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Treinador do Boca Juniors foi demitido em um posto de gasolina; entenda

Photo by Marcelo Endelli/Getty Images
Photo by Marcelo Endelli/Getty Images

A passagem turbulenta de Sebastián Battaglia a frente do Boca Juniors terminou na quarta-feira após a eliminação da equipe para o Corinthians pela Copa Libertadores de América, em plena La Bombonera. Abandonado pelo Conselho de Futebol meses atrás, o treinador teve seu destino selado em um posto de gasolina.

Por mais peculiar que isso possa parecer, o treinador se reuniu com dirigentes do Boca em uma loja de conveniência e decidiram ali mesmo, próximo da Ezeiza, terminar o vínculo. Fontes afirmam que as declarações de Seba após a eliminação tornaram sua posição insustentável no clube.

“Foi num posto de gasolina, sim. Mas é isso, aconteceu assim”, respondeu Battaglia a repórteres após sair do CT da Ezeiza, sede do Boca Juniors, se despedindo dos atletas e funcionários. Procurada pelo Esporte News Mundo, a Assessoria do Boca Juniors ainda não se pronunciou sobre a decisão de demitir o treinador em um posto de gasolina.

Uma fonte ligada ao treinador afirmou que Sebastián ficou irritado com a postura do clube, “ele não esperava algo assim”, ponderou. A relação do ídolo da torcida com os dirigentes, em especial os integrantes do Conselho de Futebol montado por Juan Riquelme, vice-presidente do clube, nunca foi amistosa.

Uma outra notícia publicada pelo diário ‘Olé’ diz que nenhum integrante do conselho foi visto no CT do Boca Juniors desde a eliminação para o Corinthians. Os treinos da equipe principal estão sendo conduzidos por Hugo Ibarra, o ‘El Negro’, até que o clube decida qual novo nome assumirá o comando técnico do time.

O que mais surpreende na forma como Battaglia foi demitido é o tratamento a um ex-jogador ídolo da torcida que, desde o inicio, não era considerado apenas mais um treinador. Seba foi aliado importante na eleição que definiu a escolha de Ameal como presidente, com Pergolini e Riquelme como vices.

Assumiu em um momento conturbado do Boca, eliminado da Libertadores 2021 pelo Atlético Mineiro e em um processo de reformulação, conquistou há menos de duas semanas a Taça da Liga Argentina vencendo o Tigres. Mas isso não o bastou para segurar no cargo, tendo em vista seus embates com Riquelme nos bastidores.

A relação com os jogadores não mudou após as críticas sobre reforços, recebendo apoio incondicional de grande parte do elenco que soube distinguir que as palavras de Seba eram para o Conselho e não ao Plantel. O treinador, inclusive, havia determinado as sessões de treinos para o confronto contra o San Lorenzo no sábado.

Protestos apontam Riquelme como culpado

Segundo o jornal argentino ‘Olé’ a decisão de Battaglia em criticar a diretoria partiu da ideia de que seria demitido após a eliminação na Libertadores, e temendo que isso manchasse sua trajetória no clube, decidiu dividir a responsabilidade com o Conselho de Futebol que, a todo momento, tentou influenciar seu trabalho.

Rompido com os dirigentes há muitos meses, Seba não dava sinais que pediria demissão, mas o tropeço diante do Corinthians tornou sua situação delicada e após as declarações, insustentável. Os próprios sócios do clube viram a atitude como uma afronta a instituição, mas necessária para mensurar a culpa de Riquelme.

O maior ídolo do Boca que também é o vice-presidente principal assumiu as negociações por reforços e fracassou nas principais tentativas de montar uma equipe forte para a Libertadores. Na última delas, viu o chileno Vidal preferir assinar com o Flamengo ao invés de vestir as cores do Boca, mesmo que a proposta argentina oferecesse mais que a brasileira.

Na manhã da quinta-feira (7) ao maior estilo ‘o amor acabou’, os torcedores do Boca deixaram claro seu repúdio as decisões do Conselho de Futebol e em especial a Riquelme pela falta de apoio do ídolo ao ex-treinador Sebastián Battaglia.

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