Há pouco mais de dois meses no cargo, a ministra do esporte, Ana Moser, abriu as portas do seu gabinete para compartilhar o trabalho com a equipe do Esporte Espetacular, da Globo. Em entrevista televisionada no último domingo (12), a ex-jogadora de vôlei detalhou metas, desafios e planos para democratizar e potencializar o esporte no país.
Primeira mulher a liderar a pasta, que faz seu retorno como ministério após ter sido transformado em secretaria nos últimos quatro anos, Moser admite a pressa para apresentar resultados concretos. Segundo ela, os principais desafios estão na ampliação da base de quem pratica esporte no país e aponta uma problemática na falta de volume de competições nos estados.
Visando não só impactar o esporte de alto rendimento, a ministra quer se aliar a outras pastas, como Saúde e Educação, para democratização da prática esportiva.
Colocando a “mão na massa”, o gabinete já confirmou a intenção de lançar a candidatura do Brasil para receber a Copa do Mundo feminina de 2027, além disso, na última quarta-feira (08), dia Internacional das Mulheres, foi divulgada mudanças nos critérios do pagamento do Bolsa Atleta a mulheres durante a gestação, dando continuidade ao auxílio durante o período.
— Esse é o caminho de trazer, buscar e detectar essas lacunas e encaminhar. A gente tem quatro anos, é um tempo restrito. Mas tem muito conhecimento desenvolvido no país. E, se a gente juntar forças, acho que a gente pode fazer avanços importantes que vão ter resultados importantes, inclusive no alto rendimento. — declarou a ministra.
Na conversa, a ministra também voltou comentar sobre à polêmica fala que teve em relação aos esports. Em janeiro, a medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Atlanta em 1996, em entrevista ao UOL, Ana Moser disse não considerar jogos eletrônicos como esportes. Hoje, o esport não é reconhecido como esporte no Brasil. A ministra discorreu sobre o assunto:
— Isso é um processo que independe de mim. Dentro do fenômeno, a área esportiva tem um formato que tem a questão do movimento. O esporte é movimento. É isso é um fenômeno biopsicossocial. E o bio é muito importante. Como fenômeno científico, biológico, ele tem o movimento. Como fenômeno social, a competição ela pode, num primeiro momento, achar que ela caracteriza como esporte. Mas a competição por si só não denota movimento em esports. É uma discussão que envolve muita coisa. Ela tem de ser feita.
