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WSL encerra temporada conturbada no CT; agora é olhar para o futuro

Polêmicas de arbitragem foram o grande tema da temporada 2024 e acompanharam a WSL ao longo do ano.

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Foto: Reprodução / WSL
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A temporada 2024 da WSL foi concluída no Finals disputado em Lower Trestles, na Califórnia. O surfista havaiano John John Florence somou a maior quantidade de pontos ao longo de 9 etapas e se classificou na primeira colocação do ranking masculino. Na decisão, bateu Italo Ferreira e confirmou o título mundial. No entanto, a temporada foi marcada por polêmicas em relação à arbitragem.

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As diversas inconstâncias da arbitragem prejudicaram alguns surfistas, um fator que mudou o panorama da categoria masculina. A falta de critério apresentada pelo grupo responsável pelo julgamento dos eventos chama atenção e gera preocupação para o futuro.

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Os que mais sofreram com isso foram os brasileiros. E o grande nome afetado por erros de avaliações durante a temporada foi Gabriel Medina. A eliminação do brasileiro para Griffin Colapinto na etapa de Portugal foi polêmica e muito questionada. Depois, Medina caiu na segunda fase em Bells Beach e se manifestou publicamente criticando as notas divulgadas pela WSL. No evento de Margaret River, John John Florence tirou o rival com uma onda no último minuto, que lhe rendeu uma alta e surpreendente nota.

Gabriel Medina foi impossibilitado de disputar o título por conta do somatório de pontos na primeira parte do ano. As eliminações precoces durante os eventos anteriores ao corte afetaram a corrida do brasileiro, que não se classificou ao Finals. A temporada 2024 foi a primeira desde 2013 em que o surfista natural de Maresias não venceu um evento da WSL (Medina não venceu nenhuma das três etapas em que atuou como convidado em 2022, e ficou fora da maioria das provas por questões pessoais). Na próxima temporada, ele vai lutar para garantir um lugar no evento decisivo em Cloudbreak, Fiji.

O recorrente modo com que Gabriel Medina foi eliminado destes eventos levantou inúmeras hipóteses e revoltas nas redes sociais, com fãs e atletas profissionais fora da liga cobrando esclarecimentos. Como de costume, a WSL não se manifestou em nenhuma das situações e a temporada seguiu normalmente. Mesmo com o cenário caótico, os surfistas do Championship Tour de 2024 não se uniram e os resultados contestados não pararam.

Para 2025, a WSL precisa esclarecer arestas do julgamento. Caso contrário, a liga perderá credibilidade e, possivelmente, grandes nomes do esporte durante as etapas. A nova temporada é uma oportunidade para o grupo que comanda o surfe profissional salvar a própria pele. Nos últimos anos, os títulos mundiais foram decididos em um pico que jamais deveria receber uma final. Trestles é uma onda para principiantes e parece ter sido escolhida, principalmente, porque a sede da WSL se localiza na Califórnia. A mudança para os tubos de Fiji foi evidentemente influencida pela pressão do afastamento de surfistas e do público.

O formato de uma etapa final com os cinco melhores surfistas foi muito contestado pelo mundo do surfe, mas tem potencial para ser melhorado. Sabendo que a WSL não vai excluir o Finals, a decisão de substituir o local das finais se mostra correto. Fiji é, diferentemente de Trestles, um pico digno de receber o evento que define os campeões mundiais.

Para melhorar a situação trágica em que a WSL se encontra, a liga precisará explorar alternativas. Uma delas pode ser o aumento da janela dos eventos. Normalmente, os surfistas têm cerca de sete dias para disputar cada etapa. Com isso, em certas ocasiões, são colocados em condições de ondas pífias por conta da falta de tempo disponibilizado pelos organizadores. No ano que vem, a ideia de incluir um período de 14 dias para as provas deve ser analisada para que as etapas sejam disputadas nas melhores ondas de cada pico.

A WSL domina o contexto do surfe profissional e é pretendido por qualquer surfista que sonha em chegar à elite do esporte. Assim, a empresa precisa se organizar urgentemente e voltar aos trilhos para administrar o tão amado Championship Tour. As mudanças são sempre bem-vindas, mas precisam andar de mãos dadas com os objetivos esportivos e não os monetários. O calendário de 2025 começou a ser divulgado e conta com duas novidades. Gold Coast e a piscina de ondas em Abu Dhabi entram em cena para receber os melhores surfistas do planeta, enquanto a etapa de Saquarema segue como a representante da América do Sul.

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