Em sua primeira entrevista desde que foi deportado da Austrália no mês passado, Novak Djokovic reiterou sua posição de não ser vacinado contra o Covid-19 e disse que optaria por não jogar em futuros majors que exigiriam que ele fosse vacinado.
“Não sou antivacina, mas abrirei mão de torneios se for obrigado a me vacinar”, disse Djokovic à BBC em uma reportagem publicada na manhã de terça-feira (15).
“Sim, esse é o preço que estou disposto a pagar”, concluiu o sérvio.
Djokovic, número 1 do mundo, esteve no centro de uma tempestade de mídia global e uma batalha judicial internacional em janeiro depois de receber uma isenção médica para jogar no Aberto da Austrália e depois ter seu visto revogado pelo governo australiano. Por fim, ele foi forçado a deixar o país e não conseguiu defender seu título no primeiro Grand Slam do ano.
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Djokovic, de 34 anos, disse à BBC que não é contra as vacinas – “Nunca disse que faço parte desse movimento”, observou – mas acredita na escolha pessoal. Ele disse que isso é mais importante do que potencialmente ganhar seu 21º major.
“Porque os princípios de tomada de decisão sobre o meu corpo são mais importantes do que qualquer título ou qualquer outra coisa”, disse Djokovic.
Rafael Nadal conquistou o título em Melbourne na ausência de Djokovic e quebrou o empate que mantinha com o sérvio e Roger Federer de maior número de títulos em Majors por um jogador masculino, chegando ao 21° Slam.
Em sua documentação para isenção médica, Djokovic alegou ter contraído o vírus em dezembro, mas o cronograma da infecção levantou suspeitas. Ele abordou as dúvidas sobre suas alegações na entrevista.
“Eu entendo que há muitas críticas e entendo que as pessoas apresentam teorias diferentes sobre a sorte que tive ou o quão conveniente é”, disse Djokovic. “Mas ninguém tem a sorte e a conveniência de pegar o Covid-19. Milhões de pessoas têm e ainda estão lutando com o Covid-19 em todo o mundo. Então eu levo isso muito a sério. Eu realmente não gosto que alguém pense que usei mal algo ou em meu próprio favor, a fim de, você sabe, obter um teste PCR positivo e, eventualmente, ir para a Austrália.”
Espera-se que Djokovic retorne ao circuito para disputar o Masters 1000 de Indian Wells, na Califórnia, em março.
A situação do sérvio para a sequência dos outros Slams continua incerta. As regras de vacinação na França podem mudar nos meses anteriores a Roland Garros, possivelmente permitindo que ele jogue. O país começou a aliviar algumas de suas restrições de saúde e viagens à medida que se recupera de um aumento recorde de infecções alimentadas pela variante Ômicron altamente contagiosa.
O governo francês deu na semana passada um prazo final de março à início de abril para o possível levantamento de sua exigência de vacina que, no momento, coloca jogadores não vacinados em risco de perder o Aberto da França.
A partir de terça-feira, qualquer pessoa que não esteja vacinada contra o coronavírus precisará mostrar provas de que deu positivo para Covid-19 nos quatro meses anteriores – abaixo da janela de seis meses anterior – para entrar em instalações esportivas na França. A lei francesa, que funciona sob a suposição de que você tenha alguma proteção contra o vírus se o tiver recentemente, visa impedir que indivíduos não vacinados entrem em estádios, restaurantes, bares e outros locais públicos.
Djokovic disse anteriormente que testou positivo em meados de dezembro. Se o requisito de quatro meses permanecer em vigor, é provável que o exclua de Roland Garros, a menos que seja vacinado ou teste positivo novamente.
Djokovic também é o atual campeão em Wimbledon, que começará no final de junho. Mas até agora, o Reino Unido permitiu isenções de vários regulamentos de coronavírus para atletas visitantes, se permanecerem em suas acomodações quando não estiverem competindo ou treinando.
A Associação de Tênis dos Estados Unidos, que administra o US Open, disse que seguirá as regras do governo sobre o status de vacinação.