Seleção Brasileira

Tite valoriza jogo coletivo na goleada sobre o Peru e pede ‘calma’ ao falar de Gabigol

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Foto: Lucas Figueiredo/CBF
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O Brasil goleou o Peru por 4 a 0 na noite dessa quinta-feira (17), no Nilton Santos, e se isolou na liderança do Grupo A da Copa América, com seis pontos. Apesar da grande atuação de Neymar, que inclusive marcou gol, o técnico Tite defendeu o jogo coletivo da equipe, principalmente dos jogadores de defesa, em entrevista coletiva após o jogo.

— Eu entendo que a individualidade deve ser colocada, mas antes disso é um conjunto que abastece o Neymar num local importante para que ele possa produzir, porque se ele vem muito atrás, ele não vai ser tão efetivo assim. Então tem tudo um conjunto de equipe harmonioso que deve ser enaltecido. Aqueles jogadores atrás que dão os passes para as condições, criam essa jogada de transição, eles merecem. Uma equipe que novamente, do ataque, precisa da defesa para construir e a defesa, para não levar gol, precisa do ataque para, pelo menos, tirar espaço do adversário. Nessa relação de conjunto há a importância da equipe e da individualidade.

Ao marcar o gol, Neymar deu um forte abraço no treinador e, ao final do jogo, ele se emocionou ao falar sobre sua posição de segundo maior artilheiro da Seleção Brasileira. Tite contou que sua relação com Neymar é a mesma que todos os jogadores e que gosta de resolver problemas com o grupo internamente.

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— O que tem na relação com o Neymar é a mesma relação com o mais jovem da equipe, que é o Vinícius Jr, que é de lealdade, de verdade com eles no vestiário, de não externar de forma pública, por vezes, as adversidades e problemas que têm sem antes direcioná-los diretamente ao atleta. Essa, talvez, seja a maior experiência que eu trago como ex-atleta, que eu gostava que o meu técnico viesse e falasse comigo os meus erros e que não externasse de forma pública, porque é uma exposição muito grande, mesmo sabendo que a imprensa precisa e busca informações, é o papel dela. Mas é papel de quem tem uma responsabilidade de ser exemplo, de colocar as coisas de forma transparente, tanto para o Vinícius Jr quanto para o Neymar.

Astro do Flamengo, o atacante Gabigol não tem apresentado a mesma performance que apresenta no clube carioca, pois ainda não conseguiu marcar pela Seleção Brasileira sob o comando de Tite. Mas o treinador saiu em defesa do atacante, pediu calma para que ele apresentasse o seu futebol e garantiu mais oportunidades ao jogador.

— Calma, o futebol é feito de calma, se não a gente cria uma expectativa excessiva de que o atleta tem que entrar e já produzir tudo o que ele faz no seu clube. Então precisa de calma. Assim como o Everton Ribeiro. Nós tivemos seis modificações de um jogo para outro, a gente acha que o futebol é uma engrenagem que se demora um pouco até se ajustar. No segundo tempo, a gente trouxe uma estratégia jogar com um número excessivo de atacantes, porque nós entendíamos que o jogo pedia isso, quando que a entrada de um outro articulador, o Everton, veio trazer uma situação melhor. Se tivesse o Everton com o Gabriel Barbosa e Neymar talvez poderia ter sido melhor. Talvez, e tivesse o Everton e o Cebolinha poderia ser melhor. Esses ajustes exige calma, se não a gente fica pressionando se foi bem ou não, utiliza ou não. A gente vem trabalhando essas situações.

A Seleção Brasileira tem sobrado nos confrontos contra as outras equipes da América do Sul, sendo o líder isolado das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022 e do Grupo A da Copa América. Tite foi perguntado se lhe interessa confrontos contra equipes europeias ou se aquilo bastava e o treinador valorizou a equipe do Peru, adversário da última noite, que esteve na final da última Copa América vencida pelo Brasil.

— Nós queremos a Seleção da Espanha, de Portugal, de todas as europeias. Se tivesse um calendário que nos proporcionasse também essas situações, se não a gente fica pensando numa situação imaginária. Imaginário é uma coisa e real é outra. A nossa preparação é agora, temos de aproveitar da melhor maneira possível. O Peru fez na Copa do Mundo grandes jogos e foi o adversário do último título disputado pela Copa América. O pessoal fica desvalorizando os nossos confrontos. Temos a Argentina de Messi, Lautaro, Aguero e companhia. Temos Colômbia com Sanchez, Mina, Cuadrado, jogadores de alto nível. Nós temos o Uruguai com Suárez, Cavani, Godín. Então, temos cuidados, mas gostaríamos de ter esse calendário para jogar contra as equipes europeias.

Por fim, Tite disse que seu trabalho na Seleção Brasileira é de encontrar uma engrenagem e estilo de jogo enquanto dá oportunidade a outros jogadores.

— Nós sentamos com o Juninho e trouxemos uma situação consensual, que são mudanças tentando manter a estrutura da equipe. Hoje, até o primeiro tempo, ela mudou demais e no que ela mudou demais ela perdeu um pouco a sintonia. Mas com a mudança de cinco substituições no segundo tempo, a ideia e modificações no início do jogo, foi a nossa ideia. A gente quer sim o título, fazer uma grande campanha e ter um bom desempenho, mas paralelamente a isso, oportunizar aos atletas para jogar e mostrar dentro do campo, que fala, a bola fala.

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