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Opinião: Vítor Pereira não deve ser culpado pelo momento instável do Flamengo

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Foto: Marcelo Cortes / Flamengo

Um fato: o torcedor do Flamengo não está satisfeito neste início de temporada. 2023 começou com atuações instáveis, que foram desde o Campeonato Carioca até o vice-campeonato da Supercopa para o Palmeiras. Ontem, o Rubro-Negro encerrou sua participação no Mundial após ter sido eliminado para o Al Hilal na semifinal e vencer o Al Ahly na disputa de 3º lugar.

É natural que se busquem culpados para as decepções que aconteceram. Os olhos recaem sobre o treinador do time. Vítor Pereira assumiu o clube em janeiro, após uma saída conturbada de Dorival Júnior, campeão da Libertadores e da Copa do Brasil. De fato, ele teve tempo para treinar o time e jogos contra times menores do Campeonato Carioca que serviram como teste.

Ainda assim, o técnico português chegou em um início de temporada com muitas disputas de títulos. Pelos méritos de 2022, neste início de ano, o Flamengo disputou Supercopa do Brasil – contra o Palmeiras, um grande rival nos últimos anos – e Mundial de Clubes em um curto intervalo de tempo. O time ainda terá a Recopa Sul-Americana e um peso grande em relação a vencer ou perder o Campeonato Carioca. O cenário não é propício para que um novo técnico comece um trabalho do zero. Ainda mais jogando contra Palmeiras e Al Hilal; dois times que têm seus técnicos há pelo menos mais de um ano e meio.

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É um debate imaginário afirmar se o Flamengo conseguiria ir mais longe no Mundial ou venceria a Supercopa caso Dorival Júnior ainda fosse técnico, mas o fato é que o time estava com a estrutura montada por ele. E estava dando certo – em que pese a reta final ruim no Brasileirão 2022. Com a sua saída conturbada e justificativas do Marcos Braz em entrevistas, chega-se à conclusão que a diretoria escolheu começar um trabalho do zero. Mas ela está pagando por essa escolha com derrotas no início da temporada que irritam o torcedor.

O início conturbado de temporada renderá frutos no futuro? Só o tempo dirá. Fato é que Vítor Pereira foi contratado para impor o seu estilo de jogo – por pior que isso pareça em um contexto que o Flamengo perdeu competições essenciais no início da temporada. Se alguém é culpado pelo momento ruim, não é o treinador, que está executando isso, e sim a diretoria que escolheu contrata-lo.

Por mais que a mancha de ter perdido a Supercopa e o Mundial continuem, pode ser que o Flamengo chegue até o fim da temporada jogando muita bola e no fim, a decisão da diretoria se mostre acertada. No entanto, duas coisas. Primeiro: Vítor Pereira precisa entregar ao torcedor atuações de qualidade o quanto antes para não ser fritado. E segundo: ele precisa ganhar títulos e ter campanhas minimamente convencíveis no Campeonato Brasileiro, Libertadores e Copa do Brasil.

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Até lá, Vítor Pereira não pode ser culpado pelo momento do Flamengo. Ele está fazendo o que se propôs: começar um trabalho do zero e utilizar jogos grandes e pequenos para identificar carências táticas no time. A diretoria rubro-negra deve ser a responsabilizada no momento pela troca de comando a um mês do Mundial de Clubes.

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