Com 65 pontos em 29 jogos disputados, o Ararat-Armenia, do lateral-esquerdo Guilherme Alemão, segue na briga pelo título do Campeonato Armênio. A equipe, apesar de ter apenas cinco anos de fundação, já conquistou dois troféus da liga e luta por mais uma taça. Devido a proximidade do título, o jogador brasileiro falou sobre com tem sido a disputa pela taça na atual temporada.
— Está sendo uma temporada muito boa. Infelizmente perdemos a liderança depois de passar 25 rodadas na primeira posição, mas ainda tem campeonato, temos quatro rodadas ainda por disputar e não temos tempo para lamentar. O mais importante é fazer a nossa parte na caminhada pelo título, aconteça o que acontecer — disse o jogador.
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Alemão chegou à Europa em 2011, para atuar no Tourizense. Após nove anos em Portugal, chegou à Armênia em 2020 para atuar no Ararat-Armenia e lá se vão 11 anos atuando no futebol europeu. Sobre uma possível volta para o futebol brasileiro, o lateral-esquerdo não descarta viver a experiência do esporte no Brasil.
— Às vezes tenho muita vontade de voltar para o Brasil e ter essa experiência no futebol brasileiro. Sentir essa paixão dos brasileiros pelo futebol, com os estádios cheios, mas também tenho um pouco de receio, principalmente pela segurança do nosso país. Já são 11 anos vivendo e jogando na Europa e aqui eu me sinto seguro neste sentido. Mas, o futuro a Deus pertence. Se aparecesse uma boa proposta, pensaria bastante sobre — explicou Alemão.
Sobre adaptações tanto na Armênia como em Portugal, Alemão faz um balanço e diz, inclusive, que o país lusitano é como se fosse a casa dele, pelo tempo em que atuou e por ter conseguido a nacionalidade.
— Eu já estou a 2 anos aqui na Armênia. Quando cheguei, pensei que seria mais difícil a adaptação. Principalmente por causa do idioma e o frio também. Custou-me nos primeiros cinco meses, mas depois consegui me adaptar e hoje me sinto em casa. O futebol aqui é muita força física e intenso. Já sobre Portugal, hoje posso dizer que é meu país da mesma forma como o Brasil é. Consegui minha nacionalidade portuguesa, tenho casa lá. O futebol é muito bom, com muita qualidade de jogo e muita intensidade — comentou.
Na Armênia, inclusive, Alemão vivenciou um conflito que já dura um longo período, entre o país contra o Azerbaijão. Os conflitos, que em geral, se concentram na região da Transcaucásia, que liga a Rússia ao Oriente Médio, e perduram desde a União Soviética, onde as duas nações pertenciam ao território russo. Ele conta como, em 2020, os bombardeios que duraram cerca de um mês deixaram ele e sua família aflitos.
— Aconteceu logo no primeiro ano que cheguei na Armênia. O clube estava disputando a fase qualificatória da Liga Europa. A gente jogou dois jogos em casa, vencemos os dois, e depois a gente foi pegar o Estrela Vermelha. A gente teve que jogar no Chipre, por conta dos conflitos, e o clube adversário estava com medo de viajar para cá (Armênia). Foi um período muito tenso. A gente via vários carros militares na rua, caiu um drone a mais ou menos 20 km da cidade onde a gente mora. Na época, ficamos com tanto medo que passei a ver passagem para minha esposa voltar para o Brasil. Medo das coisas piorarem e a gente não conseguir mais sair daqui. Mas, graças a Deus aquele período passou. Não que a guerra em si tenha acabado, como eu disse, Armênia e Azerbaijão sempre se conflitam, mas agora pelo menos podemos viver a nossa vida dentro da normalidade. As coisas voltaram a abrir, o futebol está de volta, e estamos seguindo — finalizou Alemão.