Palmeiras
UMA FINAL EM DOIS ATOS: Há 21 anos, Palmeiras sofria na final da Libertadores contra o Deportivo Cali, na Colômbia
— Continua depois da publicidade —
Do começo da primeira partida da final, em Cali, até o pênalti perdido por Zapata, que carimbou a faixa de campeão do Palmeiras na Libertadores de 1999, foi um longo caminho.
A partida na Colômbia foi repleta de pontos preocupantes para a torcida palmeirense, mas a derrota por apenas um gol foi o menor dos males diante de um Deportivo Cali que dominou boa parte do jogo, principalmente no primeiro tempo.
O Verdão foi a campo com seu tradicional 4-3-1-2 que poupava Alex de algumas obrigações defensivas, o deixando com mais liberdade para encostar em Oséas e Paulo Nunes, que se movimentavam bastante, inclusive trocando de lado algumas vezes.
Os atacantes, inclusive, exerciam a primeira pressão na saída de bola dos colombianos a fim de dificultar a distribuição da bola, enquanto o camisa 10 buscava fechar alguma linha de passe às costas dos avançados palmeirenses.
A segunda linha palmeirense de marcação contava com Rogério, César Sampaio e Zinho. O trio esbanjava qualidade técnica para sair jogando. Em geral, cumpriu bem as designações defensivas ao longo da partida, mas enfrentou dificuldades para controlar a bola pelo meio, impostas por um jogo muito físico dos colombianos.
Defensivamente o Palmeiras buscava encaixes, o que muitas vezes acontecia. Entretanto, a velocidade de Córdoba e Bonilla pelo lado direito do ataque deu muito trabalho para Roque Júnior e, principalmente, para Júnior, que era constantemente superado na partida. Foi assim que Córdoba deu trabalho a Marcos minutos antes do Deportivo Cali abrir o placar.
No ataque, o Palmeiras buscava, ainda que sem sucesso, articular ataques com passes rápidos. A qualidade técnica dos meio-campistas, as movimentações de Nunes e Oséas – que atuavam mais abertos que centralizados, gerando espaço para a chegada de Alex por trás – e a chegada dos laterais eram a esperança, mas não vingaram diante de um Deportivo Cali organizado.
JÁ ESTAVA MADURO…
Os colombianos chegaram 3 vezes com perigo pelo flanco direito de seu ataque, mas, como diz o famoso clichê: “Futebol não é uma ciência exata.”
O lado direito da defesa palmeirense se apresentava sólido com Arce e Júnior Baiano, mas sucumbiu quando, pela primeira vez, os atacantes Bonilla e Castillo trocaram de posição. O camisa 9 recebeu cobrança de lateral caindo mais pelo lado esquerdo do ataque, deu bom passe para Candelo e se projetou para a área.
César Sampaio e Arce dobraram a marcação em Candelo, mas o camisa 17 venceu os dois em uma bola que parecia perdida. Percebendo que seu companheiro iria conseguir cruzar, Bonilla passa pelas costas de Roque Júnior. Rogério está preocupado com Viveros, Júnior Baiano está atento a Candelo e Júnior, que guardava Castillo, não teve reação ao ver Bonilla subir sozinho. Bastou um momento de distração e 1 a 0 Deportivo Cali.
A VOLTA PARA O SEGUNDO TEMPO
O Palmeiras voltou para o segundo tempo com Evair no lugar de Oséas, alteração que se mostrou acertada logo nos primeiros minutos da etapa. Voltando mais para buscar o jogo, fez bela jogada com Rogério e Alex, que chegou cara a cara com Dudamel. Foi a única vez que o Palmeiras chegou em superioridade ao ataque.
Com o passar do tempo, o Verdão foi se soltando e os laterais foram participando mais do ataque. Entretanto, com Alex buscando as costas dos volantes, cabia a Zinho e Rogério articularem mais por dentro, o que não ocorreu.
Com o passar do tempo e o consequente cansaço, os espaços foram começando a aparecer para ambos os times. Entretanto, tais espaços não geraram chances que foram bem aproveitadas. Bonilla, por exemplo, não conseguiu explorar as costas de Júnior. O lateral palmeirense fazia boas subidas, mas que não deram em muita coisa.
É bem verdade que Castillo chegou a acertar a trave de Marcos se infiltrando em espaço entre Roque Jr. e Júnior, mas não passou disso.
A vitória foi merecida por parte da equipe colombiana, muito devido ao desempenho no primeiro tempo, com maior volume de jogo e explorando melhor as fragilidades do alviverde imponente.
Mas a história seria diferente no Palestra Itália…