WSL acerta no planejamento do calendário para a temporada 2025 do Championship Tour

A World Surf League (WSL) divulgou o calendário do Championship Tour de 2025 e apresentou muitas novidades. O Finals segue ativo, mas, desta vez, será disputado em Cloudbreak, nos tubos de Fiji. A perna australiana volta a ter três etapas, e a icônica praia de Jeffrey’s Bay, na África do Sul, também ganha uma vaga na segunda parte da temporada.

A primeira etapa, por força da natureza e do formato de calendário, será disputada em Pipeline. A formação de tubos ocorre no inverno e, por isso, a WSL decidiu manter o Havaí como o local de abertura do Championship Tour. Antes da criação do Finals, o pico recebia a última prova da temporada, sempre em dezembro. No entanto, o calendário passou a ser finalizado em agosto, em um período que as condições havaianas não são tão potentes.

Seguindo a ordem de eventos, a segunda parada de 2025 apresenta uma das grandes novidades. A piscina de ondas de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, ganha uma oportunidade de representar as ondas artificiais. Os tubos de Peniche, em Portugal, serão palco para a terceira etapa da WSL. A abertura da janela de baterias foi empurrada para o meio de março, ao contrário do que foi visto em 2024. Na última temporada, a etapa europeia foi disputada na primeira metade de março, em outra praia portuguesa, sem tubos, e levantou uma grande polêmica. Isso ocorreu por conta de fracas condições do tradicional pico, em uma época parecida com a escolhida para o ano que vem.

O evento de El Salvador sofreu uma importante alteração. Em 2024, foi disputado após o corte de classificação, mas agora passa a ser palco para a quarta etapa da temporada 2025. Assim, a WSL chega à Austrália. A trinca de eventos australianos virou tradição na última década, e as ondas de Bells Beach, Snapper Rocks (Gold Coast) e Margaret River estão de volta ao calendário. A diferença é que os picos abriam o calendário de competições, e agora ganham um contexto fundamental na briga contra a queda no corte. Grande parte dos atletas será eliminada com a conclusão da sétima etapa.

Junto à decisão de tirar o Finals da Califórnia, a WSL confirmou Trestles como um dos picos da temporada regular de 2025. A escolha parece ser uma forma de apaziguar os ânimos e uma tentativa de agradar a todos, já que as ondas definitivamente não têm condições de receber a etapa que decide o título mundial. Analisando a hipótese de que a WSL enxerga Trestles como um bom local para receber os melhores surfistas do mundo, adicionando a ideia de que a exclusão do pico logo após a retirada do Finals seria muito drástica, o anúncio vai de encontro a interesses de grande parte dos envolvidos com o surfe.

O Rio de Janeiro segue representando o Brasil na elite do surfe da WSL. Saquarema passa a receber a nona etapa do calendário e ganha ainda mais importância na briga por vagas no Finals. Por vezes criticado pelas condições do mar, o evento é o mais popular do ano e atrai o maior número de pessoas à praia.

As potentes ondas da África do Sul voltam ao calendário depois de uma enorme polêmica. Em uma decisão possivelmente política, a WSL foi forçada a retirar Jeffrey’s Bay do calendário de 2024, mas chegou a um acordo com as organizações locais e o amado evento retorna com força total.

O encerramento da temporada regular vai ocorrer em um dos melhores picos do mundo. Teahupo’o, no Tahiti, foi palco para o surfe dos Jogos Olímpicos Paris 2024 e também definiu as últimas vagas do Finals. Em 2025, a WSL vai utilizar os tubos como ondas fundamentais para a briga pelo título mundial.

Depois de três longos e cansativos anos de Finals nos Estados Unidos, a decisão da elite do surfe finalmente ganha um palco digno. Fiji foi escolhido como o local que definirá os campeões mundiais da WSL em 2025. Depois de sete temporadas longe do CT, Cloudbreak voltou a receber os melhores surfistas do mundo na temporada 2024, e será alavancado ao posto mais importante do ano que vem.

A WSL montou um bom calendário para a temporada 2025. Mesmo tendo feito algumas escolhas contestáveis, a liga atingiu um bom equilíbrio com os eventos anunciados, que vão de acordo com o surfe progressivo tão cobrado nas baterias. O julgamento de manobras, extremamente contestado nos últimos anos, precisa ser reavaliado pelos organizadores da liga. Um ponto que chama atenção é a alteração do prazo estipulado para cada etapa. O aumento de sete para dez dias de janela contribui para a melhor administração dos eventos, já que estes não precisarão ser disputados em condições de ondas inadequadas por falta de tempo. Outro fator a ser analisado é o espaço entre a primeira e última prova do circuito. Iniciando no dia 29 de janeiro e possivelmente encerrando no dia 27 de agosto, o calendário de 2025 é um dos mais apertados da história da liga.