, a necessidade de vitória, a necessidade de conquistar o acesso e a necessidade um título que poderia dar uma perspectiva de longevidade para os nossos profissionais. É absolutamente impossível você pensar em um planejamento de longo prazo trocando treinador a cada resultado adverso”, opinu.
“O mais grave é que o mercado precifica isso. Quando você vai contratar um treinador e um profissional, ele já vem com esse histórico na cabeça. Então ele sabe que pode ter uma vida útil curta e ele precifica isso na hora de negociar com o clube. Olha, eu posso ganhar R$ 30 mil em uma equipe, mas aqui eu vou ganhar R$ 100 mil, porque a minha vida e a minha permanência aqui estão sempre muito condicionadas ao campo. Essa é a cultura do futebol brasileiro, infelizmente. Eu votei favoravelmente a essa cláusula na reunião da CBF, acompanhado pela maioria dos clubes, porque entendo que é preciso um projeto de longo prazo. Nós estamos vivenciando aqui, em um grande clube do futebol brasileiro, que está no oitavo treinador”, continuou.
“O resultado também me parece que não tem sido muito satisfatória. Então eu acho que é preciso olhar o todo e verificar quais são as condições, de fato, que estão levando a situações que não se revertem em ganhos dentro de campo. Infelizmente, essa é a cultura do futebol brasileiro, ainda que eu tenha as minhas convicções, não concordo com esse troca-troca. Muitas vezes, o presidente acaba sendo levado a tomar uma decisão, porque eu não dirijo a Ponte Preta sozinho. Eu tenho que observar vários atores que estão envolvidos nesse processo. É respeitar os profissionais com quem nós negociamos e tratamos os temas, mas a realidade e o campo, muitas vezes, impõem a vontade do próprio dirigente”, finalizou.
Antes de negociar o retorno de Gilson Kleina há exatamente duas semanas, Sebastião Arcanjo teve planos frustrados nas negociações com Eduardo Barroca, atualmente no Atlético-GO, Zé Ricardo, a caminho do futebol árabe, e Mozart, então de saída da Chapecoense.
Tiãozinho, por fim, reforçou confiança no trabalho de Gilson Kleina à frente da Ponte Preta na Série B do Campeonato Brasileiro.
Comandante, natural de Coritiba, deu início à quinta passagem como treinador a partir de 2011.
“Na nossa opinião, pode trazer muito da tua experiência com gestão de pessoas e gestão de vestiário para poder administrar essa mescla de jogadores com uma idade menor e mais jovens e aqueles caras que já tem uma rodagem maior. Eu acho que essa mescla pode dar uma química perfeita. É nisso que nós estamos apostando”, completou.
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