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Opinião: Internacional terá a missão de recuperar a paciência da torcida em setembro

FOTO: RICARDO DUARTE/INTERNACIONAL

O Internacional, que enfrenta o Juventude nesta segunda (29), fechará o mês de agosto no G-6. Por mais que a posição no Campeonato Brasileiro de 2022 seja favorável à uma vaga na Libertadores, o elenco do Inter precisa lidar com algo que constantemente é desgastado: a paciência da torcida colorada. Enquanto prioridade, a Copa Sul-Americana era a ilusão da torcida colorada em voltar à comemorar um título relevante, após mais de 10 anos.

Porém, com a eliminação melancólica diante de um time tecnicamente mais fraco, os colorados voltaram ao velho drama de ter longos meses pela frente sem esperança de conquistas. Nos últimos anos, a equipe vem passando por uma espiral de ‘agora vai’, digamos assim. Essa espiral nada mais é do que o time chegando à beira de títulos, se superando constantemente nas competições, e tendo finais decepcionantes.

Para listar alguns momentos, podemos citar:

  • Antes do rebaixamento, a eliminação para o Tigres na semifinal da Libertadores de 2015: sob o comando de Diego Aguirre, e com o atacante Valdívia em excelente fase, o Inter venceu o Tigres, do México, por 2 a 1 no Beira-Rio, na partida de ida das semifinais da Copa Libertadores de 2015. Porém, o jogo da volta foi uma tragédia. No México, a equipe sofreu um apagão, e foi derrotada por 3 a 1. A cena que não sai da memória dos colorados é o gol contra de Geferson, então lateral colorado que, na ocasião, tentou recuar para o goleiro Alisson e acabou encobrindo ele, dando um gol praticamente de graça aos mexicanos.
  • Na volta para a Série A, o Brasileirão de 2018: este talvez menos marcante, pois o time havia acabado de retornar para a Série A, mas o Internacional ficou várias rodadas na liderança isolada do Campeonato Brasileiro de 2018. Os comandados de Odair Hellmann conseguiram dar esperanças ao torcedor colorado de que, quase 40 anos depois, o Brasileirão voltasse ao Beira-Rio. O Inter finalizou o campeonato em 3º colocado, com o Palmeiras levando o título.
  • Copa do Brasil de 2019: eliminando o Palmeiras, goleando o Cruzeiro e enfrentando o Athletico-PR na final, com o direito de decidir em casa, o Internacional teve um de seus maiores fracassos recentes na Copa do Brasil de 2019. Sendo derrotado no Paraná por 1 a 0, o Inter trouxe a decisão para o Beira-Rio com a missão de reverter o resultado e ser campeão. Porém, no segundo tempo, com o placar em 1 a 1, pouco conseguiu fazer diante do adversário e, não bastasse perder o título, ainda sofreu o segundo gol no final do jogo. A cena mais marcante foi a jogada do segundo gol, quando Marcelo Cirino, marcado por dois jogadores, conseguiu driblar Edenilson com uma caneta e deu a assistência para Rony fechar a conta.
  • Brasileirão de 2020: possivelmente o trauma mais marcante na memória recente dos colorados, o Campeonato Brasileiro de 2020 se encerrou com requintes de crueldade para a torcida colorada. Após eliminações na Copa do Brasil e Libertadores, o Inter começou à se sair muito bem no Brasileirão, e logo assumiu a liderança com uma goleada histórica de 5 a 0 em cima do São Paulo. Assim permaneceu até a 36ª rodada. Na 37ª, foi derrotado pelo Flamengo e acabou perdendo a posição para a equipe carioca. Porém, na última rodada, a equipe não fez o dever de casa: bastava vencer o Corinthians, pois, enquanto o Flamengo era derrotado pelo São Paulo, o colorado tinha apenas o dever de conquistar os 3 pontos e fazer a festa. O jogo, no entanto, acabou em 0 a 0. Edenilson mais uma vez foi a figura principal de um dos traumas colorados: nos minutos finais da partida, recebeu um passe de Victor Cuesta e marcou o gol que daria o título ao Inter. No entanto, o jogador colorado estava em posição irregular, levando o torcedor do êxtase à melancolia em questão de segundos.

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O mais recente, a Sul-Americana de 2022, como contado acima, era a esperança de superar os traumas e voltar à comemorar títulos. No momento, a sensação é de trauma repetido: a torcida sabe que não conseguirá conquistar o Campeonato Brasileiro, e terá de aguardar o próximo ano para ter a chance de alguma conquista. Porém, ao mesmo tempo que a paciência acaba, o amor pelo clube permanece. Dito isso, pode-se dizer que é de inteira responsabilidade dos jogadores recuperarem parte da paciência do torcedor. A raiva, o desapego, a falta de paciência e tudo o que essa sequência de anos batendo na trave geram recai sobre os jogadores e a direção, não sobre a figura do clube.

O mês de setembro, portanto, terá uma sequência decisiva de jogos para o clube se consolidar no G-6 e “fazer o dever de casa”, conquistando sua vaga na Libertadores de 2023, repetindo o ciclo, com a expectativa de que o ‘agora vai’ vire um ‘agora foi’.

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