Atleta brasileira do lançamento de disco, Fernanda Borges está elegível para competir nos Jogos Olímpicos de Tóquio. A decisão do seu caso de doping foi divulgada nesta sexta-feira (23) pela Sport Resolution – órgão ligado à Federação Internacional de Atletismo (World Athletics) e responsável por julgar os casos de doping da modalidade. A competidora recebeu a suspensão no dia da convocação da Seleção Brasileira de Atletismo.
Fernanda testou positivo para o uso da substância ostarine, que pertence à classe dos anabolizantes e é proibida pela Agência Mundial Antidoping (WADA). O exame foi realizado em maio e o resultado foi mantido em sigilo – como um direito do atleta – até a data da convocação, no início do mês de julho. A decisão da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), logo após o resultado, foi pela suspensão temporária da atleta até a resolução do caso.
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A sessão no tribunal da Sport Resolution durou mais de oito horas e decidiu por uma suspensão de dois meses a Fernanda Borges. Como já estava afastada de forma provisória desde maio, ela está apta para a disputa dos Jogos Olímpicos de Tóquio. A World Athletics alegou que a atleta brasileira foi negligente no uso do anabolizante e, por isso, pediu uma suspensão de quatro anos.
Advogado referência em casos de doping no esporte, o Dr. Marcelo Franklin comentou o resultado do julgamento e a absolvição de sua cliente neste caso. Franklin classificou como “um nível baixíssimo de culpa” na participação de Fernanda para o uso da substância ostarine.
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— Foi um caso muito difícil, a World Athletics queria que atleta fosse penalizada por até quatro anos de suspensão. A audiência levou oito horas e meia, a atleta foi inquirida por duas horas e meia e após altiva de diversas testemunhas e experts, a tese de defesa foi acolhida e sagrou-se vitoriosa para que atleta tivesse como reconhecido um nível baixíssimo de culpa pelo episódio – razão pela qual foi aplicada uma suspensão de apenas dois meses. Tendo em vista que ela já havia cumprido dois meses de suspensão provisória, ela saiu do julgamento livre e completamente apta a participar de quaisquer atividades esportivas, inclusive de ser integrada ao time Brasil e participar das Olimpíadas de Tóquio — explicou o Dr. Marcelo Franklin.
Fernanda Borges conquistou a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Lima (Peru), em 2019. Ela herdou essa segunda colocação no pódio da brasileira Andressa Morais, pega no exame antidoping pelo uso da substância anabolizante SARM durante a competição. Fernanda vai disputar os Jogos Olímpicos pela segunda vez – a estreia foi no Rio – e viaja em breve para se juntar à delegação brasileira. As competições do atletismo começam no dia 30 de julho e vão acontecer no Estádio Olímpico de Tóquio.