O relógio marcava 28 minutos quando Pedro Henrique foi lançado por Bustos. Com velocidade, o atacante chegou na cara do goleiro e chutou cruzando, marcando o quarto gol Colorado na partida. Foi com esse cenário que, na última terça-feira (05), o Internacional conseguiu, diante de 40 mil torcedores no Beira-Rio, golear o Colo-Colo e garantir vaga nas quartas de final da Copa Conmebol Sul-Americana, mesmo depois de perder por 2 a 0 na ida.
Essa virada resultou em comemoração efusiva não só da torcida, como também de Pedro Henrique, que chegou a chorar após balançar as redes. Diante de um impressionante resultado, o atacante, em entrevista para o canal “Vozes do Gigante”, afirmou que o elenco acreditava, mas que a ficha demorou a cair depois do duelo.
– Eu acreditava. Mas, após a partida, a ficha demorou a cair, principalmente diante do quão difícil foi fazer aqui, o quanto nosso esporte é tão exigente. Pegamos uma equipe muita qualificada e conseguimos fazer o resultado. Só depois, no dia seguinte, vimos o tamanho da encrenca que tínhamos resolvido. Méritos nossos e do torcedor – confessou Pedro Henrique.
No lance do gol, inclusive, Pedro Henrique arrancou praticamente do meio-campo, saindo na cara do goleiro, e com categoria, garantindo a virada no agregado. O atacante, todavia, admitiu que, aquela jogada, foi praticamente uma última cartada, já que estava completamente esgotado fisicamente.
– Naquele momento o tanque já estava quase vazio. Em um jogo assim, com essa exigência, com o esforço que a gente teve que fazer e por termos que correr atrás do resultado, a gente gastou uma energia muito grande. Tentei me doar da maneira mais positiva e enérgica, mas acabei me desgastando bastante. Confesso que estava no meu limite – admitiu Pedro Henrique.
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Mesmo diante do cansaço, Pedro Henrique afirma lembrar com clareza do gol. Desde a movimentação para escapar do impedimento, até a decisão de passar para David, ou chutar em gol, foram detalhadas pelo atacante. O jogador, inclusive, revelou que, inicialmente, o objetivo era arrancar em velocidade para chegar até a área e dificultar a vida dos defensores.
– Foi um contra-ataque que eu até disse pro David voltar na minha para eu dar uma respirada. Essa jogada se desenhou muito rápido. O Mercado pegou, girou no Bustos e ele já lançou a bola para frente. Eu tive uma ligeira impressão de estar impedido, fiz um movimento de “u” e arranquei em disparada. A gente sabe que a regra é o bandeira deixar seguir, para depois ver no VAR se estava ou não. Minha intenção era chegar o mais rápido possível dentro da área, pois o defensor se complica para não fazer o pênalti. Isso sempre vendo o David entrando. Notei que fiquei sem o passe e, a única decisão que sobrou pra mim foi chutar a bola no canto, com consciência e tranquilidade – detalhou Pedro Henrique sobre o lance do quarto gol.
Terminado o jogo, então, iniciou a festa da torcida nas arquibancadas. Após um primeiro momento, em que cantou com os jogadores, os adeptos colorados viram as luzes do Beira-Rio serem apagadas para, com as lanternas dos celulares, o estádio voltar a se iluminar. Diante daquela cena, Pedro Henrique foi flagrado sentado no meio do gramado. Questionado sobre isso, o atacante admitiu que parou para olhar o público, admirando aqueles que, mesmo tarde da noite de uma terça-feira, permaneceram depois do jogo para celebrar.
– Naquele momento, em que eu estava ali sentando, primeiro foi porque eu estava bem cansado. Estava alongando por estar desgastado. As luzes apagaram e a gente sabia que não tinham muitas câmeras focando. Era o momento para parar e olhar o público. Ninguém arredou o pé. Ficou todo mundo com seu telefone e a lanterna ligada. O Beira-Rio ficou iluminado e era tarde da noite, e mesmo assim todos ficaram ali. A gente deu nosso melhor dentro de campo e o torcedor fez a parte dele do lado de fora – finalizou Pedro Henrique, agradecendo ao torcedor pela festa.
