Uma verdadeira polêmica está se formando no futebol holandês neste começo de segunda parte da temporada do futebol europeu. Sem público nos estádios desde novembro, por ordem do governo do país, os clubes estão se sentindo prejudicados financeira e esportivamente. Assim, de acordo com o jornal “De Telegraaf”, as diretorias dos clubes devem se reunir nos próximos dias para traçar os passos visando a reabertura dos estádios, mesmo sem a autorização do governo.
Com o crescimento do número de casos de Covid-19 causados pela variante ômicron no final do ano passado, o primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, baixou um decreto proibindo o acesso de público em eventos esportivos, o que atingiu diretamente o futebol. A medida foi tomada como tentativa de diminuir o número de casos sem precisar para o campeonato local.
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A expectativa era de que o imposição do governo durasse apenas uma semana, mas até então a medida de Mark Rutte não foi revista e segue valendo. Desde novembro o governo holandês não ponderou, em nenhum momento, o retorno do público nos estádios. Existe assim um temor de que os clube sejam prejudicados principalmente em competições continentais como a Liga dos Campeões e a Liga Europa.
O movimento para a reabertura dos estádios começou com os clubes da segunda divisão, que foram os primeiros a entrar com ações e estão em conversas para o retorno do público. A movimentação iniciada nos times das divisões inferiores chegou até aos grandes clubes da Holanda, que também prometem reforçar as tentativas para a volta da torcida.
— As conversas já estão acontecendo e nós queremos voltar a jogar com público, porque já se mostrou que o futebol pode ter torcedores de forma responsável e segura. Se o governo insiste em manter esta proibição, então temos de buscar alternativas — disse um porta-voz do ADO Den Haag, equipe que disputa a segunda divisão do país, ao “De Telegraaf”.
Das ligas que são consideradas as principais do futebol europeu, a holandesa é a única que não vem autorizando a presença de público. Mesmo com o avanço da variante ômicron na Europa, alguns países não optaram pelo fechamento de estádios ou diminuição de público. Os governantes da Itália foram os únicos que anunciaram recentemente a redução da presença de torcida nos jogos, mas sem portões fechados.
De acordo com dados oficiais, a Holanda registou mais de 42 mil casos de Covid-19 na última segunda-feira (17), o que é o maior número desde o início da pandemia. Com relação ao número de mortes, os dados divulgados pelo governo do país registraram três óbitos relacionados à doença. Cerca de 76% da população da Holanda já tomou a primeira dose da vacina, 70% a segunda dose e 41% a de reforço.